Eu estava achando este episódio bem morno, chato, até ver a conversa entre a Bree e a Beth e pensar: Isso vai dar errado. Mas, antes de começar a falar da única história que valeu a pena, comecemos pelas que serviram apenas para fazer o episódio ter 40 minutos.
Primeiro, a Gaby e a competição com o Lee. Depois de todo o drama com a Grace, gostei de vê-la interagindo com a Juanita como uma mãe normal (ou quase). Achei bem nonsense a competição em si, mas isso porque eu não sou muito fã de show de talentos para as crianças. Quase sempre, o que era para ser divertido, se torna uma guerra de egos; se não for dos pais, é dos pequenos mimados.
Por isso, acabei me surpreendendo com o Lee subindo ao palco, orgulhoso, quando a filha conseguiu terminar o solo de violino e se superar. Mesmo ela errando, os pais estavam ali, sorrindo, aplaudindo e dando todo o apoio necessário. Uma pena que isso quase nunca acontece na vida real e as pessoas, no geral, sempre focam demais no lado negativo da coisa e esquecem que são crianças se apresentando e elas precisam da aprovação dos pais para ter alguma auto-estima.
A Lynette também teve a sua cota de “tema parental”, mas foi relacionada à Renée. Dei risada quando a loira encontrou a amiga no restaurante, em um encontro, com a Paige a tiracolo. Acho que, como eu não penso em ter filhos, não vi problema algum em a Renée levar o bebê junto, embora eu nunca entregaria uma criança para um estranho cuidar. Só fiquei com a impressão de que, sem o drama com o Tom e sem a vontade de ser mãe, a Renée fica sobrando na história.
Como sempre, a trama mais sem sal acaba sendo a da Susan. Juro que faço o máximo para tentar gostar dos rumos dela nesta temporada, mas não consigo ter empatia. Acho triste que a situação dela seja tão ruim e gostei que ela tenha decidido continuar com a vida da melhor forma que pode. Seria terrível se a personagem fizesse um dramalhão mexicano a cada cena, mesmo que justificável.
Só que o roteiro não ajuda, né. O Mike acerta um passarinho (e minha não simpatia por ele só aumenta) e os dois são interrompidos por um bando de marmanjo jogando RPG live. O que poderia ser uma cena romântica e bonitinha virou um pastelão digno dos piores filmes de comédia. Assim não dá!
Enquanto a Susan e o Mike tentavam lidar com esses infortúnios, a Bree tentava se ocupar tentando ajudar a amiga a conseguir um doador. Foi aí que eu senti alguma coisa positiva pela Susan e seu problema. Fiquei com a cara no chão ao ver as desculpas esfarrapadas dos vizinhos para não fazer o teste de compatibilidade. Achei errada a forma como ela e as donas de casa juntaram vizinhança, mas, de vez em quando, a gente precisa ser um pouco enérgica para fazer as coisas funcionarem.
Me impressionou também a reação da Bree ao saber que é compatível com a Susan. Caí no truque da edição e cheguei a pensar que a ruiva não ia querer doar o rim para a amiga, por algum motivo fútil qualquer. Claro que fiquei muito surpresa ao ver que ela foi atrás da Beth somente para agradecer ao ato generoso.
E chegamos ao começo da review. Assim com a Bree, me assustei com a cara paralisada da Beth e a única conclusão que a gente podia chegar era que isso daria muito, mas muito errado. Depois da Felícia dispensá-la como se fosse um cachorro sarnento, achei natural que a Beth procurasse algum sentido na vida e uma forma de ter um pouco de paz interior era fazer uma boa ação. Fiquei com o coração na mão quando a vi no hospital entregando os papéis para a doação. Só que, depois do Paul não ter morrido com o tiro, fiquei desconfiada, pensando se a Beth morreu de verdade. Tudo bem que os tiros foram em locais bem diferentes, mas a imaginação dos roteiristas é bem fértil.
O próximo episódio de Desperate Housewives será no dia 03 de abril. Até lá!
