Entrei de espírito na reta final de Desperate Housewives e agora está ficando muito difícil não ter raiva de algum personagem que aparece só para estragar o final perfeito que todos nós queremos.
Eu sei que a polícia precisa ir atrás e investigar o que aconteceu com o Alejandro (mesmo que a gente já saiba e prefira deixar tudo como está) e tudo o mais, mas já está ficando complicado conter as emoções. Toda vez que o Murphy (Michael Dempsey) aparecia na tela eu já começava a xingar. Tanto que soltei um palavrão alto quando ele alterou o mapa de Wisteria Lane – estragando o caso que ele não investigou direito. Não é por nada não, mas o que ele fez pode custar a carreira dele, não?
Bem, espero que sim. Esse detetive está se envolvendo “um pouco” demais no caso, está virando uma obsessão.
As minhas cenas preferidas do episódio foram com a Bree. Ela saindo junto dos policiais com a cabeça erguida e pedindo para as amigas não esquecerem de tirar o quiche do forno foi sensacional. A frieza e a vontade em assumir toda a culpa porque não tem ninguém que dependa dela me emocionaram muito.
Por outro lado, ela também me fez rir no encontro com o Trip (Scott Bakula), o advogado parada dura. Que cara mais petulante, não? É bom que ele esteja realmente interessado no caso porque ele é instigante e não porque está a fim da ruiva ou algo do tipo. A última coisa que a Bree precisa agora é mais um doido ou chantagista no pé dela.
Ainda na parte da comédia, o que foi a Gaby praticamente se jogando pra cima de todos os clientes? Era óbvio que o emprego dela criaria uma pequena crise no casamento, especialmente depois de encontrar o cliente no restaurante. Aposto que ela também não gostaria de ver o Carlos flertando daquele jeito com alguma cliente dele, chamando-a de irmã, e surtaria muito mais. Mesmo assim, os argumentos que o Carlos usou foram os errados; é besteira ele se sentir menor do que a esposa só porque ela é quem está levando dinheiro para casa.
Mas o pior mesmo é que eu já vi muita gente gastar horrores em lojas de roupas só porque a vendedora (ou o vendedor) massageou o ego um pouco demais. Me bateu uma vergonha alheia muito grande das pessoas da loja em que a Gaby trabalha.
Outra trama que me comoveu foi a da Susan e o “tesouro” do Mike. Acho que limpar o armário do falecido é uma das formas mais poderosas de dizer adeus a alguém e também uma das mais dolorosas. É tudo tão cheio de lembranças que leva qualquer um às lágrimas, como aconteceu com o Lee. Além desse momento sensível, achei bonito o Mike continuar a dar suporte à irmã. Só que ele devia ter falado algo para a Susan quando ele se casaram (ou quando fizeram o testamento), para evitar que ela ficasse sem assistência caso algo acontecesse com ele. Escondendo um segredo da Susan ou guardando um segredo da mãe dele, o resultado seria o mesmo. Imagina se a Susan decide só limpar o armário dele dali muitos anos?
E não disse que a Julie acabaria ficando com o bebê? Gostei que colocaram as coisas dentro de um contexto, não foi nada forçado como mudar alguma chave na cabeça da Julie e, de repente, ela sentir vontade de repovoar o mundo. Não é de hoje que os roteiristas da série têm problema de continuidade. Afinal, o Andrew não iria morar com a Bree e nem deu as caras neste episódio, mesmo com a mãe praticamente sendo presa? Se a Bree teve tempo de organizar um chá de cozinha para a Renee, também já deu tempo de o Andrew pelo menos ter levado algumas coisas para a casa da mãe.
Por fim, a Lynette e o Tom reatando ou não. Se até aqui eu estava convicta que o Tom estava gostando de verdade da Jane, já começo a pensar que a fase de “lua de mel” terminou e agora sim é que eles vão começar a se enxergar como realmente são.
Eu realmente pensava que a Jane compreenderia melhor o que acontece com os Scavo, porque ela já passou por um divórcio e sabe que tem uma fase insegura, em que recaídas podem acontecer. Claro que ela percebeu muito antes do Tom os planos da Lynette e talvez ela devesse saber melhor que esse é um assunto em que ela não pode se meter tanto, por mais que esteja gostando do Tom.
Depois da Lynette ter jogado a massa verde do bolo na Jane, não tenho mais cara de defendê-la. Ainda bem que ela também caiu na real e está aceitando que o divórcio é uma realidade – e com a Jane sendo precipitada, quem sabe o Tom também não percebe que ainda sente algo pela (ex) mulher. Sério, me doeu muito quando o Tom disse que sempre se preocupará com a Lynette, mas estava ali com a namorada. Pelo menos, para o final da série, um casal ainda pode terminar junto e feliz para sempre.