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Game of Thrones – 3×05 Kissed by Fire e 3×06 The Climb

Por: em 15 de maio de 2013

Game of Thrones – 3×05 Kissed by Fire e 3×06 The Climb

Por: em

Kissed By Fire The Climb são dois episódios que, na prática, seguem o mesmo formato: Deixam de lado a ação, a guerra, as lutas físicas e continuam a história do Jogo dos Tronos com maquinações políticas e pessoais, trazendo seus personagens principais para o grande centro das atenções.

Jon e Ygritte Game of Thromes

Peguemos, como primeiro exemplo, Jon Snow. O personagem mais íntegro da série está tendo que rever todos os seus conceitos e juramentos agora que, na teoria, é juramentado a Mance Rayder e seu bando de selvagens. O interessante de toda essa história (e do agora consumado relacionamento com Ygritte) é que Jon  coloca em cheque as coisas em que sempre acreditou. Vê-se, nos olhos dele, que ele gosta de Ygritte, mas, ao mesmo tempo, uma parte de si ainda é fiel a Patrulha da Noite, onde ele provavelmente seria castrado ou coisa pior se fizesse alguma coisa do tipo. O questionamento que fica é: No amor e na guerra, vale mesmo tudo?

Jon não aceitaria bem uma perda de Ygritte. Enquanto eles escalam a muralha em The Climb isso fica bem claro no momento em que ela escorrega e quase encontra um fim trágico. A ligação que os dois construíram já foi além de qualquer física e Snow sabe que, ali, Ygritte é a única pessoa na qual ele pode confiar, porque era óbvio e claro que ela iria sacar que ele estava mesmo fazendo um jogo duplo cedo ou tarde. Quando comparamos a história do personagem nessa temporada e nas duas passadas, a evolução é clara. Isso é, aliás, algo no qual a terceira temporada vem se firmando muito bem: O desenvolvimento de seus personagens.

Arya é outra que ganha cada vez mais destaque. Sua conversa com Thoros e Beric em Kissed by Fire, quando pergunta se eles poderiam trazer de volta um homem sem cabeça, mostra que Arya não é mais uma criança. Ela cresceu no exato momento em que a cabeça de Ned foi arrancada. Viu que estava, teoricamente, sozinha e que teria o mundo contra ela. Este segmento, aliás, ganhou um fôlego inesperado nesses dois últimos episódios. A luta entre Beric e Cão de Caça entrou para a cena de sequências que, em minha opinião, funcionaram melhor na série do que no livro. Não consegui desgrudar o olho um minuto sequer.

A vida de Gendry em cheque dá a Arya uma nova perspectiva. Ela não confiou em Melisandre (quem confiaria?), sabe que o amigo corre perigo. O problema, aqui, é que ao mesmo tempo em que ela se preocupa com Gendry, também quer reencontrar sua família o quanto antes. Um jogo de escolhas se abre para a pequena Stark.

Diferente de Sansa. A essa, escolha nenhuma foi dada. O casamento com Loras foi um delírio adolescente e a realidade tratou de colocar a garota no chão novamente. Sansa também é uma personagem com evolução gradual. A menina mimada da primeira temporada se tornou uma prisioneira em Porto Real, não tem permissão para ir a lugar algum, é a chave para Winterfell e agora, se casará com Tyrion, outro que está perdido desde Blackwater e também nada pode fazer além de acatar as ordens de seu pai.

Twin Game of Thrones

Lorde Tywin, inclusive, desponta como um dos grandes nomes da temporada. Os casamentos de Sansa com Tyrion e Cersei com Loras garantem, aos Lannister, a posse e aliança definitiva com o Norte e a Campina, dois dos mais poderosos sete reinos (sendo que o Rochedo já é deles).  Tywin não tem escrúpulos e nem medidas; é o tipo de personagem que parece fazer tudo que estiver ao seu alcance para conseguir o que deseja. A conversa com Olenna em The Climb deixa isso claro graças ao modo que ele intimida a Rainha dos Espinhos, que não tem escolha além de permitir o casamento entre Loras e Cersei. Coitado do Cavaleiro das Rosas.

Ao termos mais contato com Tywin, é até possível entender um pouco porque Jaime e Cersei são o que são.

Quanto a Cersei, ainda não sabemos muito, mas para Jaime, que vem ganhando cada vez mais espaço, fica claro que o jeito arrogante e cruel que conhecemos é mais um mecanismo de autodefesa do que que uma coisa natural. Sua conversa com Brienne na banheira e o emocionante monólogo sobre Aerys, o saque de Robert e escolhas é a cena mais emocionante da temporada até agora. Ali, Jaime não estava despido apenas de suas roupas, mas de todas as capas que vestiu a vida inteira. Pela primeira vez, talvez, ele tenha mostrado como é de verdade – e certamente Brienne o percebeu. A parceria entre os dois é um dos grandes pontos deste terceiro ano e tem tudo para render ainda mais.

Robb Stark Game of Thrones

O que ele fez não é muito diferente do que Robb vem fazendo, por exemplo, em nome da guerra. O Jovem Lobo está perdido desde o momento em que rompeu a aliança com os Frey e ainda nem sabe. Robb não é um homem; Robb é um garoto que venceu a maioria de suas batalhas na sorte, mas que, agora, enfrenta os verdadeiros obstáculos. Tomar Rochedo Casterly é uma medida ousada, mas que, se completada com êxito, pode dar ao rapaz uma grande vantagem nesta Guerra dos Cinco Reis. O que ficou claro nestes dois episódios (com a execução de Lorde Kastark e o casamento arranjado de Edmure) é que, agora que viu que a guerra está quase escapando por entre seus dedos, Robb vai usar de todas as estratégias que puder.

Ele, ao menos, não está mais cego como Stannis. Ao conhecermos a rainha, fica ainda mais claro o poder que Melisandre exerce sobre a família real Baratheon. Eles acreditam fielmente que ela levará Stannis ao Trono de Ferro e não enxergam um palmo à frente. Sou capaz de apostar que, inclusive, estará aí, na mulher vermelha, a ruína do irmão de Robert. A não ser, claro, que sua filha, aparentemente o único ser com mentalidade própria na família, abra os olhos do pai. A conversa da menina com Davos foi outro momento emocionante desses episódios.

Bran, Theon e Daenerys seguem suas jornadas, mas, diferentemente dos outros personagens, nestes a série não gasta muito tempo. Bran está parado desde a temporada passada. Seus sonhos verdes e visões já saturaram e passou da hora do personagem, outrora um dos mais interessantes, ganhar um novo rumo. Theon protagoniza as cenas mais angustiantes, com as sessões de tortura comandadas pelo jovem misterioso. Essa é uma das histórias mais interessantes da temporada porque ainda não sabemos quase nada sobre ela. E Dany segue o caminho para ‘tomar o que é dela’, mas agora com dragões e um exército de escravos.

PS. A review do 3×07 sai ainda hoje, provavelmente na parte da noite.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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