Esses dias, estava discutindo com um pessoal que leu os livros e parecia consenso geral de que a série estava andando muito rápido com a história. É interessante observar a diferença de visões porque, pra mim, que me detenho a analisar apenas o programa já que ainda não comecei a ler A Clash of Kings, a impressão é exatamente o contrário, de que a história está se desenvolvendo a passos lentos – embora o número de acontecimentos aumente cada vez mais.
Contudo, isso não é uma crítica, pelo contrário. Game of Thrones continua muito consistente, a história me interessa cada vez mais e minha curiosidade cresce cada semana. Minha única queixa com a temporada é saber que semana que vem já estaremos na metade dela. Sei que 10/12 é um número comum para as séries da HBO, mas eu não me importaria de assistir 22 episódios de GoT por ano – e acho que há material para isso.
A guerra dos cinco reis continua caminhando e acho que já está perto de atingir o ápice. O confronto verbal entre Stannis e Renly foi uma das minhas partes favoritas do episódio dessa semana, por ter mostrado claramente que nenhum dos dois está disposto a se render. Por mais que o Stannis seja o rei por direito, é como o Renly disse: Ninguém o quer no trono de ferro. E um rei não pode governar sozinho. Ou até pode, mas daí o caos se instauraria pelos Sete Reinos e isso pode não trazer boas consequências.
Honestamente, eu acho que o Stannis leva a melhor em um possível confronto direto entre os dois. Entre os dois, eu prefiro o Renly, mas a impressão que me dá é que ele ainda não se encontrou totalmente na guerra, é como se tivesse sido jogado ou coisa do tipo. Ele tem a maioria numérica, mas números sozinhos não vencem guerras. Podem ajudar muito, mas não são 100% de garantia de sucesso.
A questão é que o Renly diz que o Stannis não seria aceito, mas eu acredito fortemente que o próprio também não seria, caso vença a guerra e se sente no Trono de Ferro. Não sei se o foco nesses boatos envolvendo ele e o Loras são para reforçar isso ou o caminho para algum outro tipo de trama, mas até o Mindinho já está insinuando coisas, o que é sinal de que a história não se retém a Ponta Tempestade, mas já é algo que corre por toda Westeros.
E o Stannis ainda tem a Melisandre a favor dele. Quero entender direito qual o poder que a sacerdotisa possui, porque ela me deixa cada vez mais intrigado. Diferente de algumas pessoas, não acho que esse teor sobrenatural faça mal a série, acredito que desde o começo algo já estava insinuado – com os dragões e os White Walkers – e no meio de uma guerra como a que todos foram lançados, é normal apelar pra todos os lados.
A relação dela com o Davos me intriga. A resistência que ele apresenta a ela é tanta que eu não acredito que seja algo gratuito – e se for, é bem grande mesmo. Acredito que os dois terão um papel importante no que está pra se desenrolar e aquela cena final entrou pra minha lista de coisas mais bizarras que eu já vi na vida. A Melisandre dando a luz aquele ser de sombras ou seja lá o que for aquilo ainda não saiu da minha cabeça e a ansiedade me consome para saber o que é isso e se será ou não peça fundamental.
Enquanto Stannis e Renly estão quase se enfrentando diretamente, o Robb segue sua jornada. Gostei de terem mostrado que o personagem está sem perspectiva nenhuma. Ele é movido pelo desejo de vingança, quer cortar a cabeça do Joffrey para vingar a morte do Ned, mas não tem mesmo qualquer pretensão de se sentar no trono de ferro e muito menos sabe o que fazer caso consiga destronar o pequeno monstrinho. A solução mais lógica que eu vejo era ele se aliar ao Stannis ou ao Renly, mas nenhum dos dois demonstra interesse nisso – e o Balon certamente que não quer ver o Robb nem se for pintado de ouro.
E aquela enfermeira? Será que vai dar em algo ou a cena foi colocada apenas para que a gente tivesse uma noção de como o Rei do Norte está perdido, embora mostre um foco fora do comum em seus ataques. E, falando nisso, sempre bom ver o Grey Wind!
A impressão que eu tenho é que a Catelyn é meio que um ponto de apoio pra ele, a única pessoa em quem ele confia, quase uma bússola. E por isso que é compreensível que o Mindinho a tente persuadir a trocar o Jamie pela Sansa e pela Arya – claro que essa última só de palavra mesmo. Duvido que ela concorde com qualquer coisa e adorei vê-la colocando-o em seu lugar, de certa forma, ele teve participação na morte do Ned. E, falando no patriarca, foi emocionante a sequência em que a Cat se vê diante dos restos mortais do marido morto.
A trama da Arya continua sendo uma das mais interessantes. A julgar pelo nome do próximo episódio (The Ghost of Harrenhal), é uma história que vai ganhar ainda mais destaque e eu fico bastante feliz com isso. O mais bacana é que a trama mais incerta da série nesta temporada, eu nunca sei o que esperar em seguida, quais rumos vai seguir ou que tipo de virada vai acontecer. Por exemplo, quando o Gendry foi levado para tortura, eu imaginei que algo aconteceria – embora a morte dele não tivesse me surpreendido -, mas não conseguia imaginar o quê.
A entrada do Tywin Lannister dá uma nova guinada. Ele já percebeu que ela é mulher – até que enfim, porque já estava sendo realmente irritante que NENHUM daqueles soldados estúpidos não notassem nada – e agora que a levou como camareira, eu acho que não demora para que a verdadeira identidade dela venha a tona. E a Cersei iria adorar saber disso.
Seria ao menos uma notícia boa para a Rainha Regente, já que as coisas em King’s Landing estão cada vez mais fora do controle. Que o Joffrey é um psicopata de marca maior ninguém duvida, mas nesse episódio ele extrapolou qualquer limite que existia com o que fez com as duas prostitutas. Sério. Me deu um sentimento tão estranho que eu nem sei explicar e se antes eu queria ver a cabeça do moleque numa bandeja, agora eu quero mais ainda.
Nem mesmo a Sansa está mais salva. A humilhação que ele tentou impor a ela é a prova de que o poder subiu a cabeça do menino e que ele perde cada vez mais o senso. A consequência disso é que a garota, que era a Stark mais odiada (por grande parte dos fãs, eu acho), acabou se tornando mais uma vítima das loucuras do pequeno rei. Acho que não demora muito para ela aceitar a mão que o Tyrion está lhe estendendo, mesmo que indiretamente.
Ele continua, de longe, a peça mais interessante no jogo dos tronos. Marcando território, colocando um espião particular na cola da Cersei e investigando cada passo que ela e o filho dão. No fundo, acho que ele mete medo até no Joffrey e se chegar o momento em que ele não esteja mais ali para frear as loucuras do sádico, tenho até medo do que pode acontecer.
Por último, mas não menos importante, Dany! Não é uma história nem de longe tão empolgante quanto a do ano passado, mas eu estou curioso pra saber o que vai acontecer com ela e seu povo naquela cidade que se declara claramente como a futura melhor que já existiu em Westeros. Estou curioso para ver mais dos dragões e para entender onde tudo isso vai dar, porque na atual conjectura, acho que ela é a melhor candidata ao trono. Pelo menos, ao lado do Renly, tem toda a minha torcida.
Alguém acredita que semana que vem já estaremos na metade da temporada? 🙁
