Apesar da polêmica envolvendo o possível cancelamento de Fringe, provocado pela notícia da mudança de horário da série, que a partir de janeiro passará a ser exibida, nos Estados Unidos, às sextas-feiras, o show trouxe mais uma vez um excelente episódio que, se não trouxe respostas a algumas de novas perguntas, seu desfecho nos deixou com uma enorme expectativa para o próximo capítulo.
Se no episódio anterior vimos Olivia entendendo que seu lugar não era naquela dimensão e que, por já ter exercido o papel que lhe era esperado, sua sobreviência estaria em risco, em “The Abducted” a personagem está decidida a deixar o universo paralelo e, para isso conta com a ajuda de um novo amigo: Henry, o taxista a quem ela sequestrou em seu primeiro dia no novo mundo.
Confesso que, nos primeiros minutos do episódio, cheguei a pensar que se tratasse de um caso ocorrido em nosso universo, porém a aparição de Henry foi determinante para que eu percebesse que o centro das atenções nesta semana seria Olivia, o que é absolutamente justo dado o desfecho do capítulo anterior.
Porém, se aqui vimos mais uma vez como a inteligência da agente é fundamental para resolver o caso, somos surpreendidos também com uma nova face do outro Broyles: o lado familiar. Philip aqui não apenas é casado como também é um protetor pai de família, capaz de tudo para garantir a segurança de seus filhos.
Um deles, aliás, é a peça-chave para a resolução do sequestro de crianças pelo chamado “Candyman”, um homem que se move nas sombras e passa apenas dois dias com as vítimas, devolvendo-as a suas famílias com graves problemas de saúde, compatíveis apenas com pessoas de idade muito avançada.
Com grande coragem, o garoto revela a Olivia informações importantes que levam à identidade do criminoso e de seu comparsa, um pastor sobre quem não pairava a menor suspeita. A sequência em que Olivia interroga o garoto é um dos pontos fortes do episódio, pois aqui ela demonstra todo o “jeito” que possui para lidar com crianças, proveniente, quem sabe, de sua rotina com sua sobrinha, Ella. A garota, por sinal, não tem mais aparecido em cena desde que houve a troca entre as Olivias, o que é uma pena, já que este seria um outro detalhe importante para revelar as sutis diferenças entre as duas personagens.
Apesar de seu empenho em demonstrar estar totalmente integrada à divisão Fringe, e de ter sido aceita por seus companheiros de equipe, Olivia ainda enfrenta a resistência velada de Broyles, que não aceita a forma como ela se comporta, e durante uma conversa com Walternativo ele demonstra sua rejeição a ela. No entanto, é durante esta sequência que tomamos conhecimento dos planos trágico do Secretário quanto à ela que, segundo ele, será eliminada em breve.
Entretanto, se Olivia vem se esforçando para demonstrar a seus companheiros de equipe que faz parte deste universo, durante uma conversa rápida com a vítima do Candyman durante seu resgate ela comete uma pequena gafe, que põe em risco sua adaptação. E quem a interroga? Broyles, que antes de dizer qualquer palavra a observa com um olhar de censura capaz de congelar qualquer um.
Um claro sinal de que sua permanência no outro Universo está chegando ao fim, assim como a última sequência do capítulo, quando ela consegue deixar um breve recado a Peter, revelando sua verdadeira localização. Será que, após esta revelação, ele finalmente se dará conta de que todo este tempo esteve “dormindo com o inimigo”? É esperar para ver. Até a próxima semana.
Ps: Durante a conversa entre Peter e Bolivia, quando os dois estão assistindo “Casablanca”, o diálogo dos personagens do filme é, no mínimo revelador, pois o personagem de Humprey Bogard pergunta a sua amada quem ela “é de verdade” e quem “ela foi” antes. Talvez uma clara indireta do que estamos prestes a ver.