Caio: Apesar de estar em constante subida no que se trata de qualidade, e sendo assim, apresentado ótimos episódios, preciso confessar que Don’t Go me atingiu feito soco no estômago e as lágrimas rolaram soltas. O espírito de equipe, união, GO LIONS, estava mais forte do que nunca e apreciei cada cena em que Ornette levou patadas do filho e da esposa. Esse episódio tratou de algo que estamos conversando a tempos né Gui…a saída de Coach de Dillon ou não. Como sempre disse, mesmo achando que mudanças são boas, nem todos as abraçam com força. Alguns sabem o que fazem de melhor e não encaro Coach ficar em Dillon como “estacionar” em sua vida. E ah…TIM RIGGINS IS BACK!!
Guilherme: O episódio me surpreendeu pegando de cara a questão da saída — ou não — do Coach e teoricamente já resolvendo tudo no final dos quarenta minutos. Não sei até que ponto a decisão dele foi 100% verdadeira — difícil não ter sido —, mas ao mesmo agora eu fico curioso pra caramba pra ver qual vai ser a trama principal dele nessa reta final. O principal deve ser levar os Lions pro State, mas e na vida pessoal dele e da Tami? FNL nunca foi exatamente conhecida por ser imprevisível, e mesmo que o final seja simples com a família ficando em Dillon e o Eric treinando mais uma vez o time de high school, esse episódio (e tantos outros em outras temporadas) deixa de prova que a série sabe trazer emoção pros momentos mais comuns. Como o Tim olhando pra família depois de voltar pra casa. Senti falta demais do jeito introspectivo dele, porque mesmo sendo meio grosso e sempre bloqueando ajuda, é essa sua personalidade fechada que mostra perfeitamente a força daquela comunidade, daquele grupo que a gente conheceu no piloto, não importa o que acontença e com quem aconteça.
Caio: O que me deixou intrigado com Tim é que, apesar de tudo que fez, existe uma mágoa interna terrível com Billy e estou super curioso para ver como isso será trabalhado nos três episódios finais. Juro que pensei que Buddy iria estragar as coisas com seu discurso, mas falou mais bonito que o Coach. Foi sincero e prometeu diversas coisas (como de costume do personagem). Ele não vai sair ganhando nada com a saída de Tim da prisão. Até então vimos Buddy agir em detrimento do time de futebol, mesmo que isso saísse de sua verdadeira linha de pensamento. Mas com Tim a coisa foi diferente. Até pensei que ele estava tentando ganhar ainda mais o respeito do Coach para que ele ficasse em Dillon, mas soou tão natural que não há como não achar sincero. A cena com Tim e Coach foi bonita e um dos momentos especiais do episódio. Fico imensamente feliz de tê-lo na série novamente, só espero mesmo que sua volta não complique o relacionamento de Luke e Becky, o que, infelizmente, será inevitável.
Guilherme: A raiva pra cima do Billy é bem característica do Tim, mas ao mesmo tempo fica meio estranha na história, porque a decisão de encarar a responsabilidade toda e deixar o Billy cuidando da família partiu dele próprio. Se essa mágoa continuar nos últimos episódios, vou ficar torcendo pra que ela soe mais natural, ao invés de parecer um conflito final só pros dois se reacertarem lá pelo series finale. Sobre Luke e Becky, é bem capaz que o Tim acabe tendo algum envolvimento no meio da relação, mas o episódio mostrou os dois funcionando TÃO bem. É meio cruel imaginar eles se separando logo agora quando tudo tá tão perfeito. Além disso, Tim é um cara sozinho por natureza. Lobo solitário. As relações nunca dão certo por muito tempo. A garota dele é o Texas.
Caio: As cenas com Luke e Becky foram realmente lindas. Não sei se o fato dela estar gostando de trabalhar no bar de Mindy ainda gerará problema, mas espero mesmo que os dois terminem juntos. Não faço ideia de qual será o futuro deles. Luke não recebeu nenhuma proposta até agora e parece um tanto quanto conformado em ficar em Dillon e até virar um verdadeiro fazendeiro como o pai. Becky aceitou a ideia e iria ficar ao lado dele. Pra mim, isso já seria um ótimo final para o casal, porém, não sei se a série seguira essa minha lógica. Mas por outro lado é muito legal mostrar um atleta que teria tudo para dar certo, amando futebol, mas não seguindo carreira nesse ponto. Até então os outros não tiveram muita escolha. Tim teve uma vida complicada, nunca teve muitos recrutas atrás dele. Matt quis seguir sua própria vida e Jason…bom, ficou paraplégico. Só Smash que conseguiu algo com o futebol e acredito que o mesmo acontecerá com Vince agora que, até que enfim, ele caiu na real e confessou para o Coach como o idolatra. Emocionante ao extremo.
Guilherme: Luke deve acabar indo pra faculdade, mas direcionado pra esse lance de campo, fazenda, animais mesmo. A Tami conversando com ele deu a dica: o que ele sabe fazer? Carreira em qualquer esporte é difícil pra caramba, então o jeito é aproveitar tudo o que ele aprendeu com a família trabalhando nesse lado rural. E ele gosta disso, seria um final feliz pro personagem. E na verdade isso é até uma das coisas que não me empolga muito. Não o destino do Luke em si, mas o fato de todo mundo estar meio que encaminhando pra um final feliz. Não quero ver todo mundo sofrendo no series finale nem nada, mas me amarro na ideia de um final mais inconclusivo, que mostre que a série contou tudo que tinha pra contar, mas que não deixe transparecer que todos os seus personagens chegaram no ponto máximo de suas vidas. Com o Ornette por exemplo. Será que agora que o Vince deu aquele coice lindo, ele percebe como tava sendo idiota e se transforma num suposto pai ideal?
Caio: Ah não, eu também não acho que isso deva acontecer. É muito final de novela. Ornette deve continuar sendo esse escroto, porque no fim, é isso que ele é. O certo é a mãe de Vince perceber e se separar, continuando a vida com o filho. Também não concordo quanto a um final feliz para todos. Acho que Tim sempre será aquela incógnita que ninguém sabe responder e continuará sendo ele mesmo. Coach e Tami, mesmo felizes com a escolha que fizeram de permanecer em Dillon, nunca deixarão de se questionar se foi a decisão certa e de como seria caso se mudassem. Isso, por si só, já é um diferencial, e bom. O discurso dos jogadores, principalmente de Luke e Tinker foram excepcionais. Não teve como não conter as lágrimas, ainda mais que nada foi forçado. Foi de coração (menos Vince, mas que se redimiu depois). Quanto a ele e Jess também acho que a série deveria deixar no ar o relacionamento deles. Não exatamente no ar, mas mostrar que eles iriam tentar novamente, não necessariamente vivendo felizes para sempre já na series finale.
Guilherme: Os discursos foram demais. A maioria foi BEM simples, mas mesmo que houvesse segundas intenções de convencer o Coach a ficar, todo mundo falou com uma sinceridade enorme. E no final das contas, isso é o mais importante. A oferta na Flórida pode ter sido extraordinária, com salário e liberdade gigantescos pra comandar a equipe universitária, mas é quase impossível que lá ele encontrasse o conforto e o carinho que tem com os moleques de Dillon. Semana passada a gente falou muito sobre ‘crescer’, só que a hierarquia nem sempre é simplista igual às folha de pagamento: high school < universidade < futebol profissional. É brega pra caramba falar isso, mas é real: o que Eric perde em grana, ele ganha em sentimento.
Caio: Exatamente, e do lado dele ele tem pessoas excelentes e que o completam. Gracie Bell esteve mais fofa do que de costume e Tami deu show na palestra. Nunca é longe demais para ir e ela sabe disso. Ela dá tudo de si para ajudar aqueles adolescentes e o incrível é que não soa impossível pensar nela sentando e conversando com cada um dos 500 alunos de East Dillon. Ela pode e faria tudo com a maior vontade e determinação. No final do dia, Coach não quer ter só dinheiro. Ele quer uma esposa e filhas felizes, deitar a cabeça no travesseiro e pensar que fez o melhor que pode, sendo o mentor de diversos garotos que, como bem disse Vince, poderiam estar na cadeia, ou pior, mortos.
