Após um longo e forçado hiatus, Fringe está de volta, e da melhor forma possível: respondendo a pergunta que não queria calar na mente de todo fã da série: Olivia estava mesmo fingindo ter aceitado pertencer ao outro universo?
A resposta para isso? Não, infelizmente. Apesar de acreditar piamente que a personagem sabia não pertencer a aquele lugar, hoje tive certeza de que ela havia aceitado como sua aquela vida. Aceitava sua mãe, o fato de que sua irmã havia morrido, que nunca tivera uma sobrinha e, principalmente, aceitava o relacionamento sólido que a outra Olivia tinha. Sua mudança era tão intensa que até mesmo sua expressão, que no nosso mundo carregava uma certa tristeza, tornou-se mais alegre.
Mas, como ficou muito claro hoje, Olivia finalmente entendeu que não pertence àquele universo. No momento desta descoberta, sua expressão mudou por completo, reassumindo aquele conhecido ar triste. E quem a ajudou nisso? Peter. Ou melhor, a parte de sua mente que insistia em não aceitar tudo o que lhe foi imposto.
A cada aparição do filho de Walter, Olivia ficava ainda mais perturbada. Mesmo ignorando sua presença, ouvia e era atingida por cada palavra dita por ele. Aliás, é dele o mérito (ou seria dela mesma, de suas memórias?), a resolução do caso da semana, que expos a possibilidade de regatar aqueles que ficaram presos no âmbar e, principalmente, mexeu com os sentimentos de Olivia.
Comovida com os esforços do irmão criminoso em libertar seu gêmeo que, na ânsia de impedi-lo de cometer um crime, ficara para trás, ela começa a se identificar com o drama do personagem, sua angústia em ficar preso a um lugar em que não pertence e, principalmente, à experiência em estar frente a frente com alguém exatamente igual a você, como quando Dunham conheceu seu “duplo”.
Por sinal, aqueles que prestaram bastante atenção ao episódio reconheceram facilmente a referência a um incidente ocorrido na primeira temporada de Fringe quando, durante um assalto a um banco, em que os criminosos atravessavam as paredes, um deles fica para trás. O mesmo modus operandi citado naquela temporada é relembrado nesta, porém é descrito de forma mais detalhada.
Outro ponto que merece ser lembrado neste capítulo é a experiência realizada pelo Walternativo para provar a capacidade da agente em atravessar os dois mundos. Se na primeira travessia seu contato com o nosso mundo durou apenas poucos minutos, na segunda tentativa este foi longo o suficiente para que ela realizasse uma ligação para sua sobrinha no dia de seu aniversário, informação passada a ela por Peter (ou a representação que sua mente faz dele).
A importância de Peter aqui é tamanha que é ele quem a instiga a repetir a experiência e buscar provas de que seu lugar não é naquele universo, verdade revelada por meio de um cartão postal com as torres gêmeas e a frase “Nós nunca esqueceremos”.
Apesar da importância de sua descoberta, Olivia prefere mentir ao secretário e dizer que sua segunda tentativa foi um fracasso total. Para sua segurança, talvez. Ou então para repetir a travessia e, quem sabe desta vez, tentar contato com algum de seus amigos deste mundo. Quais os efeitos deste eventual encontro é algo que, por enquanto ainda não sabemos, mas em compensação é o que mais espero desde que a troca entre as duas agentes foi revelada. Assim como os planos bélicos de Walternativo, que vem se tornando cada vez mais perigosos, já que o cientista está trabalhando de forma árdua para realizar, com sucesso, a travessia segura entre os dois mundos. É esperar para ver o desenrolar desta história. Se a audiência permitir que a série mantenha seu curso natural, claro.
Até a próxima semana.
Ps: Apesar de toda a euforia causada pelo suposto retorno de William Bell à história, os produtores de Fringe negaram a volta do personagem. Ou seja, Olivia terá de encontrar outros meios, e um outro colaborador, para retornar ao nosso mundo.
