Caio: O clima esquentou de vez em Dillon. E Fracture veio com exatamente essa intenção…nos deixar irritados com personagens legais através de suas ações e arrancar um baita sorrisão com uma participação mais que especial. Coach Taylor andando na corda bamba, amizades se desfazendo, recomeços e avaliação de amizades…tudo no melhor estilo Friday Night Lights.
Guilherme: Uma porrada de vezes no episódio eu tava revirando os olhos, pronto pra chegar aqui e falar mal de algumas coisas que me incomodaram, mas porra. Porra. Só com palavrão pra descrever aquela última cena. Me pegou completamente de surpresa o Matt aparecendo nos últimos segundos. A mesma mistura de alegria e de surpresa na cara dele ao ver a Julie provavelmente era a mesma de todo mundo que assiste FNL — sejam os que já estavam spoilerzados ou os que pularam da cadeira de empolgação na hora. Mas eu nem quero falar tanto do Matt. Primeiro porque vai ter muito mais pra comentar semana que vem, mas principalmente porque toda a sequência anterior do pep rally dos Lions já foi suficiente pra me deixar satisfeito. Aquela equipe tá completamente quebrada. Todas as vitórias e o sucesso dos Lions tão custando caro pra caramba, e quando o Eric solta o “Can you say victory?”, a resposta da torcida com certeza não é a mesma que ele sente. Temporada passada mostrou que derrota não é tudo. Esse ano é o contrário.
Caio: Todos que amam Vince já apontaram os diversos aspectos negativos de sua certa ingenuidade. Coach, Jess, Luke….entendo que o fator pai estar presente na vida dele e aparentemente colocando Vince em um pedestal o faz “cair em tentação”. Mas me da muita raiva ver esse garoto que tanto lutou na vida, sofreu, mas sempre escolheu os caminhos certos, estar errando e praticamente usando uma viseira, sem reparar no que acontece ao seu lado e quem está no lado dele. E não é só isso. Luke mistura toda a frustração da babaquice de Becky com a raiva de Vince e perde o controle; Buddy Jr, quando havia encontrado algo que o deixava feliz e o fazia ter amigos, acaba perdendo a chance; Billy e Coach Crowley se enfrentando na frente de todos os jogadores…ou seja, existe muita coisa para voltar ao normal. E ainda por cima Coach Taylor precisa escutar chantagem de um babaca como o pai de Vince?
Guilherme: Discordo de dois detalhes. Primeiro: eu não acho o Vince exatamente ingênuo. Justamente porque ele passou por tudo isso que tu falou, que pra mim fica compreensível ele querer mais e mais e mais participar desse sucesso prematuro que ele tá conquistando. Ele tá vendo com os próprios olhos um bando de gente babando pelo talento dele, e entre um campo universitário lindaço bem na sua frente e a palavra de um técnico num campo caído de uma escola caída… Ele vai pro lado tentador — e não por ingenuidade, mas porque ele merece aquilo. Agora, é claro também que ele perde total a razão quando se transforma no cara egocêntrico que tá virando. Afinal, foi aquele campo caído de uma escola caída que o fez receber toda essa atenção. Mas ok, ele tem 17 (!) anos. Tá na idade de fazer merda e tomar porrada pra aprender mesmo.
E o outro detalhe que eu discordo: Becky. Não achei babaquice MESMO ela fugindo do Luke. Eu gostei pra caramba do desenrolar das coisas nesse episódio, porque até agora na temporada parecia que a gravidez dela tinha sido esquecida. Não faz sentido eles ficaram bem de uma hora pra outra, ainda mais quando os pais do Luke ano passado armaram uma comoção na cidade inteira por causa do aborto. Ela precisa ter MUITO cuidado ao se reaproximar dele porque todo o passado que eles já viveram já é motivo suficiente pra talvez eles nunca conseguirem montar uma relação completamente em paz.
Caio: Sei que todas essas histórias tem um pano de fundo muito bem explicado. Inclusive da gravidez da Becky, que também fiquei feliz ao lembrarem. Só acho que ela precisa tomar decisões. Durante o tempo todo ela vem sendo empurrada por diversas emoções que as fizeram rir, chorar, ir de um lado para outro. Becky não é burrinha como parece, mas precisa e está na hora de dar um basta e resolver viver, tomar uma decisão e aceitar as consequências que vierem com ela. O bom mesmo é que tem gente do seu lado. E realmente não me importo se seja Mindy e suas amigas strippers. Elas fizeram festa e foi realmente muito divertido. Não que o resultado tenha sido injusto…quem tem cara de Miss era Lyla, mas espero mesmo que Becky não pare para avaliar suas amizades. São as únicas que ela tem e que estão lá por ela.
Já do Vince, eu continuo achando muita sacanagem. Mesmo eu na minha pior fase aborrecente nunca virei as costas para quem me ajudou a crescer ou me estendeu a mão quando estava no chão. Tudo bem, daí já é entrar em um estudo mais aprofundado e um tanto de envolvimento particular com a trama, mas não consigo engolir facilmente. Não que esteja ruim na série, ao contrário…ela incita a nossa raiva e nosso desejo de vingança quando se trata de Ornette, mas me irrita porque vemos tantas crianças por ai que nunca tiveram nada e mesmo assim continuam humildes quando viram estrela que pra mim isso seria o normal. É só questão de eu receber uma pancada da cabeça (como seu parágrafo acima) e analisar a questão de outro ponto de vista.
Guilherme: Ué, mas ela tomou uma decisão: resolveu se distanciar. E o concurso foi mó divertido. Vou ficar torcendo pras amigas da Mindy voltarem. E sobre a trama do Vince, até o Ornette eu acho que não é TÃO vilão assim. Ele precisa ter aquele jeito escroto, porque a gente precisa apoiar o Coach e ficar do lado do protagonista, mas ele tá querendo o melhor pro filho. Perdeu todo o tempo com ele enquanto tava na prisão e agora ele tá tentando ajudar da maneira que acha que é certa. O problema é o jeito como se conduz as coisas, e aí sim eu acho que ele tá completamente errado. Assim como a série tá completamente errada com aquela história da Epyck. Não engulo. A garota não tem nada a ver com nenhum dos personagens, e o mais triste é que parece que ela só existe pra dar algo pra Tami fazer. Mas ela merece tão mais do que isso.
Caio: Concordo totalmente com Tami. Poxa…Epyck não é nenhuma Tyra cheia de simpatia e presença em cena. É uma garota frustrada, chata e sem sal. Connie Britton tem tanta coisa para explorar que poderiam dar uma trama diferente para ela. Fizeram certo ao não dar bola para Hastings, afinal não teria como transformar o cara no personagem preferido de ninguém na última temporada. Mas até Epyck, que é uma recorrente, tem mais história que o cara cujo ator tem o nome na abertura da série. Dá para excluir totalmente as cenas de Tami na casa de Epyck, as conversas e brigas. Tami já valeu pela cena com Derek e com o marido na cama, que com somente olhares e gestos, Britton consegue mandar bem. Não sei ainda muito bem o que pensar quanto as brigas de Billy e Crowley…só sei que ele é um Riggins…o sangue pulsa nas veias bem mais forte do que o normal.
Guilherme: Acho que não vai surgir nada de mais entre o Billy e o Crowley, talvez tenha sido só mais uma faísca pra mostrar como o negócio nos Lions tá indo ladeira abaixo. Riggins que eu quero ver de verdade mesmo é o Tim. A volta do Matt vai me deixar esperando qualquer um dos personagens originais aparecendo a qualquer hora agora. Enquanto não acontece, já tô satisfeito que a Julie finalmente tomou uma decisão certa e foi pros braços do melhor QB que essa série já viu. De longe.
Aprende com ele, Vince.
