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Fringe 3×22 – The Day We Died (Season Finale)

Por: em 8 de maio de 2011

Fringe 3×22 – The Day We Died (Season Finale)

Por: em

Quando li os spoilers e vi o trailer da season finale sabia que o último capítulo da temporada seria bom, mas não imaginava o quanto a trama seria caprichada, cheia de detalhes e, principalmente, deixaria mais perguntas do que respostas, se bem que este último é de se esperar em uma boa série.

Essa introdução foi necessária para que eu recuperasse o fôlego que eu perdi nos dois ou três minutos finais, especialmente depois de ver a sombra de Peter se esvair diante dos meus olhos e ouvir as palavras cheias de mistério dos Observadores (palavras que não vou escrever aqui para não acabar com o suspense daqueles que ainda vão assistir a este capítulo). Mas, entre as minhas muitas expectativas, “The Day We Died” preencheu quase todas, com exceção de uma: a tão debatida morte de um personagem querido.

Quando li esse spoiler e comentei em reviews anteriores senti aquele aperto no coração, principalmente depois de ver, por uma imagem, que a bola da vez seria Olivia. Vários temores surgiram, inclusive que a nossa Olivia fosse substituída por Falsívia, o que não me agradaria em nada. Mas, na hora em que a cena finalmente aconteceu, não senti toda aquela emoção que esperava sentir. Aliás, a morte em si não foi tão trágica. A pessoa que a assassinou me indignou muito mais.

Desde a primeira vez que Walternate entrou em cena, no final da temporada anterior, pude perceber que o personagem não possuía qualquer tipo de escrúpulos, mas neste season finale, ou pelo menos nesta visão de futuro de Peter, ele superou qualquer expectativa que eu tivesse, por justamente querer que seu filho sentisse na pele a dor que ele sentiu por ter seu mundo destruído em uma guerra que ele mesmo começou. Que tipo de pai deseja esse tipo de sofrimento para o próprio filho? Talvez só Walternate seja capaz de tal ato.

Falando na visão de futuro de Peter, o destino de Walter, condenado à prisão e considerado o homem mais odiado do mundo por ter desenvolvido a máquina apocalíptica me chocou muito mais do que o fim de Olivia. Vê-lo ali tão fragilizado quanto da primeira vez que o personagem entrou em cena no início da série talvez tenha despertado emoções antigas, de pena mesmo, e isso tocou mais, talvez pela sequência em si ter sido mais dramática.

Um outro momento que me lembrou muito o episódio piloto foi o encontro entre Peter e Walter enquanto nosso cientista preferido estava preso. Se antes ele foi só frieza e rancor, aqui dava para sentir o carinho que unia pai e filho, como se o fato de Walter estar ali preso não alterasse em nada a relação dos dois.

Walter, aliás, parecia carregar o peso do mundo nas costas. Aquela alegria que ele exibiu durante vários momentos da temporada ficaram para trás e deixaram uma expressão carregada. Foi com essa expressão que ele olhou aquele pacote de barras de alcaçuz que Peter trouxe para ele e quase me levou às lágrimas quando provou o doce contendo a vontade de chorar.

Aqui novamente é preciso exaltar a interpretação perfeita de John Noble, que foi do completo desespero ao êxtase no momento em que Walter viu Olivia (sua empolgação foi tão grande que ele exibiu novamente aquele sorriso quase infantil que estávamos acostumados a ver) passando pela frieza e crueldade presentes nos olhos de Walternativo. A diferença entre os dois personagens, aliás, ficou clara no momento em que o nosso mundo e o universo alternativo ficaram cara a cara já nos momentos finais do capítulo.

Se bem que a sensação de ter o mundo nas costas me pareceu não ser exclusividade de Walter. Até personagens mais animados, como Astrid, neste futuro apocalíptico tinham uma expressão mais triste, carregada. Agora, o que mais me surpreendeu foi o ingresso da sobrinha de Olivia, Ella, na divisão Fringe. A primeira vez que ouvi o sobrenome Dunham pensei de cara que fosse alguém tentando se passar por Olivia, e não que pudesse se tratar de algum parente seu, muito menos sua sobrinha.

Falando em Olivia, se não foi surpresa vê-la casada com Peter em um futuro distante, foi interessante vê-la mais aberta e demonstrando melhor seus sentimentos por Peter, que aqui sim demonstrou todo o amor que sentia por ela. A sua maneira, os dois formavam um casal mais convincente do que o que vimos em nosso tempo, especialmente quando planejavam ter seu primeiro filho.

Nesse momento, e sobretudo no desfecho do capítulo, me veio à mente o filho que Peter teve com Bolivia, qual teria sido seu destino no futuro e o que aconteceria com ele agora depois de uma revelação tão bombástica.

Fringe terminou a temporada da mesma forma como começou: com mais perguntas do que respostas. Porém, desta vez há uma luz no fim do túnel e, quem sabe, as dúvidas que os roteiristas sabiamente plantaram em nossa mente serão, senão dizimadas, quem sabe diminuídas. Por falar nos roteiristas, agradeço a eles por não terem se abalado com as constantes ameaças de cancelamento que o show sofreu durante toda essa temporada, produzindo episódios com um roteiro impecável e estimulando cada vez mais o público a pensar. Que esse nível se mantenha nesta próxima temporada.

Obrigada a todos os leitores que acompanharam minhas reviews durante estes meses e, assim como eu, sofreram a cada reviravolta da história, amaram ou odiaram os personagens. Nos vemos em setembro, com fôlego novo para a quarta temporada.


Rosangela Santos

São Paulo - SP

Série Favorita: Smalville

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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