“Uma coisa que você aprende é que nunca se sabe o que está pra acontecer”
Se nos últimos anos ER tivesse sido, mais vezes, agraciada com episódios como esse, talvez tivesse conseguido chegar à maioridade. Não que seja uma despedida precoce, mas é engraçado ver que o fim precisou ser agendado pra série conseguir brilhar novamente.
“A única regra é nunca relaxar.”
O episódio começa com um monólogo de Carter e um casal feliz, Morris e Diaz; o que nunca pode ser um bom prognóstico pra ER. Na hora em que Diaz deixa o apartamento de Archie, com o seu sorriso fica a certeza de que algo de errado vai acontecer. E não tarda. Mas era de se esperar, afinal, uma namorada policial? Estranho seria se nada acontecesse a Diaz e eles fossem felizes para sempre. E Morris, coitado, parece ser mesmo o novo mártir de ER. Depois da perda de Pratt, seu grande amigo, quando sua vida finalmente engrena, tudo volta a desmoronar.
E se pareceu estranho ver Carter voltar tão rapidamente ao comando, uma única cena é emblemática em explicar esse rápido retorno. Mesmo sendo tratado depois de passar mal com seus rins problemáticos, é Carter quem define o tratamento de Diaz, frente à indecisão de Brenner e Neela. Brenner, aliás, um poço de insensatez, pedindo a Morris que decida o tratamento da mulher que ama.
“E então vem o próximo passo, que é encontrar outra pessoa.”
E Carter estava certo. Podemos voltar a esperar criancinhas morenas com cabelos ruivos e sardas.
“Pode ser o lugar mais solitário do mundo, ou o que você vai para ter uma segunda chance. E, uma vez ou outra, se você for esperto, ou sortudo talvez, você acha exatamente o que procura aqui.”
Primeiro, um questionamento; desde quando Neela e Morris são tão amiguinhos a ponto de Neela ir a sua casa? Mas é nessa visita camarada que acaba se tornando de Morris a tarefa de contar a Neela o passado de Brenner, mesmo que acidentalmente. E, sinceramente? Não lembrava que isso já havia sido mencionado na série, muito menos pra Morris. O que só mostra o quanto Brenner é um personagem “querido” por todos.
“No final das contas você escolhe: negar ou encarar.”
O surgimento da mãe de Sam nos faz lembrar outra mãe, a de Abby. As duas um verdadeiro problema na vida das filhas, com a diferença de que pelo menos a mãe de Abby tinha uma doença que explicava seu comportamento, a bipolaridade. Enquanto a de Sam, como ela mesma afirma, sempre se comportou daquela forma repulsiva e intolerante, independente do tumor.
“Eu achava que trabalhava em equipe, e eu não trabalhava. Até chegar aqui.”
Mesmo com uma abordagem mais leve, Jerry e Frank acabam tocando num ponto importante, e mostrando um lado essencial de qualquer emergência: aqueles que não são médicos, nem enfermeiros, mas sem os quais tudo desmoronaria. Também funciona como um acerto de contas com os coadjuvantes, principalmente Haleh e Chuny, que depois de perderem importância nos últimos anos, ganharam força nessa derradeira temporada.