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Dexter 4×09 – Hungry Man

Por: em 28 de novembro de 2009

Dexter 4×09 – Hungry Man

Por: em

Dexter Família Mitchell Thanksgiving

Se no episódio passado, Road Kill, eu peguei os pontos fracos que aconteceram na história pra começar a review, dessa vez seria impossível fazer o mesmo. Hungry Man não teve nenhum, NENHUM, errinho, nada que eu ousasse reclamar. Digo sem medo: pra mim, Hungry Man foi o melhor episódio da série até agora.

Toda quarta quinta-feira de novembro nos EUA é comemorado o tradicional dia de Ação de Graças. Data pra reunir a família, comer até dizer chega e, principalmente, celebrar tudo àquilo que se tem a agradecer. Na casa de Arthur Mitchell, o que a gente conhecia até agora era a família ideal, o sonho americano perfeito pro Turkey Day. Mas é claro, óbvio, que debaixo do teto onde vive Arthur Mitchell as coisas não poderiam ser tão normais assim. Eu só não esperava que a explosão dessa família acontecesse de maneira tão… explosiva. Poucas vezes na vida eu me segurei tanto em um episódio pra não sair pulando, gritando, correndo de empolgação. E isso em praticamente todos os 50 minutos de duração.

Como eu não canso de falar, o personagem do Trinity Killer é de uma complexidade gigantesca, e toda a farsa da família perfeita sustentada por ele há tantos anos atinge todos os seus membros. A mãe aparentemente tão zelosa é exatamente o contrário: relapsa, negligente, sempre procurando um esconderijo – mas só é assim pela presença completamente amedrontadora do marido. A filha, por sua vez, passa ao mundo a imagem de santinha, a garotinha do papai. Mas o papai é aquele que a tranca no quarto por horas e mais horas. Resultado: a filha de Mitchell é o oposto de certinha, e se joga pra cima de Dexter na primeira oportunidade que tem. Já o filho, esportista, trabalhador, o orgulho da família é espancado/torturado pelo pai o tempo inteiro. Com isso, o garoto guarda uma angústia e uma revolta tão grande, tão intensa com relação ao pai que, na mais perfeita ironia, toda a sua ira é jogada na mesa justamente quando ela tá coberta por toda a falsidade do almoço de Ação de Graças da família Mitchell.

Dexter Arthur Mitchell

Todo mundo ali sabia que Arthur é o Trinity, o assassino. Talvez não o assassino que Dexter, Deb e cia. conhecem, mas que mesmo assim funciona perfeitamente com o apelido dado por Lundy e pela delegacia. Pouco a pouco, Trinity acaba com a vida de cada uma daquelas três pessoas, quase do mesmo perfil das suas vítimas habituais: as duas mulheres e o homem. E o pior é que, mesmo quando Dexter vai pra cima de Mitchell pra acabar com a raiz de todo o sofrimento daquela família, a mãe e a filha se juntam ao Arthur com medo daquele que podia ser justamente o herói que as salvaria, o Dark Defender. E pior ainda é o Harry na cabeça de Dexter o atormentado, querendo-porque-querendo colocar na mente dele que a sua vida é igual à do Trinity: começa com uma família de disfarce, mas 18 anos depois, tortura todo mundo pra manter a fantasia de bom moço.

E depois de tudo isso, pra colocar a cereja no bolo da maneira mais perfeita possível, a série ainda nos mostra outra peça da família de Trinity completamente inesperada. A repórter, personagem que parecia tão sem graça com aquele casinho com o Quinn pra conseguir boas matérias, na verdade é a outra filhinha do papai, bem mais importante que a caçula. No 4×08, a bola já havia sido levantada de que poderia ter sido Christine a atiradora no homicídio de Lundy, só que foi nesse episódio que a suspeita foi comprovada e, melhor ainda, com a justificativa perfeita pra isso. Eu já falei em alguma outra review como não gostava muito do fator surpresa que Dexter apresentou nas outras temporadas, mas aqui não tinha como as coisas se encaixarem melhor. Não ficou forçado acreditar que a repóter disparou os tiros por causa do pai. Não depois de todo o detalhismo cuidadoso que o roteiro tratou de construir tanto com Arthur quanto com Christine.

No resto do episódio, ainda teve todos os outros pequenos arcos, como o do Batista e da LaGuerta (que eu tô gostando desde o começo) e do caso da Rita com o vizinho (que tem tudo pra emplacar depois do flagra do Masuka), mas não tem como parar pra falar deles. A história principal tá boa demais, demais, demais pra eu ter cabeça pra me concentrar em alguma outra coisa que não envolva o Trinity Killer. Faltam só 3 episódios, mas eu não tô com pena nenhuma da temporada acabar logo. A gente já tem material suficiente pra rever Dexter várias e várias vezes, e fazer com que a espera pelo quinto ano da série não seja tão angustiante assim.

Dexter Christine Repórter

Depois da decepção no ano passado, Dexter voltou a ser, pra mim, Top 3 melhores séries da atualidade.

P.S.: Eu tenho um professor na faculdade esse semestre IGUAL ao Trinity Killer. Na aparência e no jeito. Graças a deus, semana que vem é minha última aula com ele, me cago de medo.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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