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Fringe – 4×14 The End of All Things

Por: em 26 de fevereiro de 2012

Fringe – 4×14 The End of All Things

Por: em

She is the one… The Olivia Dunham from whom your shared future was meant to spring. This must be, and everything will be as it was intended.

E, mais uma vez, Fringe explodiu minha cabeça.

Eu, decididamente, desisto de tentar prever qualquer a coisa respeito desta série. Sempre que eu acredito que estou colocando meus pensamentos em ordem e conseguindo chegar a uma conclusão sobre o caminho que está sendo tomado, vem um novo episódio e joga todas as minhas teorias por terra, me deixando mais perdido do que nunca.

É nisso que reside um dos grandes diferencias da série. Acompanhar Fringe semanalmente é um exercício sem igual e uma experiência incomum e aqueles que a assistirem em maratona após seu fim não terão o prazer de compartilhar da sensação de espera, de teorizar mil e um cenários, de procurar pistas, ler glyph codes e tudo o mais.

The End of All Things foi o episódio que mais me deixou atônito nessa temporada. Desde que eu tinha dado uma olhada no promo (me lembrem de nunca mais fazer isso!), minha ansiedade era alta: Olivia, David Jones, Observers, tudo junto e numa tacada só. Era uma mistura que não tinha como dar errado e não deu.

As cenas do Peter na memória do September foram as melhores, de longe. Mas, antes de falar delas em questão, tem uma coisa que saltou aos meus olhos. Perceberam que, na máquina do Walter que controlava o “mergulho” do Peter, September era identificado como Mr. X, que, até onde sabemos, é o homem que matará Olivia? Não sei o que isso quer dizer (porque acharia bizarro, mas não descartaria a possibilidade de September ser o assassino), mas isso ficou martelando em mim por algum tempo.

Agora, quanto as cenas em questão. Viagem psicodélica daquelas de deixar o cérebro girando por horas. Mostrar o Big Bang? Isso era algo que nem em Fringe eu esperava. Vi muita gente comentando nos fóruns que não gostou da resposta do que são os Observadores, mas, particularmente, não me incomodou e acho que foi simples o bastante para não dar mais nós na nossa cabeça. Dá para comprar tranquilamente que eles vieram do futuro e que são uma espécie de evolução nossa.

Até o nome dele fez sentido. Observadores. Era apenas isso que eles deviam fazer. Observar como eles mesmos surgiram. O September foge a regra por ter feito mais que simplesmente observar; ele interferiu. E não foi só uma, nem duas vezes. No fim das contas, o que isso quer dizer é o que a série vem nos mostrando desde a 1ª temporada: Peter é a chave. De algum modo, tudo está ligado a ele. E, por ele, a Olívia, já que ambos estão “predestinados”.

Lembro-me de, ano passado, quando começou toda aquela coisa do Sam Weiss e de que tudo dependeria de qual Olivia o Peter escolhesse, eu torci um pouco para o nariz para a série, com medo de que tudo se transformasse em romantismo barato e sem sentido algum. Hoje, eu vejo que já comprei totalmente a história, e indo além, não imaginaria outro caminho lógico. Novamente, parece que voltamos para este ponto.

Na timeline antiga, tudo estava errado, já que o Peter tinha “escolhido” errado. Se deixou enganar e não percebeu que estava diante da Olivia do lado B e não da nossa. Foi ótimo terem trazido o assunto do Henry de volta à tona e agora parece que isso está encerrado; quando o Peter foi apagado e a timeline resetada, o bebê também deixou de existir, já que ele não era certo e mudaria tudo, simplesmente porque tinha nascido da “Olivia errada”.

A fala do September nesta cena em questão me deixou bastante confuso. Ao mesmo tempo em que ele deixou claro que aquele universo não existe mais – já que o Henry não existe mais -, ele diz que o Peter deve voltar para casa, como se ele estivesse no lugar errado – quando, pela afirmação anterior, ele estaria no lugar certo. Isso foi bem confuso e eu voltei umas quatro vezes o diálogo, mas ainda não consigo ter uma visão clara.

E, pela cena final do episódio, voltamos a estaca zero. Peter está ou não na sua timeline, só que sem a existência dele?  A convicção que ele estava começando a ter sobre aquela ser sua Olivia e ele já estar em casa foi totalmente quebrada após a conversa com o September. O momento em que ele dá o fora no Olívia e diz que se afastará deixa claro que ele tem medo de cometer o mesmo erro outra vez e escolher a Olivia errada, o que causaria drásticos problemas, segundo o que ele ouviu na mente do September. Não sei o que pensar. Se ele realmente percebeu que aquela não é sua Olivia ou se ele está apenas com medo…

Começo, agora, a considerar uma nova possibilidade: De alguma maneira, acredito que o Peter possa conseguir restaurar sua timeline, mas continuar no mesmo mundo está, trazendo de volta apenas as memórias de cada um (como está acontecendo com a Olivia), mas sem interferir no rumo dos acontecimentos. Me pergunto também se essa história do Henry acabou mesmo ou o Peter, sentimental como sabemos que ele é, não vai procurar uma maneira de trazer o filho de volta. Já que ele próprio voltou, não seria impossível?

Outro ponto que me surpreendeu bastante: Nina Sharp. Eu também não faço mais ideia do que pensar. Quando ela se levantou da maca e tomou aquele copo d’água, meu queixo caiu. Como está se dando essa troca? A Nina da Massive Dynamics parecia sincera quando afirmou que não entrava naquela sala havia muito tempo. Eu já cogito a possibilidade dela ser realmente evil e ter criado toda a história com o Shapeshifter 2.0, junto com o Jones.

Mas também não descarto totalmente a possibilidade dela estar sendo enganada tanto quanto todos os outros e não saber de nada sobre a Olivia ou que tem uma dupla dela andando a torto e a direito. Acho mais difícil de acreditar nisso porque certamente ela notaria se uma doppelganger sua andasse para lá e pra cá na empresa e, se não notasse, desconfiaria de algo, pelas conversas de corredores ou coisa do tipo. Por isso e por nunca ter confiado realmente nela, eu fico com a opção em que ela é mesmo aliada do Jones. Há também a possibilidade de não ser um shapeshifter, e sim a Nina do outro lado, mas eu não acredito nisto.

Foi meio nostálgico ver a Olivia tendo que acender as luzes. Lembro que foi no episódio do meio da primeira temporada onde ela é obrigada a fazer isto que eu me apaixonei de verdade por Fringe – até então, achava uma boa série, com potencial ainda não explorado por manter-se na linha procedural. Ainda não consigo sequer cogitar a natureza do plano do Jones, mas acredito cada vez mais que deva ter algo relacionado aos mundos e a uma possível união deles.

Quero muito saber para onde o September foi. E, antes que eu me esqueça, alguém gostou de ver o Lee de volta? Ele estava mais insuportável do que nunca (Eu odeio o Lee deste lado, o outro é bem mais cool e interessante) e aposto que tudo aquilo era ciúme do caminho que a relação do Peter e da Olivia estava tomando.

No fim das contas, eu mantenho minha posição de que estamos na timeline correta resetada, só que agora com mais dúvidas. Acho que tudo o que o Peter está sentindo é medo de escolher a Olivia errada de novo e ferrar com o futuro da humanidade e quando o September disse para ele voltar para casa, era metaforicamente e significava ele conseguir fazer daquele lugar sua casa novamente.

O glyph code da semana formou UNITE. União do quê? Dos mundos, das memórias da Olivia, de Peter e Olivia, já que estão predestinados… Não sei. Não faço ideia. Só sei que agora vai ser difícil agüentar o hiatus.

Fringe volta dia 23 de março. E até lá, aguentem como puderem!

PS. Peço desculpas se o texto acabou ficando grande demais. Realmente, esse episódio me deixou atônito. Vi 2 vezes antes de escrever e estou a ponto de ir para uma 3ª.

PS². No futuro, eu vou ser um Observador? Acho que eu gostei disso.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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