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Game of thrones – 3×02 Dark Wings, Dark Words

Por: em 12 de abril de 2013

Game of thrones – 3×02 Dark Wings, Dark Words

Por: em

Uma das maiores reclamações que Game of Thrones recebeu durante sua primeira temporada foi com respeito ao grande número de personagens e o trato que era dado a eles. Isso nunca me incomodou, mas é preciso considerar que, com o passar dos episódios, os roteiristas foram aprendendo a lidar com o mundo extremamente complexo e detalhista que têm em mãos e sabendo dosar todas as peças desse jogo. Nesse contexto, Dark Wings, Dark Woods pode até ser visto como uma extensão da season premiere de semana passada, situando alguns personagens que não deram as caras antes, ao mesmo tempo em que segue com a trama de outros.

Durante a maior parte do tempo, o foco esteve em Bran. O pequeno Stark, um dos personagens mais intrigantes da série, tem um potencial gigantesco. Seus sonhos, visões, pressentimentos ou o que quer que seja certamente vão ser importantes no futuro.  Desde que fugiu de Winterfell após o golpe de Theon, ele não tem feito muito além de andar de um lado para o outro e ver coisas estranhas, mas a chegada de Jojen e Meera Reed inicia um novo ponto na história de Brandon. Quem são esses jovens misteriosos? De onde eles vieram? Qual sua real intenção? São muitas perguntas – todas que, provavelmente, ficarão um bom tempo sem resposta.

Foi interessante como abordaram a questão de Bran ser um warg (no livro, também chamados de troca-peles, mas não sei se os legenders adotaram este termo), primeiro mostrando o que é um de fato com um membro do grupo de Mance Rayder e depois voltando-se para o senhor de Verão (abrindo um parêntese aqui: Legal rever os lobos, continuo querendo ter um aqui em casa). Talvez o conceito tenha ficado um pouco didatizado dentro do roteiro, mas era necessário para que se fizesse compreensível. Bran é um warg que está descobrindo agora suas habilidades e que ainda pode render muito.

Seu antigo “captor”, Theon, passa por mal bocados. Apesar das cenas de tortura angustiantes, é preciso dizer que, caso sigam o livro à risca, isso que vimos ainda não foi nada. O lance dos roteiristas de começar a adiantar uma trama do 5º livro agora é uma boa sacada. Afinal, dramaturgicamente falando, não seria interessante e nem aconselhado sumir o Theon por 3 ou 4 temporadas e depois trazê-lo de volta, como se nada tivesse acontecido.  Theon é um dos meus personagens favoritos por toda a carga emocional e traumática que traz consigo (tudo que ele faz, por mais abominável que seja, tem uma base de sustentação em seu passado criado no castelo de Ned. Claro que não justifica, mas explica) e eu quero ver como essa trama vai ser levada adiante.

Em Porto Real, Margaery continua roubando a cena.  Ela sabe exatamente como lidar com Joffrey, sabe tocar no ponto que lhe dá vantagem. A personagem que foi apresentada temporada passada como a frágil esposa de Renly que pouco se importava para o caso do marido com o irmão vem crescendo gradativamente, entrou de vez no jogo dos tronos e tem potencial para ser um peão relativamente significante nos próximos acontecimentos. São duas rainhas, ela e Cersei, em uma guerra não-declarada e fria. O carisma da Tyrell lhe confere uma vantagem, mas a total falta de caráter de Cersei e seu desejo doentio por poder pode ser um bom obstáculo.

Olenna Tyrell, a Senhora dos Espinhos, aparenta ser ainda mais ardilosa do que a neta. O jogo de pressão psicológica em Sansa foi orquestrado e executado com perfeição. E, no fim das contas, quem pode culpar a Stark por ter aberto a boca? Ela sofre calada na corte há 2 temporadas, é perfeitamente compreensível que se entregue a um ombro amigo quando este aparece. Sansa é outra força feminina forte em Porto Real. Ela odeia Joffrey, odeia estar ali, mas sabe que não tem muita escolha. Oficialmente, é a única Stark “bem vista”, já que Arya, Bran e Rickon são dados como mortos e Robb e Catelyn são traidores.

Falando em Arya, achei que veríamos mais da personagem nesse episódio, mas sua presença veio nos apresentar (mais) um novo personagem, Thoros de Myr. O que realmente empolgou na história da pequena Stark foi a aparição final de Cão de Caça, revelando sua identidade, o que sem dúvida colocará ela e seus amigos em maus lençóis.

Catelyn, ao lado de Talisa, protagonizou a conversa mais interessante do episódio. Particularmente, eu acho que supor que toda a desgraça que se abateu sobre os Stark aconteceu porque ela não conseguiu cumprir sua promessa de tratar Jon Snow como se fosse um legítimo filho de Ned é exagero, mas no mundo de Westeros e na fé que os nortenhos têm nos Sete, se torna aceitável e compreensível. O fato é que, na hora da dor, sempre procuramos alguém pra culpar. Além de perder Ned e de estar longe de quase todos os filhos, Catelyn ainda perdeu o pai. É coisa demais pra uma pessoa só.

Com o exército de Robb marchando rumo a Correrio, fica complicado tentar imaginar os próximos passos do Jovem Lobo.

Jaime e Brienne também deram as caras depois de ficarem sumidos durante a season premiere. A interação entre os dois foi sustentada nas intrigas e provocações, como já era óbvio, partindo para a força física no final. O mais legal dessa trama é que ambos tem personalidades muito fortes e que sempre vão se chocar. Brienne segue Catelyn cegamente e fará de tudo para devolver Jaime a Porto Real e voltar com Arya (que ela acredita estar lá) e Sansa. O Regicida já perdeu o brilho e a força depois de ser cativo do Robb. Vai ser uma dupla bem interessante de se observar.

 

PS. Enquanto eu lia o Tormenta de Espadas (Volume III, cujo metade é a base para essa temporada), Jaime Lannister passou de um dos personagens que eu mais odiava para um dos meus favoritos. Eu tô bastante curioso para ver como a parceria com Brienne vai ser desenvolvida.

PS². Essa semana o review demorou um pouco mais do que o natural, mas semana que vem deve voltar ao normal, entre a segunda e a terça.

PS³. Nem comentei do Sam porque não achei lugar no texto, mas também vai ser interessante vê-lo, agora, sozinho, sem Jon, na Patrulha da Noite.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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