Depois do chocante e polêmico episódio 03, está na hora de respirar fundo e ver como Julian Fellowes conduziu a trágica história de Anna. O assunto é delicado, então não existe meio termo: Ou ele resolveria perfeitamente ou faria uma grande cagada. Os dois episódios seguintes resolveram, em parte, a história. Vou contar para vocês o que achei sobre isso.
Episode 04
O quarto episódio se iniciou no dia seguinte ao que o anterior terminou. A forma em que o ato violento de Green afetou a relação de Bates e Anna foi de cortar o coração. Obviamente eu concordo com Mrs. Hughes, que deu bons conselhos à Anna. Não acho que Anna deveria ter escondido do marido, mas consigo entendê-la. É claro que Anna não tem culpa nenhuma, mas não é isso que a sociedade diz. Se em 2013 existem pessoas que tem a capacidade de dizer que ela deu espaço para isso porque “provocou” o valete, imaginem o que não diriam naquela época se soubessem – Acreditem ou não, eu li pessoas culpando a vítima em mais de um lugar.
O plano de Edna era óbvio desde o começo e fico feliz por ter falhado. A manipulação e arrogância dela era irritante. Tom estava mais confuso do que nunca e nesta situação, ele foi enganado. Se não fosse por Mrs. Hughes, ele teria caído como um patinho na conversa dela. Edna descaradamente o embebedou para conseguir dar o golpe da barriga, tudo para poder fazer parte da família Crawley. Mrs. Hughes – a confidente oficial de todos na série – deu até medo com a sua ameaça. Estou feliz com a saída da criada da série. Vá e não volte mais, por favor.
Gosto de Daisy, mas sempre acho difícil entendê-la. Neste episódio ela pareceu bem irritada com Ivy e até fez algumas “pequenas maldades” com a companheira. A história entre Alfred, Daisy, Ivy e James lembra muito os romances de ensino médio. Daisy e Alfred seriam fofos juntos, mas não acho que James deveria ficar com Ivy.
Mary e Gillingham tiveram uma história no mínimo estranha. O rapaz estava literalmente perseguindo ela, chegando a pedi-la em casamento depois de apenas alguns dias juntos – e ignorando completamente o fato de que ele já estava comprometido com outra mulher. Mary pareceu apreciar o tempo que passaram juntos, apesar de recusá-lo por não estar pronta para assumir um novo relacionamento. Parece que tudo não passou de um simples caso, mas Mary estava muito mais feliz e foi bom vê-la desse jeito novamente. Não gostaria que houvesse um real relacionamento entre os dois, então foi bom ter sido algo passageiro.
Antes da estréia da temporada já havia sido anunciado que a série teria o seu primeiro personagem negro. No meio daquele mar de pessoas brancas, Jack Ross definitivamente chamou atenção. Inclusive, que homem charmoso e voz deliciosa. Parece que Rose finalmente terá alguma utilidade, porque até agora ela só ficou de enfeite, tendo poucos momentos de atenção.
Estou morrendo de curiosidade para saber como esta história irá se desenrolar e mal posso esperar para ver Ross novamente. Nosso amigo Fellowes parece não ter medo de tratar de assuntos que são polêmicos até hoje. Quero saber como ele lidará com a questão do racismo.
As melhores frases do episódio:
Violet: “Se só tivéssemos pensamente morais, o que os pobres clérigos fariam?”
Mary: “Honestamente, Edith é tão misteriosa quanto um balde.”
Violet: “Ela é uma boa mulher, embora baste uma frase para tirar alguém do sério, há momentos dela que requerem admiração.” / Robert: “Concordo, embora esteja surpreso de ouvi-la dizer isso.” / Violet: “Não tão surpreso quanto eu.”
Episode 05
Aparentemente, passou-se algumas semanas desde o episódio anterior. Foi tempo suficiente para Anna ter certeza que não está grávida e para Edith suspeitar que está. Estou com um pouco de medo em relação a Edith. Mencionaram várias vezes, nos últimos 2 episódios, sobre os fracassos amorosos dela. A possível gravidez, o aparente sumiço de Gregson e tantas referências ao passado azarado da moça estão me dando um pouco de medo. Tenho muita esperança que as coisas deem certo para ela, mas a cada episódio que passa parece mais difícil que ela tenha um final feliz.
Foi muito triste ver a relação abalada do casal Bates. Entendo os motivos e receios de Anna, mas realmente acho que ela deveria ter contado. Esconder o que aconteceu só a corroeria com dentro e machucaria ainda mais, além de afastar todos que a amam. Pelo menos ela já havia contado (não exatamente por vontade própria) à Mrs. Hughes, porque não acho que ela sobreviveria tanto tempo guardado isto para si mesma.
Gostei da forma que Bates lidou com o problema. Ele a pressionou bastante, mas em nenhum momento achei que ele deixou de ser amável com a esposa. Ele queria saber o que estava errado e é, inclusive, direito dele saber o motivo do casamento parecer estar acabando. Bates ama muito Anna e ele a tratou com toda delicadeza e carinho necessário quando descobriu. Ficou claro que ele partilhou o sofrimento com ela, o que ajudará a consertar a relação e ele dará o apoio que Anna precisa para continuar a vida. Mas o que Anna tinha medo – e com razão – é que Bates fosse atrás de vingança. E isto é exatamente o que ele fará.
Com a saída de Edna, chegou em Downton uma nova criada, Mrs. Baxter. Sinceramente, gostei da personagem. Parece que ela será a nova Mrs. O’Brien, cheia de planos junto com Thomas. Mas a relação entre os dois é um pouco diferente, como se por algum motivo Thomas fosse capaz de controlar a nova criada. Baxter, é, sem dúvida, muito mais simpática e por isto os planos de Thomas tem tudo para funcionar. Seja lá o que ele está tramando.
Gosto muito de Isobel e dos caminhos que a personagem está tomando. No início da temporada ela estava bastante deprimida, mas nestes dois últimos episódios ela fez bastante força para se recuperar. Até mesmo foi capaz de aceitar que Mary tivesse um novo interesse romântico. Tudo bem que seria bastante egoísta achar que Mary não poderia mais se apaixonar após a morte de Matthew, mas quem não é nem um pouco egoísta? Ainda que seja a coisa certa a fazer, é uma atitude nobre (e difícil!) da parte dela não querer se intrometer na vida de Mary.
Fiquei chateada de Alfred não ter conseguido o emprego de cozinheiro no Ritz. Ele é um rapaz dedicado e seria bom para ele ficar longe de James, que passa metade do tempo provocando-o. Gosto do rapaz, mas ele seria mais feliz como cozinheiro, além de dar a oportunidade de Moleseley voltar à Downton, ainda que para um cargo abaixo de seu treinamento. Mais uma vez vimos a arrogância de Carson quando ofereceu o emprego à Moleseley. Carson até tem boas intenções, mas ele é um homem muito difícil.
Considerações finais:
– O que a Lady Mary tem que não pode ficar um minuto solteira que já tem uma fila de homens pegando senha para conquistá-la?
– Alguém mais ficou com a impressão de que James pode ter sabotado Alfred? Foi James que recebeu o correio, depois “inocentemente” perguntou para Alfred se aquela era a resposta do Ritz.
– Será que Tom vai mesmo se mudar para os EUA? Queria muito que ele ficasse mais próximo de Mary. Não quero que ele saia da série.
As melhores frases do episódio:
Mrs. Patmore: “Bom. Só estava checando se não estava começando uma revolução.”
Violet: “Pergunto-me se sua auréola não pesa. Deve ser como usar uma tiara 24 horas por dia.”
Cora: “Existe algo da atualidade que pode aceitar, sem resistência?” / Mrs. Patmore: “Bom, Milady. Eu não me importaria de me livrar do meu espartilho.”
Violet: “Guerras foram travadas com menos fervor.”
Violet: “Ninguém se preocupa com nada tanto quanto você.
Sybbie: “Oh-ou”
