Ahh Fringe, sempre nos surpreendendo. Quando a história para um universo não anda assim tão boa, surge o outro universo para compensar o desequilíbrio. Exatamente o que aconteceu em Bloodline, episódio que antecedeu o último hiatus antes do final da temporada.
Quase como um brinde ao anúncio de sua renovação para a tão esperada quarta temporada, depois de semanas de incertezas e baixas audiências, o capítulo trouxe de volta Bolívia, Walternativo e a divisão Fringe do universo paralelo, desta vez envolta em um único incidente: resgatar Bolívia, que havia sido seqüestrada por um misterioso grupo e levada a instalações que pareciam ser militares.
Normalmente, quanto este tipo de coisa acontece em qualquer um dos universos, é comum que eu suspeite de um dos lados, porém desta vez ficou fácil descobrir quem havia organizado tudo: Walternativo, claro. Os roteiristas (e John Noble também, claro), aliás, estão de parabéns na construção do personagem, que há algumas semanas me enganou direitinho ao afirmar ser completamente contra fazer qualquer tipo de experiências com crianças.
Quer dizer, com as outras talvez, mas não podemos dizer o mesmo quando se trata de seu futuro neto. Apesar dele se manter “firme” em sua postura contra este tipo de experiência, ficou claro para mim que algo havia mudado quando me concentrei na expressão dele. Contudo, esta foi uma intervenção necessária para a sobrevivência do bebê, já que o diagnóstico que Bolívia recebeu deixou claro que, caso a gestação prosseguisse normalmente, nenhum dos dois sobreviveria.
Essa notícia, por sinal, me fez lembrar das teorias que alguns leitores defenderam em reviews passadas, afirmando que a morte do Peter da nossa dimensão poderia ser uma solução adotada para impedir a destruição dos mundos, já que ele seria o único capaz de manipular adequadamente a Máquina Apocalíptica. Walter interveio, impedindo sua morte e trazendo-o para o nosso mundo, em substituição ao seu filho.
Porém, a sobrevivência do filho de Peter e Bolívia deixa uma pergunta no ar: seria esta criança capaz de manipular a máquina? E porque Walter pegou a amostra do sangue do bebê? Seria essa criança portadora da mesma doença que matou nosso Peter e deixou o outro muito perto da morte?
Outra pergunta levantada pelo capítulo foi quanto à presença do Observador, notada por Bolívia.
O personagem esteve presente em diversas sequências importantes, e sua frase no final do capítulo despertou um antigo medo: de que a guerra entre os dois mundos está cada vez mais próxima. Falando novamente em intervenções, a participação de Henry, que havia sumido da trama desde o retorno de Olivia ao nosso mundo, foi de extrema importância para o nascimento do filho de Peter. Essas cenas, aliás, foram uma das mais bonitas do capítulo, carregadas de emoção.
Por falar em Bolívia, preciso confessar que, depois de hoje, minhas impressões com a personagem mudaram definitivamente. Desde seu ingresso na série, quando agia como vilã, não simpatizei muito com ela, principalmente porque, depois da substituição, ela estava roubando a vida que era de Olivia. Porém, depois de hoje, principalmente depois da sequência do parto, tenho lá minhas dúvidas quanto à maldade dela, que talvez seja apenas uma questão de perspectiva.
Nesta cena brilhou também a estrela de Lincoln, que não só se declarou para ela (o que já estava meio “na cara” aos telespectadores mais observadores) como também descobriu, no decorrer do capítulo, a troca entre as duas Olivias.
O mais interessante neste fato é que ele não só descobriu tudo como parece ter ficado um tanto quanto intrigado sobre os objetivos desta ação, além de despertar nele o receio sobre o quanto eles podem não saber. Diante desta desconfiança, poderia ele se tornar um aliado desta dimensão?
Espero que sim, porque após saber o nome do último capítulo da temporada (The Day We Died) é impossível não esperar por incidentes senão trágicos capazes de mudar definitivamente um dos dois (ou ambos) universos.
Até abril.
