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Friday Night Lights 5×12 – Texas Whatever

Por: em 5 de fevereiro de 2011

Friday Night Lights 5×12 – Texas Whatever

Por: em

Friday Night Lights Tami Taylor

Caio: Não poderia estar mais triste. Além do pequeno fato que só teremos mais UM episódio dessa fantástica série, os rumos da vidas de Dillon, ou pelo menos daquelas que nos valem a pena, estão mais incertos que nunca. Até então, por mais complicado que estivesse, Coach e Tami conseguiam segurar as pontas e seguir em frente. Agora, depois de Texas Whatever, até o futuro do casamento deles é incerto. Não sei o que acontecerá, mas se nem Eric e Tami conseguem sobreviver a tudo, então perco minha fé em qualquer casal do entretenimento.

Guilherme: Alguém na minha timeline comentou como era mais díficil ver Coach e Tami brigando do que os próprios pais. Por mais que seja brincadeira de Twitter, eu sou obrigado a dizer que, pra mim, é quase verdade. Não que eu seja um robô frio e calculista que só ligue pro que acontece na TV, mas porra. Se nem na televisão se consegue ser tão perfeito como os Taylor sempre foram… O que é que sobra pra gente do lado de cá? Até nas partes mais difíceis, eles sempre conduziram tudo com uma tranquilidade e uma naturalidade tão grandes, que agora quando a série tá se despedindo é complicado demais ver o casal numa crise tão pesada quanto essa. Mas deixando a emoção de lado e, agora sim, parando pra pensar como um robô frio e calculista: a trama é fantástica. É a prova de fogo que, ao fim de Friday Night Lights, vai efetivar (ou não?) o sentimento gigante que existe entre os dois personagens. E não é uma prova de fogo banal. Não é o clichêzão do álcool, do amante, do grande-segredo-nunca-revelado de tantas outras séries. São dezoito anos. Uma vida inteira baseada no emprego do marido. Na flexibilidade de toda uma família a favor DELE. O argumento de Tami não é nada fraco.

Caio: Todas as decisões de vida tomada por ele, Tami apoiou, foi atrás, se adaptou a todos os cenários que o emprego do marido exigia. Impressionante foi mostrar um Coach Taylor um tanto quanto egoísta. Ele sempre foi um cara muito gente boa, centrado, ótimo pai, marido e treinador. Agora quando o papel se inverte e Tami pede mudanças, ele sente na pele como é. Não faço ideia do papel que a série seguirá…não sei se Coach e Tami se separam, se eles ficam juntos e em Dillon, se eles saem juntos de lá. Mas não há como negar que o “você sabe que eu e seu pai nos amamos” de Tami para Julie foi muito “nos amamos, mas iremos nos separar”. É o emprego dos sonhos, de tudo o que Tami mais desejou na vida. E não é de graça, ela suou, e muito para conseguir essa vaga. Deu tudo de si, deixou pessoas entrarem em sua vida e na vida de sua família, sofreu ameaças, foi demitida, mas não deixou por menos e voltou a se erguer. Não é que eu não quero ver Coach feliz, mas ele já conseguiu muito mais do que a esposa e já teve muitas chances. Para ele, caso não aceite o emprego de treinador dos Dillon Panthers, certamente aparecerá outra oportunidade. Mas e Tami? Conseguirá algo tão bom se rejeitar o emprego da universidade?

Guilherme: O mais complicado é que, apesar de o Eric estar sendo BEM egoísta (A Tami dando os parabéns pela vaga quase garantida nos Panthers, comentando como ele não fez o mesmo pelo cargo oferecido a ela doeu. Pra caramba.), a temporada inteira funcionou como argumento pra ele querer tanto ficar em Dillon. Ele transformou aqueles moleques. É como o Vince falou pro encarregado da decisão East vs. West. A importância daquele time não vem apenas do futebol por si só. Mas sim do fator social do negócio. É aquela história que a gente vê no Brasil direto de como o esporte salva tanta gente que já tava praticamente encaminhada pra um rumo quase que sem volta. Então agora, quando Eric finalmente chegou ao ponto onde queria chegar, é difícil largar tudo isso que foi construído. Ainda mais quando a decisão de acabar com os Lions é tomada. “You’re gonna be the star quarterback in the Dillon Panthers next year. And you’re gonna shine.” São momentos como esse, do Eric com o Vince, que deixam praticamente impossível não torcer pelo trabalho do Coach numa cidade que precisa tanto de alguém como ele.

Friday Night Lights Coach Eric Taylor

Caio: Entendo todos os seus argumentos e nem consigo discordar Gui, o problema é que todo mundo merece uma chance, não só o Coach. Você disse exatamente o que ele fez…ela JÁ transformou a vida daqueles jogadores…Vince, Luke, Tinker, Hastings e de todos os outros. Deixa agora a Tami modelar vidas enquanto ele pode fazer isso tudo de novo em outro lugar. Ou então, se nenhuma das opções agrada os dois, só posso dizer que durou o tempo necessário para ser inesquecível. Como eu disse, Tami e Coach separados me faz perder a fé em casais na TV, mas se for para o bem dos dois personagens no final das contas (o que eu duvido, um precisa do outro) que seja assim. Porém, a gente só vai saber disso semana que vem. Esse episódio teve outro grande destaque e algo que a gente vem falando o tempo todo, como Dillon é repreendida pelos seus moradores adolescentes, mas quando eles crescem, é lá que querem ficar ou pelo menos a cidade se torna inesquecível, assim como é para a sempre fantástica Tyra Collette (Adrianne Palicki perfeitona, ainda morena depois de Lone Star). Já disse isso no episódio que Street apareceu: só em Lost a visita de um personagem antigo me fazia vibrar e lacrimejar, mas agora em FNL está sendo a mesma coisa. Quando escutei a voz da Tyra, meus olhos se encherem de lágrimas.

Guilherme: Lá na metade da temporada, uma coisa que tinha me deixado com um pouco de medo foi a volta do Street. Porque ele meio que voltou só por voltar, pra mostrar que já fez parte da história da série e merecia aparecer na última temporada. Mas depois eu fiquei mais aliviado, porque com Matt não foi assim. Com Tim não foi assim MESMO. E Tyra, se juntando ao grupo, também funcionou muito bem a favor da história, em vez de só fazer referência ao que seu personagem já viveu. A principal importância dela nessa volta é com o próprio Tim, pra tentar (e conseguir) tirar a ideia doida da cabeça dele de ir pro Alaska (apesar de lá também ser legal pra caramba). É engraçado como o namoro entre os dois acabou tão rápido, logo nos primeiros episódios da primeira temporada, mas a química deles sempre foi tão forte. Mesmo que eu tenha amado a participação da Minka Kelly na temporada passada, a Adrianne Palicki consegue passar que entre a sua personagem e o de Taylor Kitsch existe não só uma paixão no sentido romântico da coisa. Existe também um companheirismo muito muito forte. Um tá sempre pronto pra ajudar ao outro. No caso do Tim — sempre pronto pra ajudar qualquer um. Foi tocante demais a expressão de Tyra ao ouvir do sacrifício que Riggins fez pelo irmão.

Caio: As cenas dos dois nesse episódio foram todas bonitas demais. Exatamente como você disse, Tyra veio para ajudar em alguma coisa realmente. Suas palavras já fizeram Tim mudar de opinião quanto a se mudar e possivelmente mudarão sua postura quanto ao irmão. Ele já ficou surpreso ao saber que Mindy espera gêmeos por Tyra, mas foi ele que não deu chance pro Billy contar. Isso também me preocupa. O futuro do casal Riggins é complicado, porque só imagino Billy indo treinar os Dillons se Eric foi junto, ou quem sabe Buddy meche os pauzinhos e coloca Billy lá, porque ele precisa de um trabalho. São três filhos + Becky desempregada e Mindy sem poder voltar ao trabalho. É muita coisa e foi desesperador o choro dela na cama, assim como as esperanças dele ao perguntar ao Eric sobre o futuro e sair de lá com as mãos abanando. Incrível como a série evoluiu os dois personagens de uma forma com que a gente se importe demais e novamente, não sei o que esperar da história deles, só assistindo ao capítulo final para ver como a trama encerrará. Só fiquei realmente chateado com Luke, que não precisava tratar Becky daquele jeito logo depois dela se explicar direitinho.

Friday Night Lights Lorraine Saracen

Guilherme: O episódio foi pesado pra caramba. Até nas notícias legais como essa dos gêmeos, as consequências não são tão legais assim, porque tanto Mindy quanto Billy tão sem estabilidade financeira alguma pra sustentar três crianças. E igual tu disse, a série fez bem demais na construção dos personagens, e agora que eles ganharam todo esse carisma, seria cruel deixar os dois numa situação difícil no final da série. A mesma coisa com Becky e Luke. Ele foi MUITO escroto com ela, mas o que eles construiram nessa temporada merece terminar num toque mais alegre (se bem que com esse casal eu já não me preocupo tanto, porque apesar de eu gostar, na maioria das vezes é meio bobinho e fica num vai e vem mais fácil de prever). E ainda mais uma trama que contribuiu pro ar meio dark do episódio (que apesar das diversas histórias paralelas, teve um ritmo tão bom quanto o de The March), foi a aparição da fodíssima Grandma Saracen. Por um lado, é ótimo ver Lorraine de volta, junto com Matt, feliz. Mas por outro, é triste demais acompanhar como sua doença piorou.

Caio: Ah Grandma Saracen. Só eu tenho vontade de abraçar essa senhora? Ela é demais!! Mas como você disse, a demência dela piorou muito, nem lembrando que seu filho está morto. Matt e Julie devem terminar juntos. A vida dela gira em torno do Matt…sem ele, Julie só faz besteira e não amadurece. Por outro lado, ele também a ama demais e prometeu que os dois dariam um jeito. Da parte do Luke acho mesmo que ele e Becky voltam. Até porque a proposta que ele recebeu é bem fraquinha e na conversa com o Tim, percebeu que o melhor mesmo é ganhar o state, depois disso, nada mais importa. Sendo assim, imagino que ele fique na cidade e consequentemente com Becky. Mas falando de casal adolescente, gostei mesmo de ver Jess e Vince lutando juntos por algo que eles tanto amam, e no final, percebendo o quanto se amam também. Jurava que a escolha iria pender para os Lions depois da conversa de Vince com aquele cara, mas seria final feliz demais. É sempre bom um problema pra gente ter raiva, porque dai quando dá certo, o gostinho é muito melhor. O maior problema mesmo? É que esse gostinho Gui, a gente só vai sentir mais uma vez.

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P.S.: Absurdamente genial usarem ‘Devil Town‘ na hora da decisão sobre a escolha do time. É fantástico pela referência à primeira temporada, pelo contraste entre àquela ocasião (vitória no State) e essa, e pelo jeito como o título da música funciona perfeitamente pro momento que Dillon passa.

P.S. 2: Kyle Chandler também manda bem por trás das câmeras, né? Foi ele quem dirigiu esse episódio — algo que não fazia há mais de dez anos, quando dirigiu um episódio da antiga série que estrelava, Early Edition.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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