Depois de se centrar na rotina da “outra” Olivia em nosso mundo, o terceiro episódio da temporada de Fringe, “The Plateau”, mostrou o dia-a-dia da “verdadeira” agente Dunham no universo paralelo, derrubando uma especulação minha e de alguns leitores: de que Olivia estaria fingindo acreditar ser outra pessoa.
As cenas exibidas durante o capítulo deixaram claro que ela realmente assimilou a nova identidade. No entanto, ao mesmo em que sua mente parece ter aceitado a identidade imposta, algumas “peças” foram pregadas, confundindo não só a personagem como também boa parte dos personagens em cena, sobretudo o agente Charles, que começa a notar pequenas diferenças no comportamento de Olívia em campo.
Uma destas peças pregadas por sua mente é uma presença que não poderia deixar de faltar nesta realidade: a figura de Peter. Ao visualizar, e conversar, com aquela pessoa que ela desconhece, mas percebe ser importante, a dúvida sobre sua verdadeira identidade surge novamente na mente de Olívia. Aliás, o próprio Peter a alerta sobre a importância de não esquecer seu verdadeiro local de origem e, principalmente, quem ela realmente é.
Já dentre seus companheiros de divisão, a troca parece não ter sido notada, com exceção de uma pessoa: Charles. acostumado a uma parceira que costuma “seguir o protocolo” para não colocar sua vida em risco, ele se vê diante de uma nova Olívia, disposta aos maiores sacrifícios em prol do bem maior, como na sequência em que ela quase morre sufocada por desconhecer os riscos do ar rarefeito durante uma perseguição.
Essa desconfiança planta a dúvida no agente, que passa a olhar para Olívia com olhos de desconfiança. Entretanto, ele não consegue compartilhar com seu companheiro seus temores. Quer dizer, pelo menos por enquanto.
O caso a ser resolvido, aliás, merece uma menção honrosa. Colocar como “ameaça” um doente mental que teve sua inteligência aumentada graças ao uso de fortes medicamentos rompeu um pouco com a sequência de incidentes conspiratórios a que estavamos acostumados, dando um novo ânimo aos casos resolvidos pela divisão Fringe, que também merece um destaque especial, especialmente um de seus membros: Astrid.
Se a Astrid de nosso universo é bem humorada e mais “humana”, a cientista do outro universo é de uma frieza desconcertante. Para ela, todos os incidentes, por mais simples que sejam, podem ser resolvidos com variáveis matemáticas. Não há sensibilidade em seus raciocínios, apenas cálculos.
Isso assusta. Muito. Tanto quanto as atitudes de Walternativo em busca do controle na travessia entre os dois mundos, motivo pelo qual Olívia foi trocada por seu “duplo” e, principalmente, sua afirmação de que nunca havia deixado de ser um cientista mesmo após ter assumido um cargo no governo: apenas possuia um laboratório maior. O que prova que suas intenções com nosso mundo podem ser pior do que imaginávamos.
As diferenças entre os personagens dos dois mundos foram deixadas muito claras nos dois últimos episódios da temporada, especialmente em relação às duas “Olívias”. Agora, a pergunta que surge é: quais os próximos passos de Walternativo, e quando a troca será descoberta? Até a próxima semana.
Ps: Apesar da qualidade da história nesta nova temporada, a audiência de Fringe não vem alcançando números tão expressivos quanto em sua primeira temporada, despertando assim o temor de que a série seja cancelada de forma brusca (como sempre acontece quando os números não são o que as emissoras desejam). Então o jeito é torcer para que isso não ocorra.
