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Dexter – 8×10 Goodbye, Miami

Por: em 11 de setembro de 2013

Dexter – 8×10 Goodbye, Miami

Por: em

Because for the first time in your life, you think you’ve got something to lose.”

Nessa semana e na próxima, a Marina estará ausente por alguns motivos pessoais. Por isso, coube a mim comentar com vocês Goodbye, Miami e o próximo episódio. Mas ela estará de volta a tempo pra review do tão esperado series finale. Sem mais delongas, entrando em sua reta final, Dexter se envereda por rumos que não agradam a maioria dos fãs. Lembro de ter lido, semanas atrás, algumas declarações dos produtores sobre o final. Basicamente, o que eles diziam era que muitos não gostariam do desfecho, mas que eles precisavam ser honestos com o que eles acreditavam que era Dexter – como pessoa e como seriado.

Dexter-Hannah-Harrison

O quote da Vogel que abre o texto é a síntese perfeita do atual momento do seriado. Sem querer entrar em velhas discussões, mas acho que os recentes acontecimentos encerram de vez o velho debate sobre a psicopatia do Dexter, que ronda os grupos de discussão da série desde os seus primórdios. O bacana é que a impressão que fica é que os próprios produtores sentiram essa necessidade. A figura da Vogel, durante toda a temporada, representou o público cético, que achava impossível Dex poder nutrir qualquer tipo de sentimento. Vendo diante dos seus olhos o sentimento que ele nutre por Deb, Harrison e Hannah, Vogel foi obrigada a rever seus conceitos – e percebe-se que a intenção do roteiro era levar seus espectadores ao mesmo questionamento.

Dexter ama Hannah. Da maneira distorcida dele, talvez, mas ama. Ela foi a primeira pessoa com quem ele finalmente pôde ser ele mesmo, sem barreiras, sem cobranças. A primeira que o entendeu e que o aceitou exatamente como ele é. A decisão de fugir para a Argentina e começar uma nova vida ao lado dela e do filho desagrada a muitos, mas não acredito que chegue a ser incoerente, por ser o ponto chave da virada do personagem, o momento em que ele deixou realmente de ser apenas um monstro sem sentimentos e se mostrou um ser humano. Se a fuga do país vai acontecer, eu não sei. Duvido muito. Mas os vários momentos deste episódio que mostram Dex, Hannah e Harrison como uma família deixam claro que essa é a verdadeira intenção do personagem. Mais além do que a necessidade de fugir para que Hannah não seja presa, existe a necessidade emocional.

O fato de Hannah se colocar em risco, levando Harrison ao hospital para fazer o curativo, acaba mostrando que a fuga também representa pra ela muito mais do que uma nova identidade em um novo país. É uma nova vida. Correndo o risco de soar romântico demais (porque até eu não acredito muito nessa coisa), o que aconteceu entre Dexter e Hannah foi um encontro de duas almas danificadas e que decidiram tentar se “curar” juntos.

É diferente do que ele tinha com Rita, se dividindo entre marido e serial killer. É diferente do que ele tinha com Lila, sendo quase um brinquedo. É diferente do que ele tinha com Lúmen, com ele fazendo o papel de justiceiro. Com Hannah, ele é Dexter. Apenas Dexter. Desagrada a muitos esses rumos românticos da história? Talvez. Mas todo o ponto psicológico envolvido aqui me faz ficar extremamente satisfeito com esse ter sido um dos pilares da última temporada da série.

Deb Harrison

O outro ponto aqui é: Dexter acaba, de certa forma, preterindo Deb. 

É claro que não é como se fosse uma escolha, e também não acho que seja possível acusar o personagem de egoísmo, mas há alguns fatores que precisam ser levados em conta. Deb descobriu a vida dupla do irmão há pouco, demorou a se “acostumar” com aquilo e quando achou que estava bem com tudo aquilo, ultrapassou seus próprios limites e matou LaGuerta para que o irmão não fosse preso. E a gente nem tá colocando nessa equação a paixonite que ela sentia.

Curioso é ver, contudo, que depois de Vogel, os dois conseguiram reconstruir sua relação e nem mesmo a presença de Hannah parece mais problema. O fato de Deb protegê-la, mesmo que por Dexter, me surpreendeu um pouco e mostrou que talvez a personagem finalmente esteja pronta para seguir em frente. Seu retorno à Miami Metro, o beijo em Quinn… No fim das contas, por mais que Dexter não perceba, o que o roteiro tenta passar é que essa possível ida dele pra a Argentina poderia fazer mais bem do que mal a Deb. Seria o momento em que a personagem jogaria fora o peso enorme que carrega nas costas – o de protegê-lo. E, assim, seguiria sua vida, como já começou a fazer.

O que me preocupa é que, com o final tão próximo, me pergunto se todas as coisas se acertando para a tenente não significam que ela vai morrer no derradeiro episódio.

Vogel-Saxon

Como nem tudo são flores, a única coisa que não funcionou muito bem nessa temporada final foi a história do Brain Surgeon. E, vejam bem, falo do serial killer, não de Vogel, que foi elemento chave. A 7ª temporada foi tão boa por renegar esse formato do “grande-vilão-da-temporada” e eu até entendo que era preciso um clímax pra reta final, mas ele poderia ser feito de outra maneira. Mas como nem sempre podemos ter tudo o que queremos, atenhamos-nos aos fatos.

1) A morte de Vogel me foi inesperada. E a cena foi um tanto quanto perturbadora. Acho que o mais marcante foi a frase dita pelo Saxon. “Mais uma vez, ela escolheu o filho errado.” A cena que encerra o episódio com Dexter se debruçando sobre seu corpo sem vida, garganta cortada e sangue manchando o chão, inicia o jogo de gato-e-rato entre os dois que deve dominar as duas últimas horas do seriado.

2) Dex ficou em dúvida entre ir atrás de Saxon ou ficar protegendo Hannah e Harrison. Parece que o remorso da morte de Rita o persegue até hoje.

3) Não dá pra prever os próximos passos do Saxon, mas eu apostaria que ele vai atrás da Deb. Matar Vogel na frente do ?Dexter me soou como uma guerra que estava sendo declarada.

O penúltimo episódio da série foi intitulado “Monkey in a Box.” A promo você confere abaixo:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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