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Fringe – 5×05 An Origin Story

Por: em 4 de novembro de 2012

Fringe – 5×05 An Origin Story

Por: em

John Noble pode fazer de Walter o personagem mais fantástico da série, Olivia pode ser a mais amada, Astrid aquela que chegou aos poucos e conquistou todo mundo, mas, no fim das contas, Fringe é mesmo a história do Peter. Sobre como Walter nutre pelo filho um amor capaz de destruir universos (literalmente!), sobre como ele foi o estopim de uma guerra,  sobre como sua inexistência resetou duas (ou até mais, nunca saberemos) linhas do tempo, sobre como ele foi, voltou e, agora, parece ser novamente a chave da salvação da humanidade.

A bem da verdade, muita gente criticou o modo compassado (talvez até mesmo lento) como Fringe escolheu começar a construir seu arco final, mas, agora, depois dos 2 últimos episódios, isso mudou completamente. Se semana passada parecia que um soco tinha sido dado na nossa cara, aqui, ele foi direcionado ao estômago, com uma história menos “atribulada”, contudo mais pesada do ponto de vista emocional e psicológico.

Joshua Jackson estava incrível. Não há mais o que ser dito. Ele não precisa provar mais nada – absolutamente NADA – a ninguém. O moleque que fazia outro moleque em Dawson’s Creek? Cresceu. Virou homem. E que ator! Eu falei na review do episódio anterior que o Peter sempre externou suas sensações de maneira mais intensa e mais profunda que a Olivia (o que, em nenhum momento, signifique que ela sinta menos, que fique claro) e ao assistir A Origin Story tudo isso fica ainda mais óbvio. Eu sabia que a morte da Etta ia mudar o Peter. Mas não achei que seria algo tão hardcore.    

A tentativa de sabotagem do plano dos Observadores e criação do tal buraco negro, por mais que tenha sido o “gancho” desse capítulo, não foi o principal. O grande foco daqui foi nos apresentar como Peter e Olivia reagiram a perda, agora definitiva, da filha. Parando pra pensar, chega a ser realmente injusto o que a vida fez a eles. Tiveram apenas 2 ou 3 anos de felicidade e então viram tudo virar pó durante o Expurgo. Por isso, não é  de espantar que a Olive tenha desabado nos minutos finais ao ver a fita de aniversário da Henrietta. Por mais que Walter e Astrid ainda estejam ali, em uma visão realista (e nada egoísta), tudo que ela e Peter tem agora são um ao outro. E, quando eu coloco em perspectiva o que pode vir adiante, sinto, ao mesmo tempo, medo e pena.

Medo dos caminhos que o Peter escolheu e pena pela Olivia, porque eu acho que ela já sofreu o suficiente para 45 vidas e não merece o que, com certeza, ainda vai sofrer. Já sofreria pra caramba com aquela versão do Peter torturando o Observador. Um Peter ensandecido, disposto a fazer vingança com as próprias mãos (e como não lembrar de Revenge com a citação das duas covas?). Mas, ali, pro bem ou pro mal, suas emoções ainda o dominavam, como o Observador, inclusive, fez questão de lhe passar na cara. Agora, isso talvez não exista mais.

Não consigo pensar que consequências a implantação daquele troço vai trazer. Peter agora é um Observador? 100% não. Talvez em porcentagem menor? Não sei. Cada vez que eu tento pensar mais, minha cabeça dá um nó. Acho que ele vai se desligar ainda mais de suas emoções, talvez até por inteiro. A priori, ele deve ter a mente expandida e ser capaz de ler e entender língua e tecnologia Observadora o que vai ajudar pra caramba no plano do Walter. Eu diria, até, que vai ser de vital importância.

Mas, ao mesmo tempo em que a atitude vai trazer um bônus, o ônus certamente vai vir na mesma proporção. E eu não falo apenas de uma desestruturação na sua relação com a Olivia que vai acontecer sem medo, mas me preocupo quanto a sua sobrevivência mesmo. Minha teoria louca? Peter vai, mais uma vez, ser o salvador do universo. Se da outra vez ele foi deletado para que os Lados A e B pudessem viver em paz, agora eu acho que a coisa vai ser mais séria e exigir dele um sacrifício definitivo. Acredito que o plano do Walter vai estar diretamente relacionado aos dispositivos observadores (chamemos assim)  e o Peter vai ser diretamente afetado com isso.

Enquanto o Peter expressou sua dor em forma de luta e numa busca louca por provar que a filha não morreu em vão, a Olivia deixou tudo nas entrelinhas e a Anna Torv também merece todos os méritos pelo trabalho de composição minimalista que ela vem impondo desde que a Olivia voltou do âmbar. É claro que a decisão de “fechá-la” mais partiu do roteiro, mas a voz, a empostação, o olhar… Tudo mudou. Não diria que a Olivia tenha caído pra segundo plano, ela apenas está absorvendo tudo de uma maneira diferente.

Cedo ou tarde ela vai desabar bem mais do que desabou naquela cena final. Ela ter admitido com todas as letras que PRECISA do Peter mostra como a situação está em vias de um cataclisma.

Mais uma vez, não posso deixar de tecer mil elogios à produção e a parte técnica. Chega dá gosto de ver roteiro (sempre fantástico) e direção alinhados com bons efeitos e um rigor de detalhes na construção desse mundo apocalíptico e distópico. Gostei, especialmente, dos cartazes espalhados sobre “Futuro em Ordem” e de ver a Resistência se mostrando cada vez mais ativa. Mal posso esperar para que Peter e companhia se juntem a ela na luta.

Outras observações:

– “Você viu o que queria ver. Acreditou no que quis acreditar, porque é isso que suas emoções fazem. Elas atribuem significado a algo que não existe. Elas enganam sua percepção quanto ao que é real.”

Fringe já tem data pra terminar: 18 de janeiro! Podem marcar no calendário.

– Parando pra olhar esse episódio e o passado e levando em conta que ainda faltam 8… Não sei se eu sobrevivo até lá.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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