Após um final de temporada emocionante e cheio de revelações, Fringe retorna com força total e disposta a alimentar a expectativa criada com as últimas cenas exibidas há alguns meses. Uma delas (talvez a mais marcante) foi a troca entre “Olivias”, acontecida sem que nenhum dos personagens centrais deste lado do universo percebesse.
Esse evento, traumático para um dos lados, é o tema central de “Olivia”, que mostra a luta da agente Dunham para retornar à sua realidade, enquanto Walternativo e a equipe Fringe do universo paralelo tentam convencê-la de que seu lugar, ao contrário do que ela acredita, é ali.
Alternando a angústia da personagem para atingir seus objetivos com momentos de ação (como durante a perseguição ao taxi onde ela busca abrigo), o episódio optou por uma essência mais dramática, explorando inclusive a fragilidade de Olivia que, por conta de toda a sua situação, demonstra, em alguns momentos, estar em seu limite, como no momento em que ela chora no banheiro de um posto de gasolina.
É toda essa tensão que “dispara o gatilho” das memórias da outra Olivia, implantadas durante a estadia da personagem nos laboratórios do Ministério da Defesa (creio ser esse o lugar, já que não foi deixado claro onde era o cativeiro de Olivia).
Confusa diante dos fragmentos de uma outra vida que inundam sua mente, a agente do FBI parece incorporar elementos daquela “outra vida”, inclusive tendo um encontro emocionado com “sua” mãe, que parece ignorar tudo o que esteja acontecendo (o que, cá entre nós, é um tanto quanto difícil de acreditar, já que todos ali parecem ter sido manipulados).
Entretanto, essa calma de Olívia pode ser apenas parte de sua estratégia para convencer a todos ali de que ela aceita e reconhece essa realidade como sua, para ganhar tempo de montar uma estratégia de fuga (estratégia plausível, se levarmos em conta sua habilidade em assumir disfarces. Essa característica, aliás, foi ressaltada pelo “outro” Boiles, em forma de alerta).
Um dos candidatos a auxiliar seu retorno a esta dimensão é o taxista que a ajudou neste episódio. O personagem se mostrou tão comovido com a motivação de Olívia a retornar ao seu mundo que inclusive revelou a ela parte de sua história. E, ao final do capítulo, pareceu seguir o carro onde ela estava.
O segundo capítulo da temporada, aliás, deverá manter o bom ritmo, pois agora é chegada a hora de mostrar como a outra Olivia está se adaptando a nossa realidade. E, principalmente, como ela conduzirá o romance que parece ter iniciado com Peter. A aposta a se fazer é: quem desconfiará primeiro que ela não é quem diz ser?
Até a próxima semana.
Ps: Uma curiosidade que merece ser apontada é que no universo paralelo, todos os personagens “boa-praça” são representados como pessoas frias e até crueis. Um bom exemplo disto é o ajudante do laboratório de Walter, que em nossa dimensão é representado como alguém amistoso, enquanto na outra realidade demonstra ser um cientista frio e metódico, talvez tanto quanto o próprio Walternativo, que mantém sua versão de que os vilões estão “do outro lado”, não “deste” e que, portanto, devem ser combatidos, sob pena de destruir aquela realidade.