Depois de um primeiro episódio saído da primeira temporada e um foco diferente dos anteriores, Fringe volta a seu ritmo normal, trazendo experimentos científicos como a causa dos mistérios que norteiam cada episódio.

Johari Windown, de fato o primeiro episódio pós hiato traz em seus minutos iniciais um Walter ainda traumatizado com o sequestro sofrido no último episódio antes da pausa, e disposto a não enfrentar o medo de sair sozinho às ruas e enfrentar as aglomerações. Entretanto, seu trauma é logo deixado de lado quando a equipe se depara com o assassinato de três policiais em uma delegacia após um deles recolher um garoto que vagava, sozinho, por uma estrada que levava à pequena Edina, cidade pacata mas onde cada morador guarda um segredo, e todos são capazes de tudo para que tudo seja como sempre foi.

O mistério que ronda Edina é revelado aos poucos, por observações pontuais feitas por Walter (John Noble, mais uma vez, está maravilhoso em cena, convincente em cada detalhe), mesmo quando parecem um comentário inocente (como quando ele encontra uma borboleta pousada em um tronco) seja por dicas dadas por enquadramentos de cena, closes ou até mesmo a expressão dos personagens. E, como em todos os episódio da série, a obsessão de Walter pela música novamente aparece, mas desta vez ela é a chave para que o que acontece aos moradores fora dos limites da cidade faça algum sentido.

Companheira de Walter em todos os seus experimentos, Astrid mantém a posição de coadjuvante mas, desta vez, não tão atuante em cena. Já a parceria entre Peter e Olivia permanece forte, além de ser vital para a resolução do principal mistério em torno da cidade: porque o número de seus habitantes não muda com o passar dos anos. A dúvida, aliás, é levantada através dos vários closes na placa da cidade durante o episódio.

Porém, quem mais me surpreendeu em Johari Windown foi a postura adotada pelo agente Broyles. Sempre frio e alheio aos dramas pessoais dos membros de sua equipe, desta vez o agente não apenas demonstra sentir-se tocado (a sua maneira, claro) pela preocupação de Walter como também decide fazer vistas grossas a alguns detalhes do caso.

A emoção foi a tônica deste episódio, que mostrou um Walter cada vez mais entristecido com as consequências de seu trabalho, e um Peter orgulhoso da coragem de seu pai, mas preocupado com a possibilidade de uma recaída. Um sinal de que as mágoas do passado podem estar sendo deixadas para trás.