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Game of Thrones – 3×07 The Bear and the Maiden Fair

Por: em 15 de maio de 2013

Game of Thrones – 3×07 The Bear and the Maiden Fair

Por: em

Ironicamente, este foi o episódio que eu menos gostei da temporada, por uma série de fatores. Digo “ironicamente” porque além dele ter sido escrito pelo George Martin em pessoa (e os episódios que ele escreve sempre são sensacionais), trouxe um dos momentos que eu mais esperei para ver (e que valeu cada segundo, vale ressaltar).

Brienne de Thart

A relação entre Jaime e Brienne já está mais do que estabelecida. Era uma dupla que, por todos os motivos do mundo, tinha, consigo, todos os prognósticos indicando o caminho oposto ao que vemos hoje. A fidelidade de Brienne é algo que ficou estabelecido e sagrado desde os tempos em que Renly ainda vivia, bem como a prepotência e audácia de Jaime, nunca curvado, nunca submisso (mesmo sem ser um Martell – e essa referência é pra galera que leu os livros). Nestes 7 episódios, algo mudou. Não hesito em dizer que os dois são os grandes nomes da temporada até aqui, inclusive. Quando Jaime decide retornar a Harrenhal pare resgatar Brienne de qualquer que seja o destino que havia sido lhe imposto, um ciclo na vida do personagem atinge o ápice, algo que começou quando ele contou a Donzela de Tarth o que aconteceu no dia do saque de Robert, ou até mesmo antes disso.

O Jaime que agora retorna a Porto Real não é o mesmo Jaime que a deixou e isso abre um leque de possibilidades, especialmente quando colocamos em perspectiva a atual situação dos Lannisters, com um Tywin tentando a todo custo arrumar bons casamentos para seus filhos. Disso, ao menos, Jaime provavelmente escapa, já que é juramentado a Guarda Real. A presença de Brienne na corte também pode ser um fator interessante. Sem esquecer, claro, da promessa que ela fez a Catelyn.

Um caminho parecido (porém extremamente mais cruel) percorre Theon, a contra gosto. Para o Greyjoy a situação é pior não apenas por todo o cenário envolvido. E por mais que ele tenha errado muito, não tem como se manter indiferente aos momentos em que ele, despido de qualquer resquício do que um dia foi o “Príncipe de Winterfell”, implora por misericórdia e clemência. Theon sequer sabe porque o pequeno sádico o tortura tanto. Prazer? Vingança? A dúvida, talvez, machuque quase tanto (bem quase mesmo, pelo rumo que as coisas andam) quanto a parte física.

The Bear and the Maiden Fair não foi ruim, que fique claro. Dizer que achei ele o ‘menos bom’ da temporada não quer dizer muita coisa, já que estamos em uma ótima leva de episódios. Seu problema principal é a acomodação de muitas subtramas, o que o torna um pouco complicado de se acompanhar. Informações demais para pouco tempo de tela, eu diria, um problema que não é exclusivo daqui e que inclusive já aconteceu em outras temporadas.

Gendry e Melisandre

A recém “união” (forçada) de Gendry e Melisandre é um dos pontos mais curiosos da temporada. A sacerdotisa vermelha é a personagem mais misteriosa da série atualmente. Pouco, quase nada sabemos sobre ela e seus planos para Stannis e família. Gendry é corajoso e valente, mas tem muito a temer, não apenas por ser bastado de Robert (até porque, na teoria, isso não adiantaria muita coisa, acredito eu – me corrijam se eu estiver errado, sempre me perco nas leis de Westeros), mas por estar perto da mulher e longe de Arya, que, na verdade, não está em situação muito melhor, agora que foi parar nas mãos do Cão de Caça. Teria sido melhor continuar com a Irmandade.

Centro dos principais atuais acontecimentos, Porto Real foi cenário da cena que mais me impactou no episódio: A pequena conversa entre Tywin e Joffrey na sala do Trono. O pequeno Rei sempre esteve acostumado a ter quase todos aos seus pés, tremendo de medo e seguindo suas ordens (a própria Cersei nunca conseguiu lhe colocar rédeas) e, agora, ele percebeu que tem um oponente de peso dentre do castelo. Tywin é a cabeça das principais maquinações no Jogo dos Tronos (ao lado de Varys e Mindinho, talvez) e não vai deixar um pivete (que ele bem sabe que não é Baratheon e que por isso não deveria estar no Trono) interferir em seus planos, sejam eles quais forem.

O diálogo entre Sansa e Margaery também é interessante, mesmo que não traga nada de novo. As duas desenvolveram uma cumplicidade que é interessante de se observar e é uma pena que Sansa não tenha percebido as entrelinhas da conversa sobre conselhos sexuais e percebido o que nós todos já sabemos: De boba, Margaery não tem e nunca teve nada.

Outra tomada interessante na localidade é a sincera conversa entre Tyrion e Shae. O interessante é a percepção clara que o anão também não está nenhum pouco feliz com o casamento arranjado entre os dois. Para Sansa, pouco importa que um filho desta união possa ser o futuro herdeiro de Rochedo Casterly e Winterfell e, para Tyrion, pouco importa ser o Senhor do Norte. Os dois são mais parecidos do que pensam e as motivações do anão para se colocar contra o matrimônio são tão ilusórias quanto as de Sansa. Por trás de todos os argumentos de preocupação com Sansa ou do desejo de não ser uma marionete nas mãos do pai, Tyrion ama Shae. E por que esse amor tem que ser errado? Só por que ela é prostituta?

Dada a época em que eles vivem, infelizmente sim. Ao fim do diálogo entre os dois, a única certeza que fica ali, no ar, é a de que a garota não entende e nunca vai entender as motivações políticas por trás da união e isso pode afastá-la do anão para sempre, o que fica claro que nem ela e nem ele querem.

Daneyers Game of Thrones

Enquanto Porto Real ferve, do outro lado do mar, Daenerys continua brincando de ser a Princesa Isabel dos Sete Reinos e derivados.  Por mais que suas motivações sejam nobres e que a libertação dos escravos seja um gesto louvável, é claro que Dany está se desviando do seu caminho e do seu objetivo maior, que é recuperar o trono que um dia foi de seu pai. Astapor já foi, Yunkai é o próximo alvo. Ao menos, uma coisa é certa. Essa Daenerys de hoje é mais dura, mais severa e mais firme do que a Daenerys do começo da série e essa jornada pelas Cidades Escravagistas vai moldar ainda mais sua personalidade, para quando for a hora de chegar a Westeros.

Os irmãos Stark também tiveram um avanço, ainda que curto, em suas tramas: Robb descobriu que vai ser pai (o que provavelmente vai dificultar ainda mais sua situação na Guerra dos Cinco Reis) e Bran, mesmo contra a vontade de Osha, decidiu abortar a ideia de encontrar com Jon e seguir em busca do tal Corvo de Três Olhos que lhe aparece em sonho desde sua queda. Este último, por sua vez, não teve tanto destaque aqui quanto nos últimos episódios, mas sua história continua evoluindo e, ao lado de Ygritte, protagonizou uma das melhores cenas deste episódio: O momento em que ele a confronta e diz que eles jamais conseguirão derrotar a Patrulha da Noite.

Como Jon Snow não sabe nada, o negócio é esperar pra ver.

Dá pra acreditar que agora só faltam TRÊS pra acabar a temporada?


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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