Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Game of Thrones – 3×03 Walk of Punishment

Por: em 16 de abril de 2013

Game of Thrones – 3×03 Walk of Punishment

Por: em

Mesmo antes de ler os livros que deram origem à série, sempre achei que 10 episódios por temporada era um número pequeno para a quantidade de acontecimentos. Entendo que o custo da produção de uma série como Game of Thrones é alta, mas talvez 12,13 episódios formassem temporadas mais satisfatórias e episódios mais bem balanceados. Por que estou falando isso agora? Porque em Walk of Punishment praticamente quase todas as frentes narrativas tiveram voz, o que é bom, óbvio, mas para os mais desatentos, pode gerar um conflito pela quantidade de informações.

Muitos reclamam que o ritmo de Game of Thrones é lento e eu discordo efetivamente. Talvez seja por eu ter lido os livros, onde a história caminha muito mais devagar, mas vejo a cadeia de acontecimentos na série da HBO como uma coisa bem contínua, quase ininterrupta. São muitos detalhes, muitos acontecimentos em paralelo, muita coisa importante acontecendo no jogo dos tronos.

Uma das coisas que mais gostei desse episódio foi finalmente ver Correrio. A adaptação foi muito bem feito, os estandartes de peixes (o animal representante da casa Tully) no funeral do pai de Cat deram um toque especial, assim como os brasões nas roupas de Edmure e Blackfish. O clima da cena que abre o episódio foi no tom: Nem melancólico demais e nem algo ‘qualquer coisa’. A tática da cena ser quase toda rodada em silêncio foi a grande responsável por isso. Gosto bastante dos rituais de Westeros, especialmente deste das flechas quando um ente querido falece.

Duas conversas no castelo dos Tully merecem destaque. Primeiro a discussão de Robb e Edmure (irmão de Cat). É perceptível, ali, o quanto o Jovem Lobo se perdeu na sua causa. Nem mesmo Robb sabe direito o que fazer, que caminho seguir, para onde marchar. Ele é um menino, que venceu todas as batalhas até agora contando com sorte e competência, mas isso não vai fazer com que ele vença a guerra. Tywin Lannister é uma das criaturas mais espertas de Westeros e para vencê-lo, tanto Robb quanto Edmure precisam colocar o pé no chão e parar de fantasiar com devaneios de uma vitória fácil.

A outra é o desabafo de Catelyn e Blackfish. Muita gente não gosta da Cat por causa de suas atitudes (e aqui eu incluo tanto os fãs apenas da série como os do livro), mas, por mais controversas que elas possam ser, é uma atitude de mãe. Catelyn ama os Stark acima de tudo e todos os seus passos são premeditados para uma possível reaproximação da família depois de tanta desgraça que se abateu sobre a família após a ida de Ned para Porto Real como Mão do Rei.

Enquanto isso, em Porto Real, Tywin Lannister segue mostrando toda a inteligência que sempre lhe foi peculiar. Mandar Mindinho para se casar com Lisa e, assim, trazer Ninho da Águia para a guerra ao lado de Porto Real, é uma ótima jogada, já que, dessa maneira, Joffrey tem ao seu lado, além de Rochedo Casterly, Jardim de Cima (pelo casamento arranjado com Margaery) e Ninho da Águia. O que pode acabar com os planos de Tywin é que todos sabem que Baelish é talvez uma das pessoas mais traiçoeiras dos Sete Reinos e não faz nada sem que saiba que será beneficiado em troca. Esperar pra ver.

Eleger Tyrion como Mestre da Moeda também pode ser uma medida arriscada, considerando a personalidade do anão, que dificilmente aceitará ser rebaixo dessa maneira (de Mão do Rei a Mestre da Moeda). O Lannister, mais uma vez, representou uma das partes mais divertidas do episódio, quando “deu” as prostitutas de presente a Podrick.

Do outro lado do Mar, Daenerys segue sua cruzada em busca do Trono que defende ser seu por direito. Oferecer um dragão em troca dos Imaculados é sim uma loucura, como bem colocaram Sor Jorah e Sor Barristan, num dos poucos e raros momentos de concordância entre os dois. Nessa história, há muita coisa em potencial para se desenvolver: A negociação de Dany, a rivalidade silenciosa entre Jorah e Barristan, a chegada de Missandei e até que ponto os valores de Daenerys vão interferir na sua relação com o novo exército que comprou – pela cena em que ela dá água a um escravo, já fica claro que ela não concorda com o que está acontecendo ali.

A impressão que ficou é que a maioria dos personagens está sem rumo, marchando pra onde quer que o destino os leve.

Sem Jon na Patrulha da Noite, a vida de Sam vai ser mais difícil. Ter a antipatia de Craster e um interesse em Goive não vai tornar as coisas mais fáceis. Jon, por outro lado, no grupo de Mance Rayder, vai ter que provar que é leal a uma nova causa, o que, conhecendo Jon Snow, sabemos como sera complicado.

Arya, Theon e Jaime se encaixam na mesma categoria: São fugitivos, dependem da misericórdia (ou não) daqueles que com eles estão. Em 3 episódios, Arya ainda não teve, nem de longe, o destaque dos dois últimos anos. Sua trama é interessante por duas coisas: Não sabemos nada sobre a Irmandade de Thoros de Myr, então tudo será surpresa (ou não). E Cão de Caça está por perto. E Sandor Clegane já mostrou do que é capaz. Já Theon, graças ao misterioso aliado que se diz enviado por sua irmã, conseguiu fugir. A única pista que temos da identidade do rapaz é a palavra ‘bastardo’, dita por um soldado antes de seu fim. (E aqui eu peço mais uma vez para que quem leu os livros, não comente nada sobre a identidade do rapaz, porque seria um spoiler gigantesco).

Um dos meus pontos favoritos no “A Tormenta de Espadas” (Volume III das Crônicas) é a humanização feita em Jaime Lannister, o que a série começou a fazer aqui. Estava claro pelo olhar, pelo tom de voz e pelas atitudes do Regicida que ele estava sim preocupado de verdade com Brienne e seu destino. O Jaime que achávamos conhecer provavelmente deixaria a garota ser morta e estrupada, enquanto este contou uma mentira para salvá-la e isso lhe custou caro: Sua mão.

Ter o membro arrancado já seria doloroso para qualquer pessoa, mas quando colocarmos em perspectiva que falamos de Jaime Lannister, Regicida, membro da Guarda Real, nascido em Rochedo Casterly e um dos melhores espadachins dos Sete Reinos, a coisa fica ainda mais sombria. Robb já lhe tirara a marra, a arrogância e a autoestima elevada. Vamos ver, agora, o que mais este golpe fará a ele.

 

PS. A cena entre Stannis e Melisandre foi curta, mas significativa. Mostrou o quanto o último Baratheon confia na feiticeira vermelha.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

×