“Dude, We are Lost”. Eu juro que tentei não pensar nessa frase, mas foi quase impossível não associar Jorge Garcia ao Hurley. Foi associação automática, ainda mais com seu personagem, um guarda prá lá de simpático que compartilhou com Walter algumas tragadas.
Aliás, ele foi totalmente sincero ao dizer que Walter era o melhor chefe que ele já tivera desde que ingressou na Massive Dynamics. Que outro chefe além dele dividiria um cigarro com seu funcionário, em pleno horário de expediente, e ainda compartilharia suas experiências sexuais com Yoko Ono na década de 70? Coisas que apenas Walter seria capaz de fazer.
Por falar em Walter, John Noble esteve maravilhoso em cena mais uma vez. Como poucos, ele soube dosar com perfeição os momentos de genialidade e loucura com a angústia e o medo do fracasso que ele demonstrou neste capítulo. Esta foi uma das poucas vezes em que vi Walter demonstrar tanto receio quanto ao futuro do nosso universo.
Não que antes ele não houvesse manifestado esse mesmo pessimismo, mas parece que agora, com o desdobrar das descobertas, a quase certeza de um apocalipse iminente o fez desacreditar de suas habilidades. Parece que, aos seus olhos, as partes de seu cérebro que foram retiradas prejudicaram e muito sua genialidade.
Aproveitando este tema, ao contrário do episódio anterior, quando Walter se parecia um cada vez mais com Walternativo, aqui é como se ele tivesse voltado a ser o mesmo que conhecemos desde o início da série, alternando momentos de tensão com outros mais leves, especialmente quando se trata de Peter e Olivia. Sua expressão a cada vez que os via juntos era hilária. Como a de uma criança que descobre algo muito engraçado.
Já que falei nos dois, depois que resolveu seus conflitos com Peter, Olivia agora parece outra pessoa. Aliás, está se parecendo cada vez mais com sua versão alternativa: mais leve, mais sorridente. Tão feliz que muitas vezes nem parece ser ela. Eu só me pergunto como ficará esta felicidade quando a gravidez de Bolivia vier à tona..
Voltando a Olivia, cada vez mais sinto que a temporada está caminhando para torná-la, junto com Peter, a responsável por decidir o futuro dos dois universos. Como se já não fosse suficiente ela possuir a capacidade de atravessar, de forma segura, os dois mundos, os roteiristas jogam essa bomba que foi ouvi-la falar como William Bel.
Aliás, o retorno do personagem pode ser a peça que faltava para que o funcionamento da máquina apocalíptica seja totalmente compreendido, impedindo o fim de um dos universos. Ou, quem sabe, ajudando na criação de um terceiro.
Mesmo assim, preciso confessar que, por essa, eu não esperava. Assim como Walter, eu acreditava que a consciência de William estariam junto a Nina, por causa da proximidade entre os dois. Agora, diante da escolha de Olivia como canal para a manifestação desta consciência, me pergunto se ela possui mais alguma habilidade que não conheciamos, e como estas serão trabalhadas até o final da temporada.
Com tantas perguntas lançadas e acontecimentos novos, como a descoberta feita por Walter de que sua travessia entre os mundos alterou as leis da natureza, Fringe com certeza tem gás para, pelo menos, mais uma ou duas temporadas. Espero que a audiência continue colaborando e mantenha o show no ar até, senão todas, a maioria destas dúvidas sejam respondidas.
Até a próxima semana.
Ps: Pode não ter sido com a intenção de descobrir os segredos de Peter que Olivia lançou a ideia de que os dois deveriam ser totalmente sinceros um com o outro, mas a estratégia foi perfeita, afinal ela acabou extraindo dele algo que ele dificilmente contaria agora (o fato de ele estar trabalhando na máquina) e, também que foi o responsável pelo desaparecimento dos discos de memória dos metamorfos eliminados por ele (destaque nesta hora para a expressão de horror nos olhos de Olivia quando ele confessa ser o responsável por tais mortes).
