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Dexter 5×03 – Practically Perfect

Por: em 13 de outubro de 2010

Dexter 5×03 – Practically Perfect

Por: em

Dexter Deb Morgan

É um saco remar contra a maré. De verdade. Depois de tudo que eu li no Twitter sobre Practically Perfect, eu tava torcendo pra assistir ao negócio e vir aqui compartilhar da empolgação de (quase) todo mundo, estufando o peito e dizendo que o título do episódio fazia jus a tudo o que foi mostrado.

Acabou que não foi bem assim.

Meu maior problema é que o episódio foi basicamente uma extensão de tudo que eu já não tinha gostado no anterior. Até chegarmos na reta final pelo menos. Os últimos minutos trouxeram uma tensão legal com relação à tentativa falha do assassinato de Boyd e, principalmente, com a inclusão da personagem de Julia Stiles na trama — de uma maneira que poucos provavelmente imaginavam. E se a gente então começa a pensar nas possibilidades que foram abertas com a sobrevivente de Boyd entrando em jogo, justamente vendo aquilo que Dexter sabe fazer melhor… Aí sim as coisas começam a ficar mais legais de se discutir.

Mas também não elimina o fato de eu ainda ver a personagem com certa cautela, porque mesmo que ela acabe não sendo uma antagonista de Dexter, a ideia de alguém descobrindo o que ele faz, passando a conhecer seus instintos, não é exatamente nova. Todas as temporadas, de uma forma ou de outra, trataram desse mesmo tema. O legal com a Julia Stiles (é tão ruim comentar sobre uma personagem sem saber seu nome) é que o trauma dela em relação ao seu sequestrador pode ser trabalhado de um milhão de maneiras diferentes com Dexter. Pode ser medo, já que Dexter se mostrou tão meticuloso e cruel quanto Boyd. Pode ser desconfiança, também por esses mesmos motivos. Pode ser uma eventual admiração, já que mesmo que ela parecesse assustada pra caramba, foi o Dexter que, de fato, a salvou. Pode até existir uma conexão entre os dois, se ligando através dos sofrimentos terríveis que eles tão passando.

Ou pode acabar sendo tudo isso junto. Ou pode acabar não sendo nada disso. Julia Stiles coloca uma dezena de portas na frente de Dexter, e descobrir qual delas vai ser aberta traz um rumo pra temporada que faltava enxergar nos dois episódios anteriores. Seja qual for o caminho que Dexter escolha, agora pelo menos a série me deixa um pouco mais ansioso e seguro de que ela tem uma direção. E eu tô sendo exagerado pra caramba aqui, porque a verdade é que eu amei a premiere, e de certa forma até gostei desses últimos episódios. O que me irrita um pouco é que nessas duas semanas eu simplesmente não tenho tanto o que comentar dos episódios em si, a não ser quando eu tento projetar a história da vida e dos problemas de Dexter mais pra frente. O resto que acontece em Miami é relativamente… Simples e comum.

Dexter Julia Stiles

Tipo a investigação do assassinato de Santa Muerte (Ou Santa Mierda, dependendo de seus conhecimentos em espanhol). O mistério é interessante e a inclusão da nova personagem na investigação, a policial Cira, dá uma apimentada na dinâmica já estabelecida de Deb, Batista, Quinn e Masuka. Esse último, por sinal, me fez rir como não acontecia faz tempo na série. O jeito como ele decifrou os retratos-falados de Kyle Butler foi genial. Até porque Justin Bieber teve partipação na premiere de CSI mês passado, e mesmo que eu não tenha assistido, ó só a descrição do personagem: “adolescente transtornado que encara uma terrível decisão a respeito de seu único irmão”. Combina de verdade com o Dexter. Mas tô divagando. O que importa é que o novo serial killer de Miami, mesmo que não me empolgue tanto, pelo menos me deixa assustado o suficiente pra eu me importar com aquelas cabeças degoladas, sem olhos e sem língua. Argh.

Já a continuação da trama do Batista com a LaGuerta me irritou ainda mais do que semana passada. Se a história já era fraquinha só pelas atitudes infantis de Angel, agora que a série quer jogar as consequências da ação do cara numa possível perda de emprego (ou até prisão), a impressão que fica é que eles querem tapar os buracos dos episódios dando relevância pra uma trama que simplesmente nunca vai ter. É a prova definitiva de como os personagens secundários de Dexter estão TÃO abaixo do protagonista, já que na outra trama não tão relevante do episódio — a da babá — a coisa funcionou muito melhor. A contratação com a Deb foi divertida, e o nervosismo de Dexter ao ver que Harrison não estava em casa mostrou um instinto paterno bem legal de se enxergar no personagem.

No geral, do mesmo jeito que Dexter se sentiu quando enfiou a faca no peito de Boyd, eu me senti quando o episódio terminou. Continua vazio. Não mudou muita coisa. Mas dessa vez as perspectivas são melhores, e Julia Stiles trouxe a esperança de um ar fresco nessa temporada. Eu ando sendo meio pessimista nesses últimos textos, mas tô tentando roubar um pouco dessa empolgação que todo mundo sempre carrega com Dexter. E na verdade, eu meio que tô generalizando. Afinal, o que VOCÊS acharam de Practically Perfect?

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P.S.: Semana passada eu falei que, mesmo bebê, Harrison de certa forma provavelmente assimilava tudo aquilo que Dexter já o mostra. A conversa com a terapeuta nesse episódio deu um coice na minha teoria. Segundo ela, as capacidades cognitivas de Harrison ainda não tão desenvolvidas o suficiente pra que ele tenha consciência (ou inconsciência) de sofrer com tudo aquilo que ele já passou.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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