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Fringe – 4×16 Nothing As It Seems

Por: em 31 de março de 2012

Fringe – 4×16 Nothing As It Seems

Por: em

Toda série – excetuando, talvez, as procedurals – vive de arcos. Histórias que ligam 3, 4 ou até mais episódios, todas, de uma forma ou de outra, ligadas a uma trama central que “linka” toda a temporada. Considerando que Fringe encerrou (ou pelo menos é o que realmente aparenta) o plot da busca do Peter pela sua casa semana passada, nada mais natural que, aqui, a série começasse a desenhar a trama que pretende desenrolar até o season finale. E, como já era esperado, ele está de volta: David Robert Jones.

Acho que já podemos considerá-lo facilmente como o maior vilão de Fringe. Sendo o show um programa que renegou o maniqueísmo durante a guerra dos mundos que marcou as três primeiras temporadas, esse é um caminho interessante a ser tomado, especialmente porque os planos dele são tão obscuros para nós – público – quanto para eles – personagens. Isso faz parte da graça da coisa, ir descobrindo pedaço a pedaço, formando o quebra cabeça.

Ao assistir Nothing As It Seems, pra mim ficou bem claro que o ‘caso da semana’ estava aqui quase única e exclusivamente pra servir de base para o desenvolvimento mitológico que ganharíamos no final. Além disso, acredito que ele veio também para nos mostrar que nem tudo vai ser como era antes do Peter ser deletado da timeline – até no título do episódio isso já pode ser percebido, em uma tradução livre, significa Nada como parece.

Ficou claro que a única pessoa que terá suas memórias da antiga timeline de volta é a Olívia. Certamente pelas injeções de cortexiphan, com uma pequena ajudinha do “amor”. Parece ser questão de tempo, inclusive, para que todo o mundo como ela conhece suma de vez e dê lugar ao mundo que ela conheceu com o Peter. Achei coerente a preocupação do Broyles e da Fringe Division, mas agradeço por isso não ter durado mais do que um episódio, porque é uma trama que poderia se desgastar facilmente. Acredito que, além do que o Broyles disse no final, as memórias dos casos que ela e o Peter resolveram anteriormente pode ter pesado na decisão.

Esse conceito de que “nada será como você imagina” é interessante. Foi bacana ver a surpresa estampada no rosto do Peter ao saber das diferenças entre o caso na sua timeline e nesta nova. Reviver uma situação antiga (do episódio 1×13) foi um bom recurso para a série. Assim que começou o previously eu fiquei me perguntando porque estavam mostrando aquele caso que eu sequer me lembrava.

E, se nada é o que parece, o Peter vai ter mesmo que reconstruir sua vida aos poucos, ganhando a confiança de cada uma daquelas pessoas – excetuando a Olivia. Foi interessante o modo como escolheram para tratar a situação do Walter. Ele, que tanto relutou quando se viu diante do filho novamente, já está começando a quebrar a barreira e a se aproximar. Peter deve se abrir em breve também. O lance dos presentes guardados foi bem bonito.

A única pessoa com que eu acho que o Peter tem que se preocupar mesmo é o Lincoln. A conversa dos dois no carro não deixou em mim uma boa impressão. O Lee estava duro, seco, parecia ter raiva nos olhos. Ele não aceitou a situação da Olivia de uma boa maneira e claramente acha injusto essa sobreposição de memórias. O que não me desce é que, se a Olivia que é a afetada não está incomodada com a situação, por que raios o Lee se acha no direito de ficar assim? Espero estar errado, mas acho que ele ainda pode criar problemas para o Peter.

Eu gostei do personagem quando ele foi inserido, provavelmente porque ele era do outro lado e tudo no lado B é mais legal por algum motivo que eu ainda não consegui entender. Mas essa versão é tão irritante que eu me vi torcendo para que o vírus fosse letal e o matasse ou afastasse de alguma forma.

O desenvolvimento da história da “besta” foi bem feito. Mais alguém sentiu uma referencie leve a ‘Beauty and the Beast’ nas cenas em que a mulher aparecia do lado do monstro, sendo carinhosa com ele? Foi interessante como tudo foi se ligando pouco a pouco para formar a trama – o lance do símbolo sumério foi minha parte favorita. E é incrível como tudo SEMPRE se volta para a Massive Dynamics, não é? Qualquer coisa mínima.  A cena da Olivia com a Nina lá foi ótima e já deu pra sentir o afastamento que as memórias da outra timeline estão impondo às duas.

Eu não liguei a história de cara ao Jones. Quando explicaram para o Peter e a Olivia que o símbolo significava a marca de um culto/seita que queria criar uma nova espécie por mutação, eu achei que era apenas algo para sustentar a história do monstro da semana, mas pouco a pouco, comecei a ver que realmente fazia sentido ele estar metido nisso – afinal, o cara está por dentro de tudo, praticamente.

Os dois minutos finais foram praticamente auto explicativos, mesmo que não expliquem muita coisa, no fim das contas. Aparentemente, o caso investigado não foi algo isolado. A tal seita realmente existe. Quando o casal da cena falou sobre “novas crianças”, eu já comecei a criar mil e uma teorias. Com o barco cheio de aberrações no final, eu acredito que vamos para o caminho óbvio mesmo: Jones está construindo um exército para destruir os universos.

Devemos ver mais disso nas próximas semanas e eu mal posso esperar.

PS. Glyph Code: FUTURE. Curioso.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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