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Fringe – 4×11 Making Angels

Por: em 4 de fevereiro de 2012

Fringe – 4×11 Making Angels

Por: em

Chegamos exatamente ao meio da temporada que mais divide opiniões de Fringe. Até agora, me encontro satisfeito com o que está sendo apresentado. Confesso que posso ter tido um ou dois problemas com alguns detalhes iniciais, mas eles já foram superados e eu consegui mergulhar no que os produtores estão propondo neste ano. Não é como no ano passado, onde cada episódio se colava no outro e a mitologia se desenvolvia a todo vapor.

A construção agora é gradual, pedaço a pedaço, tijolo a tijolo e eu entendo que, para alguns, isso possa soar enfadonho, até porque a audiência não anda nada boa e o risco do cancelamento nunca foi tão forte quanto agora. É com pesar no coração que eu compartilho com vocês que este episódio apresentou a menor audiência da série, consolidando 1.1 na demográfica e aproximadamente 3,2 milhões no total, números baixíssimos. Agora, só um milagre.

Gostei bastante do que Making Angels nos trouxe. O caso do Neil foi bem construído (o que eu mais gostei, devo acrescentar, foi a relação entre ele e os Observadores, o paradoxo temporal e o desfecho do caso, com ele se deixando morrer para não cometer suicídio e, assim, chegar ao reino dos céus) e acredito que se possa traçar um paralelo com a história de Emily, no episódio da semana passada, e com a trama da temporada de um modo geral. Ambos, Neil e Emily, acreditavam que Deus tinha um plano pra eles e, por meio disso, iam até as pessoas. Emily, com o intuito de avisá-las da morte; Neil queria “poupá-las” do sofrimento, dando-lhes uma morte indolor. O que acontece é que em ambos os casos, em algum momento, algo ocorreu diferente.

Na história de Emily, a Fringe Division conseguiu impedir a explosão no tribunal. Aqui, uma das vítimas terminou paralisada, mesmo com a intervenção de Neil – e de uma maneira diferente da que “estava previsto.” Se semana passada ficava a certeza de que o destino pode ser mudado, Making Angels vem com o questionamento contrário. E foi isto, além de outros detalhes do episódio, que me fizeram repensar minha teoria de estarmos em universos C e D e voltar a acreditar que, sim, esses podem muito bem ser mesmo os lados A e B alterados pela máquina e pela inexistência do Peter adultos.

Tive este súbito pensamento logo de cara, ao ver toda a interação sensacional entre Walter e Bolivia. É claro que é perfeitamente possível que, em um universo C e D, a troca das Olivias também fosse realizada, mas eu senti todas as alfinetadas e referências como uma pista dos roteiristas de que é assim que aconteceu mesmo, aquilo são apenas os nossos lados alterados e não há uma “casa” para o Peter voltar. Ele precisa construir isso. Ou melhor dizendo, RECONSTRUIR. Suas relações com Walter e Olivia, principalmente. O fato de Lee estar fora do episódio e de Peter e Olivia trabalharem em dupla, como nos velhos tempos, me reforçou a ideia. É como se fosse um recomeço para a relação dos dois.

Também deram um bom enfoque a rejeição que Walter vem apresentado a respeito de Peter. Desnecessário dizer que John Noble esteve sensacional em cada cena, cada ironia. E quem deu a dica foi a Astrid de lá (e mais embaixo eu comento sobre o SENSACIONAL encontro das duas).

Talvez o que o Walter precise é exatamente fazer um pouco de esforço e aceitar que sim, aquele é o filho dele. Percebam que ele não discutiu diante da sugestão da B–Astrid (na falta de um nome, chamarei assim). Me dá um pouco de tristeza pensar assim, pois sei o quanto vai ser difícil para o Peter reconstruir todas as relações, se o caso for mesmo esse. Mas eu sinto que, após essa conversa, o Walter irá baixar a guarda e será mais fácil pro Peter se reaproximar do pai. É inegável que seria bem mais fácil ativar uma máquina e voltar tudo ao que era antes, mas quem disse que Fringe é de soluções fáceis?

A cena final dos Observadores foi uma das que mais me trouxe a tal questionamento. Se o que vemos forem realmente novos universos, a percepção – e aparente preocupação – de que o Peter voltou não faria muito sentido. Fiquei intrigado por só AGORA eles perceberem que o September não cumpriu sua tarefa por completo. Aliás, pela mesma conversa, ficou claro que o September não morreu.

Onde ele está então? E qual a importância do dispositivo que estava sendo usado pelo Neil? De certa forma, parece ter tido alguma relevância no momento em que o Observer salvou Peter no Lake Raiden, na outra timeline. Outra coisa que me intriga é como a maioria das coisas acaba convergindo para lá. De alguma forma bizarra, parece que tudo está relacionado ao lago e eu acredito que não foi mesmo a última vez em que o vimos e que ele ainda estará presente e nos intrigando mais e mais.

A interação entre as Astrids foi excelente. Acredito que, desde que fomos apresentados à Astrid do Lado B, era uma curiosidade geral o momento em que elas se encontrariam e eu posso dizer que minhas expectativas foram cumpridas, desde o grito da nossa versão ao ver sua dupla até o abraço final e a pequena mentira que foi contada. De certa maneira, foi uma mentira do bem que a nossa Astrid contou para evitar que a outra sofresse ainda mais com a morte do pai. Agora, um pequeno adendo: Foi só eu ou mais alguém achou a B-Astrid muito robotizada? A atuação da Jasika Nicole estava ótima e eu acho que a intenção era exatamente esta, contrapor as personalidades de ambas, máquina e emoção.

E esse mesmo jogo esteve presente na relação entre Olivia e Bolivia. Gosto muito de ver ambas no mesmo ambiente e analisar como elas são diferentes, em cada nuance. Enquanto Olivia é fechada, concentrada e focada, séria na maior parte do tempo, Bolivia se mostra bastante sorridente, divertida e sempre com uma piada pronta. Desde o início eu simpatizei com ela e, depois deste episódio, isso ficou ainda mais forte.

O Gylph Code do episódio foi “Empath”. Literalmente, é um termo usado para descrever pessoas que nasceram com uma variação na área central nervosa e que, por isso, acabam possuindo um maior poder emocional, de absorver o que está ao seu redor. Deve fazer referência ao Neil e ao modo como ele pretendia “tornar-se anjo”, salvando as pessoas da dor.

O episódio da semana que vem se chama “Welcome To Westfield” e, pela promo, parece bem interessante. Até lá!
E #SaveFringe.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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