Diferente da maioria dos episódios da temporada, Second Sons escolheu não abarcar muitas linhas narrativas no seu tempo de tela (Robb, Jamie, Bran, Jon e Theon nem deram as caras, enquanto Arya só teve uma mísera cena), o que fez muito bem para as tramas que o episódio escolheu dar continuidade. Prefiro quando Game of Thrones faz isso. Fica bem mais tranquilo de acompanhar a história.
Uma dessas frentes que ganhou destaque foi o núcleo de Stannis e Melisandre (e, agora, Gendry), coisa que não aconteceu muito na série até então. Durante toda a temporada passada, os dois sempre ficaram em segundo plano com relação as outras histórias, salvo no plot de Blackwater. Neste terceiro ano, a trama voltou-se um pouco mais para o pretendente ao Trono e a Sacerdotisa Vermelha. Durante a conversa entre Stannis e Davos, o que salta aos olhos é o quanto o possível Rei está enfeitiçado pela mulher e acredita piamente que os poderes dela o levarão ao Trono de Ferro.
Gendry, coitado, foi jogado na história da noite pro dia e certamente não tem a menor noção do que pode lhe acontecer. Melisandre deixou claro que pretende matá-lo, o que não ficou entendido ainda é quando. Numa primeira análise, a impressão que fica é que a morte de Gendry era um meio de obter seu sangue para o ritual que foi feito, mas o uso das sanguessugas (em uma cena prá lá de angustiante, vale-se ressaltar) supriu tal feito, então fica a dúvida de qual será o destino do bastardo de Robert agora.
Em Porto Real, outro grande acontecimento retratado por Second Sons foi o melancólico casamento entre Sansa e Tyrion. A equipe técnica da série merece os elogios por ter conseguido criar a aura exata para a cerimônia, misturando um quê de amargura, claramente exposta não apenas na face de Sansa, mas em todos os elementos que compuseram a cena (até mesmo o posicionamento da câmera, pegando os dois de cima para baixo) e tristeza. Envolvendo este segmento, três cenas merecem destaque.
A primeira é a conversa entre Cersei e Margaery. A cada semana, o conflito interno entre a Rainha Regente e a futura Rainha ganha cada vez mais camadas e, aqui, finalmente, aconteceu um confronto direto, com direito a uma ameaça da mãe de Joffrey. É compreensível que seja a Lannister a perder a cabeça primeiro, devido a pressão que Tywin faz para que o casamento com Loras deixe de ser uma ideia e se torne fato concreto. Complicado é tentar adivinhar quem vai ser mais infeliz se essa união se realizar.
A segunda, o momento onde Tyrion enfrenta Joffrey diante de todos os convidados, de modo a proteger Sansa. Se não fosse a intervenção de Tywin (que, mais uma vez, prova que tem algum certo tipo de poder sobre o garoto), talvez Joff não tivesse deixado o insulto do tio barato. E a terceira, o derradeiro momento onde o anão e sua esposa se encontram a sós e Tyrion decide ir contra as ordens de Tywin e não consumar o casamento (e alguém palpita o que Shae vai fazer com a informação?). O mais novo casal de Porto Real é uma dupla em potencial, porque ambos não tem absolutamente quase nada a perder e foram jogados contra a vontade neste casamento, então podem, de fato, render situações interessantes.
Daenerys também ganhou avanços significativos em sua cruzada. A inserção dos Segundos Filhos e da figura de Daario Naharis dá um novo fôlego a sua trama, que já começava a se desgastar por andar demais em torno do seu desejo de libertar os escravos. Claro que ainda há muitos pontos a se acertar e a dois episódios do fim da temporada, Dany provavelmente vai se envolver em outra mini guerra (Se Yunkai tiver chance contra seus dragões, Oito mil Imaculados e, agora, os Segundos Filhos).
Os 8 minutos finais do episódio são, de longe, a parte mais bem feita.
Por mais que a trama de Sam e Goiva não seja exatamente a mais empolgante do mundo (pelo contrário, passa longe disso), todo o confronto com o White Walker é de se aplaudir de pé, mérito muito maior da situação em si do que dos personagens, vale dizer. Mais uma vez, faço elogios à equipe de produção, que criou a atmosfera de medo e tensão com sucesso. Para os mais atentos, o previously, que mostra Sam com a adaga, já dava a dica do que poderia acontecer, mas a execução da cena foi tão bem conduzida que, no fim das contas, a falta de surpresa foi apenas um detalhe.
As dúvidas que ficam após Second Sons são:
– Para onde Sam e Goiva vão?
– Cão de Caça vai mesmo levar Arya até as Gêmeas?
– Qual vai ser a desculpa de Tyrion para Tywin quando Sansa não aparecer grávida?
– E por que raios a HBO vai dar uma pausa de 1 semana logo agora no fim da temporada? Dia 02 de junho a série retorna com The Rains of Castamare, episódio mais esperado da temporada de 10 a cada 10 fãs dos livros. Até lá!
