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Fringe – 4×20 Worlds Apart

Por: em 29 de abril de 2012

Fringe – 4×20 Worlds Apart

Por: em

  Home is where..

Sempre que uma série apresenta um episódio incrível (como foi Letters of Transit) o esperado é que, na semana seguinte, o nível caía e não consiga agradar, correto? Não quando se trata de Fringe, que nos entregou novamente outro episódio maravilhoso e que ainda mostrou que a série não é só ficção e ação, é também emoção.

Assistir esse episódio depois da notícia da renovação teve um gosto diferente. Saber que a série terá a oportunidade de construir uma temporada final sem o fantasma do cancelamento assombrando toda semana é incrível. Os roteiristas de Fringe têm minha total confiança e eu sou capaz de apostar que vamos presenciar um espetáculo de última temporada, amarrando as pontas soltas, explodindo cabeças e encerrando a história de Walter, Peter e Olivia de maneira épica.

Aliás, em questão de amarração e roteiro, Worlds Apart deu show. Quanto mais o episódio avançava e as coisas iam se encaixando, eu abria um sorriso de ponta a ponta e ficava mais feliz com o 5º ano garantido. Mesmo que o título tenha entregado o que aconteceria ao fim dos 42 minutos (em bom português, Worlds Apart significa Mundos Separados), o percurso até o culminante fim foi prazeroso, angustiante e muito, muito emocionante.

Eu nunca fui um hater do lado B como muita gente. Desde que o outro mundo nos foi apresentado, ele me despertou curiosidade, um desejo de saber mais e conhecer um pouco sobre os duplos dos nossos personagens. Nunca odiei a BOlivia, nunca achei o Walternate idiota, na verdade, acho que no meu subconsciente, eu até tinha uma certa predileção ao Lado B e esperei ansiosamente pelo momento em que a guerra entre eles acabaria e ambos se tornariam aliados. Precisou o Peter desaparecer e reaparecer e o David Jones representar uma ameaça mortal para que pudéssemos ver, DE FATO, A e B trabalhando juntos.

Alguém até tinha mencionado uma teoria sobre fechar a passagem no review do episódio passado, mas isso nunca tinha me passado pela minha cabeça. De certa forma, Fringe sempre se sustentou nessa ponte entre A e B e eu não poderia imaginar que eles acabariam com isso. Eu não sei se esse fechamento é definitivo – acho e espero que não -, mas foi bastante emocionante ver tudo se desenrolando.

O que deixa um pouco incerto quanto a um possível retorno é exatamente o mundo que vimos em Letters of Transit. Se pensarmos que a passagem para o Lado B estava selada, faz todo sentido que ele sequer tenha sido citado no episódio anterior. É meio triste pensar que existe a possibilidade de não vermos mais nenhum daqueles personagens a que nós apegamos, mas é uma realidade que parece perfeitamente possível.

Outra boa surpresa foi a trama ter se ligado aos estudos do cortexiphan. Deu muita pena do Walter quando ele percebeu que, novamente, tudo começou quando ele e o Belly estavam fazendo os experimentos nas crianças. O olhar dele de dor, de culpa… Coisa que só John Noble conseguiria transmitir tão bem. Não dá nem pra culpar o Nick e os outros. Eles estavam totalmente ludibriados pelo Jones e acreditavam que estavam fazendo a coisa certa e salvando o seu universo de origem.

As sequências iniciais do episódio, com o Walter explicando o plano do Jones por meio de desenhos, foram sensacionais. Acredito que foi algo que veio meio que para confirmar o que a gente já sabia, dos planos do cara de destruir os mundos e repovoar a terra com uma nova espécie de seres humanos.

Fica claro que toda a construção do episódio foi pensada realmente para nos atingir em cheio quando ficasse óbvio que a única solução era desligar a máquina e fechar a passagem entre os universos. A conversa entre BOlivia e Olivia sobre arco-íris e o tom de esperança na voz da versão ruiva ao falar que o lado deles estava se curando aos poucos, graças à passagem aberta, me voltou totalmente na cabeça quando decidiriam que não haveria outra saída.

A relação entre as duas versões nunca foi tão interessante de observar como aqui e deu pra ver que elas estavam realmente se dando bem e acho que até uma amizade era possível de surgir ali. Todo o rancor já tinha ficado no passado e a última fala da Olivia para a BOlivia foi uma linda mensagem de esperança, como se ela estivesse dizendo que eles não poderiam desistir e que iriam encontrar uma forma de continuar a se curar, mesmo sem a passagem para o lado A aberta.

Não me surpreendeu nem um pouco o Lee decidir ficar no lado B. O paralelo entre ele e o Peter foi bem bacana de se observar; enquanto o Lee era do lado A, ele se sentia pertencente ao B, pois era onde ele tinha realmente se encontrado. E com o Peter, foi o contrário. Por mais que ele seja oriundo do lado B, sua casa É no lado A. As pessoas que ele ama estão lá, a vida que ele conhece é lá. No fim das contas, é como ele mesmo disse, home is where the heart is.

Eu reclamei semanas atrás que fazia tempo que o Walternate não dava as caras e enfim ganhamos cenas com o cara. E que cenas. Eu diria que foram as mais emocionantes, de longe. A conversa entre as duas versões do Walter me arrancou lágrimas e John Noble merece todos os prêmios do mundo pela atuação impecável. O medo de perder o Peter novamente estava estampado no rosto do Walter, enquanto ao Walternate, não restava nada além da amargura de já ter perdido o filho de uma vez por todas.

“ Um homem! Inteligente, nobre, doce. Tudo o que eu queria que ele fosse”. Foi realmente triste ouvir ele falando que o Peter tinha se tornado tudo o que ele esperava. O Walternate nunca foi um vilão; pra mim, ele sempre foi mais uma vítima na história toda, alguém que teve o filho arrancado de seus braços e que por isso se tornou o homem amargurado e duro que a gente conheceu. É engraçado como, se a gente parar pra pensar, o amor pelo Peter é um dos pilares que sustenta Fringe. Walter, Walternate, Olivia…

Quando a máquina foi desativa, notem que a primeira coisa que o Walter faz é olhar para os lados, desesperado, a procura do filho. A expressão de alívio que ele faz ao ver o Peter ainda ali é épica e de quebrar qualquer coração.

Glyph Code foi ALIVE. Vivo. Acredito ser referência aos universos terem selado a passagem na tentativa de continuarem vivos.

… the heart is.

Dá pra acreditar que sexta feira já é a primeira parte do season finale?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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