Primeiro, alguns esclarecimentos: A partir de hoje, eu, Alexandre, vou assumir os reviews de Fringe aqui no blog e eu espero me encontrar à altura da série, que por mais que não esteja em uma temporada tão explode-cabeças como a passada, continua fazendo valer cada minuto do meu tempo. Vejo esta 4ª temporada com um olhar diferente. No começo, todo o clima me soou estranho, mas com o passar das semanas, fui me acostumando àquele universo diferente, com aqueles personagens diferentes, pessoas que não eram as que eu amava – assim como o Peter.
Defendo a teoria de que estamos, sim, diante de um universo C e um universo D. O que eu acredito que tenha acontecido é que, com a ação dos Observadores em “deletar” o Peter da timeline, os 2 universos a que estamos sendo apresentados foram criados – mundos no qual o Peter morreu criança e, por isso, todo o rumo dos fatos foi alterado. A teoria dos universos paralelos diz que cada pequeno fato, pequena decisão, resulta na criação de um novo universo. Isso não destrói os universos anteriores, eles continuam existindo em algum canto – o que acredito que aconteceu com o universo A e o universo B. Eles ainda estão lá. O que o Peter precisa é encontrar um caminho de volta até eles – a volta pra casa que ele tanto está se esforçando e que é claramente um dos motes da temporada.
Dito isto, vamos a Forced Perspective, que, pra mim, foi um dos melhores episódios da temporada, se não o melhor.
“I guess, if people knew, maybe they could say, “I love you”, to someone, or just do one good thing.”
Teoricamente, foi um episódio filler. Trouxe o “caso-da-semana”, com começo, meio e fim. Eu digo “teoricamente” porque é possível ver, no caso de Emily, a relação com a atual situação pela qual Olivia vem passando. Ouvir da boca de um careca que tu nunca viu antes que você está destinada a morrer, em qualquer um dos universos, não deve ser bacana, de fato. Toda essa situação da garota surgir exatamente agora foi como uma mão na luva; a ajudou a refletir melhor sobre tudo.
O discurso que ela fez no final, para o cara que queria detonar a bomba, é a prova de como a história mexeu com ela mais do que o natural. E, acima disso, a deu esperança, a fez acreditar que não, o futuro não está totalmente escrito e existe sim a possibilidade de mudança. Mesmo depois de ouvir da boca do Peter que os Observadores vivenciaram o futuro, ela não pareceu desanimar –o que eu imaginei que aconteceria.
Uma das grandes vantagens de estarmos em outro universo, com uma timeline diferente da que estávamos acostumados, é que agora os roteiristas têm liberdade para moldar novas personalidades, dar destaques e enfoques diferentes, que é o que vem sendo feito com Nina Sharp.
A personagem sempre foi dúbia, nunca ficou exatamente claro qual suas intenções, mas agora tudo isso foi elevado exponencialmente. Se por um lado, ela parece estar envolvida – Junto com o Broyles do lado D e David Jones – até o último fio de cabelo nos grandes acontecimentos envolvendo os lados C e D e talvez continue usando a Olivia como “cobaia” em seus testes, por outro ela parece sincera quando fala de seus sentimentos pela mulher que criou desde a infância. Nina vem se mostrando, sem dúvida, uma das personagens mais interessantes deste “novo universo”.
Quanto a construção da história de Emily, não tenho crítica alguma. Feita no tom, sem pressa e sem afobação, roteiro emocionante, cenas cativantes e sem contar o grande carisma de Alexis Raich, a atriz que interpretou a garota. Uma escalação adequada. Era uma personagem que poderia cair no caricato e no forçado a qualquer momento, mas a garota segurou-a muito bem, dando-lhe uma composição adequada e criando uma empatia com o público. Foi impossível não se emocionar com o drama dela e torcer pra que, no fim das contas, tudo ficasse bem.
Os efeitos especiais também não decepcionam – a hipnose de Walter e o momento em que Emily vê várias pessoas supostamente mortas em meio a uma destruição quase apocalíptica foi irretocável e transmitiu todo o clima de desespero e claustrofobia que era pedido. A cena final da morte da garota à beira do lago foi emocionante e me arrancou algumas lágrimas – coisa que eu nem lembro quando tinha acontecido com Fringe, acho que a última vez foi em White Tullip, na 2ª temporada.
A presença do Observador no final foi intrigante. A impressão que se tem é de que eles estão observando Olivia, talvez para tentar impedir que seu destino se concretize ou então para SE CERTIFICAR de que isto aconteça. Talvez o fato de esse universo C não ter muito conhecimento a respeito dos Observadores acabe abrindo um caminho para que eles voltem a tona – o que eu acredito ser muito válido.
Só sei que eu espero, de verdade, que, assim como Emily conseguiu, com a ajuda da Fringe Division, alterar o destino das pessoas no tribunal, Olivia (essa, a do lado B, a do lado A e a lado D… enfim) também consiga alterar o seu.
O episódio de sexta se chama Making Angels e, pra quem gosta de promos, ela segue abaixo.
Nos vemos lá?