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Dexter – 6×05 The Angel of the Death

Por: em 2 de novembro de 2011

Dexter – 6×05 The Angel of the Death

Por: em

“Toda escuridão que você pensa ter dentro de você… Tudo que ela precisa é de um pouco de luz para mantê-la à margem.”

E pisaram o pé no freio. Às vezes dá um pouco de medo quando Dexter avança vários passos, para no episódio seguinte recuar e diminuir o seu ritmo. Não dá pra dizer que é uma coisa necessariamente ruim (e esse episódio, mesmo sendo o mais fraco até agora, não foi realmente ruim), mas mostra que diminuir as expectativas é preciso de vez em quando. O problema é: Eu não consigo. Mesmo com Angel of the Death operando em segunda marcha o tempo inteiro, minha empolgação com a temporada continua, mas agora ela divide lugar com o medo da série cair novamente no erro que a condenou no 5º ano: A falta de ousadia. De seguir em frente. Não falo de algo absurdamente chocante como encontrar a Rita morta numa banheira de sangue, mas apenas uma coisa que faça o seriado abandonar sua zona de conforto e mude seus paradigmas. Mas deixa eu parar a lamúria por aqui porque não quero que esse texto pareça um desabafo de um chato descrente, porque eu ainda acredito em Dexter.

O que eu mais leio por aí a respeito dessa temporada é sobre uma possibilidade de “salvação” pro Dexter. Pegando como corpus de análise os 2 primeiros anos da série, isso parecia impossível, dado aquela vida fake que ele levava e a necessidade de a todo momento ressaltar que era um monstro sem sentimentos. Não, o Dexter não é um monstro sem sentimentos. É claro que a natureza e a intensidade dos sentimentos é diferente, mas ainda assim, são sentimentos. E sinceros. Em toda a jornada do personagem, acho que ele ainda não tinha cruzado com alguém como o Brother Sam. O Rudy, a Lila e o Miguel, de certa forma, o lembravam do que ele era. A Lumen o aceitava como ele era. Mas nenhum deles o fazia refletir tanto como o Sam vem fazendo. Eu afirmo sem medo que os diálogos entre os dois vêm sendo, de longe, minhas cenas favoritas nessa temporada e aqui eu dou todos os créditos ao excelente roteiro e ao modo como o Mos Def construiu seu personagem (do Michael C Hall, a gente nem precisa falar mais nada).

De alguma forma, o Dex tava se sentindo afetado pelas palavras do Sam. Não como algo que mudaria sua vida pra sempre, mas ele tava sendo levado a refletir, especialmente sobre essa dualidade entre luz e escuridão. E é por isso que aquela cena final me preocupa. Nem tanto pela curiosidade de saber quem atirou no Sam a sangue frio, mas por medo do que vai acontecer ao rapaz e, principalmente, pela forma com que o Dexter vai se sentir ao saber do acontecido ao amigo. Certamente ele vai querer vingança. E assim eu espero. Faz uns 2 ou 3 episódios que não temos ninguém na mesa dele, né? Faz falta. Eu espero que o Sam não morra. Ele foi uma ótima aquisição para a série.

E eu fico me perguntando aqui se não foram as reflexões dele que fizeram o Dex “liberar” o Travis depois de tê-lo em suas mãos. Claro que é muito mais fácil a gente acreditar que ele deixou o rapaz ir para usá-lo como isca e chegar até o Gellar, mas eu não consigo abandonar por total a primeira possibilidade. Quando ele pegou o Travis no carro e o obrigou a dirigir, eu já fiquei imaginando que maneira o fanático usaria para escapar – porque ainda estamos no quinto episódio e certamente ele não seria morto agora, não é? E aqui a gente retorna ao que eu falei ali em cima, sobre uma possível “salvação” para o Dexter. Nada que tenha a ver com o personagem virar religioso ou algo do tipo, mas algo numa linha de repreensão do seu dark passenger.  Esse é um dos possíveis finais que eu vejo para a série: Dexter conseguindo controlar mais o seu lado de serial killer e descobrindo que não precisa matar para sobreviver. Claro que não é o que eu prefiro (ainda sonho com uma temporada em que Dexter chegue ao tribunal por seus assassinatos e acredito que o personagem terminará morto), mas é uma possibilidade que, se antes me parecia absurda, agora já soa mais crível.

O díalogo do Dex e do Travis no carro veio para dar uma noção maior de como se dá a relação dele com o Gellar. O Travis é um fanático. E o Colin Hanks vem construindo o personagem de maneira impecável. O fato de ele acreditar FIELMENTE de que está fazendo a coisa certa o torna mais perigoso do que o normal. E ele depende do Gellar. Não consegue operar sem ele. O que me faz crer mais adianta que o que vemos aí é um caso de dupla personalidade. Primeiro que seria bizarro o Gellar caminhar por uma boate lotada e NINGUÉM perceber que ele era o cara do cartaz de procurado. Talvez o fato dele resolver ir embora naquela hora tenha sido um modo dos roteiristas de confundir mais ainda nossa cabeça. A cena do carro também foi bastante significativa. Acho que esse mistério vai ser resolvido antes do fim da temporada. E com a ajuda da tal Mrs. Porter.

Desde a primeira cena dela, era óbvio que ela havia tido alguma relação maior com o Gellar. Até que ponto o fato do Quinn ter transado com ela vai interferir na investigação, eu não sei. Mas como a veremos por, pelo menos, mais um episódio, certamente isso não vai ficar pra trás. O livro do Gellar mostra que tudo foi planejado nos mínimos detalhes, cada morte, cada numeração da bíblia arrancada, tudo. Eu tô cada vez mais curioso para saber aonde tudo isso vai dar. E tenho uma leve impressão de que a presença dessa professora por mais algum tempo, vai interferir diretamente na relação do Quinn com a Deb. Todo o lance do anel me deixou com a pulga atrás da orelha. Se a história dos dois fosse uma página virada, não haveria porque tudo isso ser mencionado. Volto a achar que, até o fim da temporada, veremos a Deb aceitando o pedido de casamento.  Uma casa ela já tem. Finalmente aquele tiroteio bizarro fez algum sentido.  Achei desnecessário todo o drama dela com a Jamie, mas no fim das contas, acho que só queriam mesmo um motivo maior pra justificar a saída dela da casa do Dexter – não que precisasse de algum motivo, né? Já tava mesmo na hora.

Minha preocupação atende pelo nome de Mike Anderson. Ainda não consegui confabular alguma teoria de até que ponto ele vai ser influente na temporada. O que ficou claro é que o cara é inteligente. Mais do que qualquer um ali no Departamento de Homicídios. Ele pensa duas, três, quatro vezes. Organiza quadros, teorias. Isso pode ser tanto bom quanto ruim. Fico com medo de transformarem ele em (novamente!) um novo Doakes ou de jogarem-no num romance com a Deb. Toda aquela cena do “Eu sou casado” foi bem estranha, não é? Só não foi mais estranho que o novo estagiário do Masuka, que agora é um nerd. Eu não consigo aceitar que a trama da menina louca pelo ITK tenha simplesmente acabado assim. Tem que ter algo mais nessa história vindo por aí.

Brother Sam: Tô torcendo por você.

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PS. Mais um episódio sem LaGuerta? Onde a gente assina pra continuar assim até… sei lá… o fim da série?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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