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Dexter – 7×07 Chemistry

Por: em 13 de novembro de 2012

Dexter – 7×07 Chemistry

Por: em

Parando pra analisar o cenário desenhado nas últimas semanas, acredito que, no que diz respeito a ação propriamente dita, essa temporada de Dexter já atingiu seu limite e devemos ter momentos de tirar o fôlego de tanta tensão apenas nos  episódios finais. Se isso é ruim? Nem um pouco.

Esse já parece ser o ano mais focado em desenvolvimento psicológico e, as vésperas do gran finale, isso é ótimo.

O único “pecado” de Chemistry tenha, talvez, sido sua obviedade em um ponto. Coloquei pecado entre aspas porque não sei se dá pra classificar isso como problema ou se, depois de sete anos, eu já me acostumei a fórmula da série, de modo que alguns passos se tornam previsíveis. A partir do momento em que o Price começou a “ameaçar” o Dexter e a Hannah, eu tive certeza de que ele não passaria destes 52 minutos.  Minha dúvida era sobre como ele seria assassinado. Por mais que já fosse esperado que a Hannah desse seu “jeito”, eu cheguei a cogitar a possibilidade do Dex quebrar seu código e matá-lo. Seria uma mudança e tanto.

Tenho que elogiar o modo como o crime foi cometido. Quando o escritor caiu morto no chão do Dexter, eu já estava reclamando comigo mesmo que, depois de saber quem era a Hannah, seria uma estupidez IMPERDOÁVEL e até mesmo um furo de roteiro que ele aceitasse algum tipo de suco envenenado dela e morresse assim. Talvez isso seja ainda reflexo da falta de confiança nos roteiristas que eu adquiri nas duas últimas temporadas e que, só agora, vem sendo colocada em cheque diante da construção narrativa que eles estão apresentando nesse ano. O lance da caneta foi bem sacado.

Muita gente – muita mesmo – tá torcendo o nariz pra relação do Dexter com a Hannah, mas ela é a primeira “parceira” dele que não me incomoda e o próprio Dex explicou o motivo. A Lila era uma personificação de seu lado maligno, a Rita era uma válvula de escape do que ele é realmente é (embora eu não negue em momento nenhum que ele tenha gostado de verdade dela, porque ele gostou) e a Lumen apareceu em um momento de fragilidade dos dois. A Hannah é a única que aceita o Dexter por inteiro. A luz e a sombra. Talvez porque, até certo ponto, ela seja realmente igual a ele. Uma curiosidade que eu tenho é de saber de onde vem seu instinto de matar. Se é algo primordial, impulsionado por alguma tragédia ou sei lá.

O Price morto, além de confirmar a maldição da Deb pra escolher homem (te cuida, Quinn, você é o único que ainda tá bem!), traz uma nova perspectiva para a relação do Dex com a Hannah não apenas por eles agora “compartilharem” um segredo maior, mas por colocar a Deb DE VEZ na jogada. Ela agora tem certeza de que a Hannah é uma assassina e não vai descansar até que ela pague pelo que fez.

Eu me surpreendi com a cena final. Muito. Não esperava NUNCA que a Deb um dia pediria ao Dex para matar alguém. Dado ao momento (a morte do Price, ela escutando a confissão da Hannah gravada), é claro que foi uma ação feita mais por desespero do que por qualquer outra coisa. Não sei, contudo, se isso significa que a Deb já aprendeu a lidar com o dark passenger do irmão. Talvez tenha sido um lapso ou, como eu acredito, um real progresso, mas que vai pro chão a partir do momento em que ela descobrir que ele está ligado à Hannah. E não é apenas uma conexão sexual. É como ele próprio definiu no voice over: Química, mistura. Os dois realmente funcionam juntos.

Daí, eu não faço ideia dos rumos que essa história pode tomar. Mesmo em uma pequena cena, a trama do Bay Harbor Butcher continua a todo vapor e aparentemente a LaGuerta já pode começar a ligar o Dexter a alguma coisa mais cedo ou mais tarde. Não acho que a Deb teria coragem de entregá-lo a polícia, mas também não imagino que atitude ela pode tomar ao descobrir que ele e Hannah estão, teoricamente, juntos, mesmo que não no sentido propriamente dito da palavra.

Em plano de fundo, ainda tem o Isaak. Eu continuo intrigado pra saber que tipo de relação ele tinha com o Viktor. A reação dele ao modo como o Dex descreveu a morte do cara não foi natural e eu sou capaz de apostar que, sim, tem alguma coisa a mais pra ser descoberta aí.

A sonoplastia daqui merece um comentário à parte. A cena perto do fim de Hannah desabafando verdades sobre sua vida para o Dex já seria a melhor do episódio, mas a trilha sonora meio mórbida, meio sombria e meio intimista deu um toque especial. Me senti assistindo a um filme do David Fincher.

Assisti ao episódio duas vezes antes de escrever e, colocando em palavras, percebi que ele foi meu favorito nessa temporada, mesmo com o ritmo bem mais lento do que os anteriores e apostando nesse clima mais pessoal e subconsciente.

Agora faltam só 5 e se, a essa altura, ano passado, tudo o que eu sentia era medo, agora eu tô realmente animado e contando os dias para que o novo episódio chegue. E não sei se sou eu… Mas tenho quase certeza de que teremos um season finale épico. Disposto a acreditar novamente, eu estou.

 

PS. Até mostrar alguma utilidade, tudo que Quinn e Batista vão ganhar vão ser P.S’s.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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