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Dexter – 6×07 Nebraska

Por: em 19 de novembro de 2011

Dexter – 6×07 Nebraska

Por: em

Provavelmente, Nebraska foi o episódio de Dexter que mais dividiu os fãs em toda a sua história. Não consigo contar nos dedos o número de opiniões divergentes que li quanto a ele, antes e depois de assisti-lo. Entendo quem critique o fato de termos um episódio praticamente filler quando estamos a 5 do final dessa temporada. Por outro lado, acho que era o caminho mais apropriado a se seguir, após o “retorno” que vimos semana passada – não é como se o fato fosse ser simplesmente ignorado ou jogado aleatoriamente no dia a dia do Dexter. De uma forma ou de outra, a série precisaria lidar com isso e eu até preferi que isso fosse abordado logo, pra que nas próximas semanas voltemos o foco para o DDK (adorei o apelido), já que essa trama ainda não “decolou” de vez. De qualquer forma, me colocando de um lado, eu gostei do episódio, mas com algumas ressalvas aqui e ali que me fizeram levantar a sobrancelha.

“Essa é a parte fraca de você que eu não suporto.”

A presença do Rudy como “consciência má” do Dexter não me incomodou. Gosto muito do Christian Camargo e a construção que ele deu ao Ice Truck Killer foi sensacional – eu o coloco pouca coisa abaixo do Trinity na lista de “vilões” de Dexter. Provavelmente, o que eu mais gostei na presença dele neste episódio foram os diálogos com o Dex questionando o que ele tinha se tornado. Tem muita gente que critica a recente humanização que foi imposta ao personagem e acredito que a intenção dos produtores era fazer com que essa parcela do público se visse nas palavras do irmão do Dexter. Em alguns momentos, as situações soaram um pouco exageradas – a cena do carro é um exemplo claro – mas no geral, eu acredito que o recurso funcionou bem.

Além de ter nos transportado um pouco de volta ao tempo em que o Dexter era um cara frio que fingia ter sentimentos. Foi bacana ver esse back to basics dele, seguindo os instintos sem se importar com um código exato. Depois do assassinato do Sam semana passada, já era esperado que, de alguma forma, o personagem explodisse. Claro que não foi uma explosão tão intensa quanto a que houve pós-Rita (e nem poderia), mas não tem como negar que essa entrega total do Dexter ao seu lado sombrio tem a ver com a recente perda do amigo. É preciso ressaltar que, mais uma vez, Michael C Hall estava sensacional, construindo a personalidade mais dark do Dexter na medida exata e Christian Camargo não ficou atrás.

O retorno à história do Trinity foi outro ponto interessante (o Hello, Dexter Morgan foi sensacional). Depois de ter visto a promo (prometo que nunca mais faço isso!), eu esperava que a situação tivesse um pouco mais destaque e que seguisse uma linha diferente. Uma das minhas ressalvas com o episódio foi especialmente o fato de, no fim das contas, a menina ter se matado e não ser morta pelo irmão. Me pareceu uma saída fácil que o roteiro encontrou pra impedir o Dexter de matar o rapaz. Eu já imaginava o Dexter tendo que matar o garoto e, ao mesmo tempo, debatendo consigo mesmo se um filho de serial killer NECESSARIAMENTE precisa ser um serial killer e pensando em como fazer para tentar salvar o Harrison desse tipo de destino – embora essa questão não tenha sido esquecida, por aquela cena em que o Rudy pede que o Dexter mate o Jonah e o Dexter responde que ali poderia ser seu filho.

Mas o que eu realmente achei mais interessante em toda o retorno do Rudy foi o modo como a série decidiu tratar o personagem, não como um fantasma comum, mas quase como um personagem de carne e osso, que come hambúrguer e toma Milk-shake. Lembro que muita gente – inclusive eu – começou a descartar a teoria do Gellar ser uma projeção da mente do Travis exatamente por não acreditar que ele poderia ser responsável por ações físicas. Me pergunto se esses momentos do Rudy no episódio não foram exibidos exatamente com o intuito de criar esse tipo de dúvida na cabeça do espectador ou até mesmo confirmar a teoria.

Nebraska também trouxe uma outra sequência interessante a respeito disso: A que vemos o Gellar dissecando crocodilos. Nos episódios anteriores, ao ver o fato eu certamente descartaria veemente a teoria do Gellar-fantasma, mas aqui ela só me faz ter ainda mais dúvidas. Só espero que não enrolem isso por muito mais tempo. E particularmente, eu ainda prefiro que o professor seja de carne e osso. Imaginem uma cena com um confronto direto entre Edward James Olmos e Michael C Hall? A história do Doomsday Killer praticamente não andou nesse episódio, excetuando o debate interno do Travis, que finalmente deu um grito de liberdade – embora eu ache que isso não dure muito. Essa cena em questão (e toda a situação instaurada e o depoimento da garota de que eram 2 sequestradores) foi uma das que me deu um pouco de esperança de que o Gellar não seja um fantasma.

Contrariando minhas próprias expectativas, a cena que eu mais gostei no episódio foi o “acerto de contas” entre a Deb e o Quinn na delegacia. Finalmente ele parou de ser um idiota e fez o que deveria ser feito. Todo o diálogo dos dois e aquele beijo fez com que eu abandonasse minha teoria de que veríamos a Deb aceitando se casar com ele ao fim da temporada. Toda a construção da sequência deu um tom de “acabou”, como se realmente fosse o fim definitivo do casal. Assim eu espero. Quero muito que a história da Deb na próxima temporada seja lidar com o segredo do irmão, que eu espero que venha a tona – ao menos pra personagem – na season finale que veremos em 1 mês.

Continuo procurando alguma função para o casinho entre a irmã do Angel e o novo estagiário do Masuka (cujo nome eu sequer consigo me recordar agora) do que roubar tempo de tela e não consigo. Ok, ele é realmente inteligente e no episódio passado pareceu desenvolver algum tipo de obsessão pelo Dexter. Juntando as duas coisas, será que podemos chegar a algum cenário interessante no futuro ou é só a série tentando preencher o tempo dos episódios? Só o tempo vai dizer mesmo. Ainda espero algum tipo de explicação maior para a loirinha e a luva do ITK (embora isso possa, como alguém mencionou nos comentários, ter sido apenas uma menção ao personagem, para construir sua volta).

Outras observações:

  • Laguerta voltou para irritar, né?
  • O game que o estagiário começou a construir é interessante.
  • “I would kill myself, but it would add to my murder total for the month” – Deb sempre com as melhores frases.
  • Mais alguém acha que a morte do cara com o tridente ainda vai render alguma coisa?
  • Dexter oficialmente renovada para a 7ª e a 8ª temporada – que provavelmente devem ser as duas últimas.

Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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