Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Fringe – 4×22 Brave New World Part II (Season Finale)

Por: em 14 de maio de 2012

Fringe – 4×22 Brave New World Part II (Season Finale)

Por: em

“They are coming”

Poucos episódios conseguem me deixar sem palavras. Brave New World Part II acaba de entrar nessa seleta lista. Vi muita gente reclamando do finale, classificando-o como fraco e previsível, mas quando finalmente consegui assisti-lo, não entendi o motivo das queixas. Previsível ele até pode ser – e nem tinha como não ser, depois do episódio 19 algumas coisas já estavam óbvias – , mas ainda assim ele conseguiu soar interessante até o último momento e deu um show de roteiro e amarração de tramas.

Em um ritmo bem mais frenético do que o da primeira parte – mas ainda assim sabendo ser compassado quando preciso -, tudo foi se ligando. Fringe  já ganhou há muito o status de série inteligente e isso só fica cada vez mais provado. Eu não esperava de maneira nenhuma que tocassem novamente nos pedaços de cérebro tirados do Walter e fiquei realmente surpreso ao ver que eles realmente ganharam destaque.

O que eu mais gostei é que isso trouxe o Walter de novo para o centro de tudo. Chega a ser curioso – e acredito que deve ser mortificante – como TUDO que ameaça a segurança do mundo está diretamente ligado a ele e a amargura que ele sentiu após a perda do Peter. Nessa timeline, é totalmente compreensível que isso seja potencializado, já que aqui ele perdeu o filho DUAS vezes. Não tinha cogitado a possibilidade de ele ter sido o pioneiro da ideia desse “admirável mundo novo”, mas soa totalmente plausível.

Ver John Noble e Leonard Nimoy dividindo a mesma cena chega a ser um presente. Os dois atores estavam soberbos e entregaram ótimas performances, condizentes com o que o roteiro pedia e criando um clima de tensão e incerteza que foi muito bem colocado no finale inteiro. Por mais que fosse óbvio que o Belly não conseguiria criar seu novo mundo, foi prazeroso ver tudo convergir nisso e em nenhum momento pareceu cansativo ou clichê.

Uma boa surpresa do episódio foi a Jessica estar do lado do William Bell. Eu não estava esperando uma volta da personagem, imagina então uma virada de lado? Deu para matar as saudades da Rebecca Mader da época de Lost e foi angustiante ver a tortura que ela impôs ao September. Um sorriso se abriu no meu rosto quando a Olivia citou o momento em que o viu baleado na Opera House , afirmando que agora entendia. Essa linha temporal dos observadores é intrigante e era uma coisa que eu até queria ver melhor explanada na temporada final.

Também podem ser definidas como “angustiantes” as sequências em que Peter, Olivia e Nina tentaram extrair da Jessica o paradeiro de Walter e Belly. Gostei de ver a Nina ali e, embora eu ainda tenha sérias dúvidas quanto ao lado que ela pode assumir no futuro, acho que pelo menos por enquanto é seguro dizer que ela está do lado da Fringe Division.

A relação de Peter e Olivia veio novamente ao foco e foi uma ótima sacada a ligação deles com Adão e Eva. Meio otimista da parte do Belly achar que eles realmente poderiam aceitar uma coisa dessas, mas valeu pela menção. Diferente de alguns, eu adoro os dois como casal, acho que a química é bem legal e as cenas fluem com naturalidade.

Não sei se existe alguém que ainda é contra a relação dos dois, contudo mais uma vez ficou claro o quanto os dois PRECISAM estar juntos para funcionar. As cenas do helicóptero foram ótimas e o lance da frequência que só o Peter podia sentir com a habilidade que só a Olivia tinha de cruzar os universos (bacana a referência a timeline antiga, aliás) foi bem bolado.

Olivia e suas habilidades estarem diretamente ligadas aos planos do Bell também não foi exatamente uma surpresa. Esse foco nos poderes dela já era algo que vinha ganhando destaque aos poucos e, agora, finalmente explodiu. O cortexiphan é mesmo algo bem poderoso e capaz de coisas inimagináveis, mas ainda assim eu não esperava que ele fosse capaz de lutar até mesmo contra o morte.

Devo dizer que Walter me pegou de surpresa. O tiro na cabeça da Olivia me tirou da cadeira com um salto e eu fiquei tão desesperado quanto o Peter. Já tinha lido entrevistas com os produtores afirmando que o “destino selado” da Olivia viria à tona nesse episódio, mas estava tão entretido com tudo que tinha esquecido completamente. No momento, achei que o Walter iria atirar no Belly ou em alguma máquina do lado.

Agora, toda a coisa da Olivia TER que morrer fez sentido. Não era uma necessidade qualquer, imposta por algum tipo de destino, mas dizia respeito ao futuro de dois mundos inteiros. Na hora, pensei em mil e uma possibilidades da Olivia ser salva, mas não consegui ligar ao bolo de limão com cortexiphan do episódio passado. Ótima saída. Inteligente, coerente e nada forçada.

Falando nisso, eu preciso fazer uma menção especial ao Joshua Jackson. Eu sou muito fã dele desde os tempos de Dawson’s Creek, mas nunca o achei um grande ator ou qualquer coisa do tipo. Contudo, ele mandou muito bem nas sequências da morte da Olivia. O desespero do Peter, a dor, o medo de perder (MAIS UMA VEZ) o amor de sua vida, as lágrimas… O tapa que ele recebeu do Walter foi, inclusive, uma das melhores cenas do finale.

As cenas no hospital foram lindas. Caso a série fosse cancelada, o finale terminaria ali, com a promessa de um futuro feliz para todos. Astrid (era óbvio que ela não morreria) e Walter se entupindo de doce e Peter e Olivia procurando uma casa nova e celebrando a gravidez. Não sei se é o momento ou a certeza de renovação, mas acredito que eu provavelmente ficaria satisfeito se a série terminasse nesse momento.

O cliffhanger existiu apenas para confirmar o que já sabíamos: Eles estão vindo. Aquele futuro que “Letters of Transit” chegou provavelmente será o tema da 5ª temporada. Não quero especular nada, porque provavelmente os produtores conseguirão fazer algo que minha mente de fã jamais conseguirá cogitar.

Sei que muita gente tem problemas com a 4ª temporada. Eu acho que tivemos uma ótima leva de episódios. Nem de longe tão incrível como a 3ª, mas ainda superior a 1ª e a 2ª. Demorou um pouco a engrenar, mas logo que fez sentido, deu show. Apenas um ou outro episódio mediano, mas nada que comprometa num geral. Minha ansiedade para a 5ª e derradeira temporada é grande e eu só espero os últimos 13 episódios pra gritar aos 7 ventos o que esses outros 88 já comprovaram: Fringe é o melhor sci fi dos últimos anos e não tem pra nenhum outro.

Muito obrigado a todo mundo que me acompanhou desde que assumi os reviews da temporada e a gente se esbarra por aí. E que venha a temporada final!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×