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Desperate Housewives 7×12 e 7×13 – Where Do I Belong e I’m Still Here

Por: em 19 de janeiro de 2011

Desperate Housewives 7×12 e 7×13 – Where Do I Belong e I’m Still Here

Por: em

De vez em quando, as séries te pegam de um jeito que você nem esperava. Faz um bom tempo que eu não gosto das tramas que inventam para a Susan e o transplante de rim faz parte disso. É uma saída “fácil” nos roteiros para dar uma história para quem não tem nenhuma: inventa uma doença, já que isso pode surgir do dia para a noite.

Em “Where Do I Belong”, tivemos a volta a Julie e o aparecimento da mãe (Sophie) e tia (Valerie) da Susan. Enquanto a Julie mal podia esperar para ver se é compatível e doar um órgão para a mãe, a Sophie não compartilhava da mesma alegria. Acredito que todo mundo tenha ficado bem desconfiado ao ver que a Sophie “iria para um cruzeiro” e, por isso, não poderia doar o rim. Estava forçado demais para ser verdade.

Confesso que fiquei comovida com o fato da Sophie não querer revelar o seu câncer para a filha, para não eclipsá-la e, como sempre, ser o centro das atenções. Para um egocêntrico narcisista, essa é a maior prova de amor que ela poderia dar.

Mas foi em “I’m Still Here” que gostei mesmo da história da Susan. Admiro muito quem tem uma doença grave e está passando por tratamentos complicados e consegue permanecer positivo, mesmo que o transplante ou tratamento leve anos para acontecer ou terminar. É muito fácil se deixar levar por uma tristeza e desolamento nessas horas, como o Dick.

O fator que me levou a gostar mais desta trama neste momento não é por causa dela em si, mas por um fator externo. Um amigo irá começar a quimioterapia e, em nenhum momento, ele se deixou abater. Continuou sendo o mesmo bobo de riso fácil e isso ajudou todo mundo ao redor a lidar melhor com o que acontece (por mais egoísta que isso possa soar) – e não só fingir que estão bem na frente dele, como acontece na maioria dos casos. Isso ajuda todo mundo. Acredito que ter uma atitude positiva ajuda muito a enfrentar esses obstáculos, por mais placebo que seja.

A minha segunda trama favorita nestes dois episódios foi a da Renee. Foram duas participações pequenas (basicamente para dizer ao Tom que a Lynette sabia da traição e para montar o quarto da filha do Lee e do Bob), mas mostrou que a fria dona de casa tem coração – e também me lembrou muito dos saudosos tempos da Wilhelmina, de Ugly Betty. O quarto que ela montou para a menina é lindo e fiquei surpresa ao ver que ela pensou muito em ter um filho quando era mais jovem. Só uma dúvida ficou martelando: será que era um filho do Tom?

Falando no casal mais amado de Wisteria Lane, sempre gosto muito da vidinha pacata deles. De novo, me diverti com as travessuras da Lynette para cima do Tom – embora pense que laxante no bolo seja cruel demais – e fiquei com o coração quente ao ver os motivos pelos quais o Tom não quis contar a verdade para a mulher. Acho que ele deveria ter contado bem antes, porque por mais bonito que seja o nascimento e aniversário dos filhos, ele tinha sim várias horas em que poderia ter revelado o que aconteceu.

Era óbvio que eles não iam se separar por um romance breve e sem importância (para o Tom) que aconteceu há tantos anos. Tanto que isso nem é citado no episódio seguinte, onde a mãe da Lynette aparece na casa dos Scavo cheia das novidades. Está com a perna quebrada, vai casar – por dinheiro ou não.

Nesse tipo de trama, tenho certeza que os roteiristas estão mandando um recado aos telespectadores: deixem as diferenças de lado e vão visitar os seus entes queridos e mais próximos! Vai saber que maluquices estão acontecendo na vida deles e, por orgulho, você pode estar perdendo uma chance de se conectar a eles de novo. É normal esquecermos um pouco da família que não mora com a gente na correria da dia-a-dia, mas não quer dizer que não nos importamos com eles, né?

Mudando de casa na rua, gostei de ter um “respiro” no relacionamento entre a Bree e o Keith. A participação dela no 7×12 foi pequena e só serviu para a Beth encontrar a arma embaixo da almofada (arma do Zach, mas como ela foi parar ali? Não faz muito sentido, com a Beth envolvida com ele ou não), mas como não sou fã do casal…

Porém, acho que estava de bom humor quando assisti ao 7×13, porque curti a trama do filho do Keith. Não exatamente por ele ter um filho que não conhece (outra carta manjada na lista dos roteiristas de séries), mas pela reação da Bree. Cara de pau e hipócrita ao lidar com o assunto. É preciso muito sangue frio para mentir do jeito que ela fez com o Keith e com a Ambar. Mas espero que isso ainda dê pano para manga.

A Gabi, por sua vez, parece que fechou o ciclo da Grace de uma forma bem traumática. Ela comprou aquela boneca na loja horripilante para substituir a filha perdida. As filhas encontraram a boneca e ela gritou com as meninas como se fosse uma mãe defendendo o seu ninho. E a boneca custou mais de US$ 800. Se eu fosse o Carlos, estaria cortando o cartão de crédito da mulher! Primeiro porque ela comprou uma boneca que custa a mensalidade de uma faculdade. Segundo porque ela comprou uma boneca que representa uma filha que eles precisam esquecer. Limites, alguém?

Fiquei triste ao ver como essa loucura da boneca terminou. Com um assalto e a Gaby tentando desesperadamente salvar um brinquedo. Bem, com o trauma, espero uma boa (e depressiva) história para a ex-modelo e sua família.

E quero ver logo o que o trio Paul/Beth/Zach irá aprontar, cada um em sua esfera.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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