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Fringe – 5×02 In Absentia

Por: em 7 de outubro de 2012

Fringe – 5×02 In Absentia

Por: em

Semana passada, ainda não dava pra dizer bem pra onde essa temporada final de Fringe iria caminhar. Com In Absentia as coisas já ficaram mais claras (embora ainda turvas, do jeito que só Fringe consegue fazer). Tentar apostar se a série fará ou não jus a qualidade dos seus anos anteriores é um tiro no escuro, afinal estamos no começo dos episódios… A minha impressão até agora é que estamos numa panela de pressão, que não vai demorar a explodir. Faltam 11 capítulos até o fim e se eu tivesse que dar um palpite de para onde vamos caminhar, eu me manteria em silêncio, porque não consigo formular nenhuma teoria.

Foi bem interessante começar o episódio da mesma maneira que a premiere – só que, agora, sob o ponto de vista da Olívia. Eu achei que seguiríamos em flash pelo resto do tempo e que descobriríamos como ela se separou de Peter, se prendeu no âmbar e tudo o mais. Mas isso ficou mesmo pro futuro (ou deveria dizer passado?). A cena pode ter parecida “solta” quando se observa apenas ela, mas um olhar sobre tudo que foi mostrado em In Absentia nos ajuda perceber que ela estava ali para introduzir o que seria um dos (ou até mesmo O) grandes temas desse capítulo: A relação entre Olívia e Etta.

Eu sabia que cedo ou tarde elas acabariam entrando em algum tipo de confronto ideológico, mas não imaginei que seria tão cedo. O que eu mais gostei (e que já virou tendência em Fringe) é que nada foi jogado na cara, tudo ficou na sutileza, nos detalhes, no texto… E que texto. Uma das coisas que mais me chama atenção em qualquer tipo de produto audiovisual é o roteiro e o dessa semana estava mais afiado do que nunca – especialmente nos diálogos entre mãe e filha. Já dava pra esperar que a Etta “acusasse” a Olivia de não saber o que estava acontecendo naquele novo mundo. Mas no fim das contas, tem como culpar alguém nessa história toda? Não deve ter sido nada fácil pra Etta lutar praticamente sozinha contra os Observadores esse tempo inteiro, mas também está sendo complicado pra Olivia acordar anos no futuro e perceber que o mundo como conhecia não existe mais.

Outro ponto muito bem trabalhado pelo roteiro de In Absentia foi a questão dos legalistas e da resistência. Em um mundo apocalíptico, seja lá qual for a trama, isso é peça garantida. O questionamento da Olivia para o cara que a Etta capturou era, em parte, um nosso questionamento também: Por que ele estava fazendo aquilo? Por que se juntar àqueles que subjugaram sua raça e a fizeram de escrava? A resposta não podia ser mais certeira. E, parando pra pensar, será que muitos de nós não teríamos feito a mesma coisa? A falta de esperança e o medo de ver tudo que você ama (ainda mais) destruído são armas letais e os Observadores souberam usá-las bem.

E, numa guerra, vale tudo. Então, de certa forma, eu acho que se tivesse que escolher defender um lado nessa história toda, eu ficaria com o da Etta. Claro que a situação da Olivia é totalmente compreensível e ela não seria a Olivia que a gente aprendeu a gostar se não questionasse os métodos e argumentos da filha, mas é impossível culpar a Etta por ter se tornado essa pessoa dura e prática. Ela foi arrancada dos pais ainda criança, teve que aprender a se virar sozinha e provavelmente nunca teve alguém que lhe dissesse que tudo daria certo; estranho seria se ela ainda hesitasse antes de usar qualquer tipo de arma naqueles que compactuam com os Observadores. Como ela mesma afirmou, “Se eles usam na gente, por que não usaríamos neles?”.  

Mas, de certa forma, isso começou a mudar. Ela ter deixado o legalista (agora resistência) vivo no final mostrou que a Olivia conseguiu mexer com alguma coisa dentro dela. Talvez tenha sido o “O que me preocupa não é o que eles trouxeram, mas o que eles levaram” ou o olhar da Olivia, não dá pra dizer ao certo. É como se ela (junto com Peter, Walter e Astrid, claro) tivesse trazido de volta a eles a esperança, algo por que lutar. Ver a cabeça do Simon com certeza ajudou também, mas não importa os motivos e sim o fato: Algo na Etta mudou. E vai ser interessante observar agora a relação dela com a mãe – e com o pai também, claro (embora com o Peter, provavelmente não existam tantos conflitos, já que eles têm personalidades parecidas).

Os dois, inclusive, funcionaram muito bem juntos durante a “invasão” ao prédio. Quando o observador se demorou em um olhar com o Peter, tive medo de que ele fosse reconhecido e que tudo viesse por água abaixo. Uma coisa que eu tô achando bem bacana na temporada é a “caracterização” desse mundo dominado pelos observadores. O lance das tatuagens no rosto é interessante e até mesmo a tecnologia – como o scanner de retina – se mostra condizente a nova realidade. E falando nisso, só eu fiquei com medo do Walter arrancar o olho do cara no meio do episódio?

Vai ser interessante observar essa busca pelas tais fitas que formam o plano que pode acabar com os Observadores. Eu gosto como Fringe tem coragem o suficiente pra pegar um assunto tão complexo e mostrar que a resolução é mais simples do que parece. Não sei se é meu lado fanboy aflorado nos últimos tempos, mas me lembrou um pouco a busca de Harry pelas Horcruxes de Voldemort (não me matem). De qualquer forma, quero ver como a série vai lidar por isso. Eu tava esperando que, no fim da fita, o Walter desse uma pista de onde estava a próxima, mas nada, então parece que tudo voltou a estaca 0.

Todo mundo pronto pra começar a montar o quebra cabeça? Eu mal posso esperar.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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