É hora de mudança. Reforma!

Quando lia por aí que Glee iria se reinventar nessa temporada, praticamente começar do zero, eu ficava bastante receoso e com dois pés atrás. Este episódio, Makeover, mostrou que provavelmente eu estava enganado. Glee pretende desafiar seus personagens, dando-lhes algo que sempre faltou na série, um ar de realidade. Afinal, não há ninguém com apenas um sonho ou tão modelado a ponto de não mudar.

Rachel é a primeira a passar por esse processo, que, no caso dela, vem se acentuando desde a season premiere. Logo quando Brody apareceu, sabíamos que ele estava ali para balançar a relação entre o casal principal. Ele representa uma nova fase, que rompe com a antiga e apresenta um futuro que a jovem almeja mais que tudo. Eu, que nunca gostei do Finn, adorei sua volta. Ela não poderia ser mais perfeita: encontrar Rachel sozinha no apartamento com um outro homem. O melhor de tudo foi o semblante nada feliz dela. Sem dúvida, Finn fará um escândalo, como é bem típico dele e até compreensível com a situação.

Kurt é outro personagem que está mudando. Amadurecendo. Tá certo que eu achei o plot meio forçado. Poxa, ele não tem experiência nenhuma com moda, nem sequer pretende continuar nessa área, já que prefere a música, é super jovem e todo mais. Mesmo assim ele conseguiu a vaga e logo se destacou e virou o queridinho da “Deusa da moda”. Não é assim que as coisas funcionam na prática. Mas tudo bem, estamos falando de Glee, e nem sempre as coisas são como deveriam ser, e tem vezes que é justamente isso que faz da série um sucesso.

Falando de Isabele (Sarah Jessica Parker), a personagem veio a acrescentar. Ela é justamente o oposto de Cassandra. Enquanto a última é uma carrasca com seus alunos, Isabele é simpática e nem ao menos sabe dizer não. Confesso que não gostei tanto da personagem. Sim, a interação com Kurt foi bastante legal, mas ela me pareceu tão rasa, fútil e ao mesmo tempo depressiva (e eu adoro essa característica, mas, até o momento, ela parece uma depressiva sem causa).

Tirando as tramas de New York, que sem dúvida são as mais interessantes, vamos viajar para Ohio. Will voltou pra sua fase deprê. Crise de meia-idade, eu diria. Esse personagem, desde o episódio piloto, não me agradou. Sempre querendo passar suas lições de moral, quando nem ele as segue. Agora, ele volta com suas dúvidas de adolescente, com o tradicional “o que estou fazendo com minha vida?” e blá blá blá. Eis que, no intuito de dar um destino para sua vida, ele decide se inscrever para a Comissão Nacional de Arte em busca de maior incentivo aos corais das escolas, ou algo assim. O importante é que, se ele for aceito, terá que ficar longe de Ohio e consequentemente de suas funções com o Glee Club. Eu, particularmente, ficaria muito feliz se ele fosse embora. Já imaginaram que divertido seria se Sue ou Emma comandasse o grupo? Ou até mesmo um dos formandos voltando?

Porém, acredito que no final, ele, mesmo se aceito, vai optar por ficar, assim como já fez anteriormente, quando recusou participar de um musical.

Tirando toda essa parte dramática do seriado (que eu adoro!), tivemos também partes cômicas, que são sempre bem-vindas, quando bem trabalhadas. Dessa vez, voltamos às eleições de presidente, ou representante, dos alunos. Acho essas eleições meio desnecessárias, porque depois o posto nunca é utilizado para desenvolver uma outra trama.

Brittany, atual presidente, concorre à reeleição, mas perde para Blaine, que está desolado sem Kurt. Não vejo mais muito futuro para essa relação, que há tempos já vem desgastada. Gosto desse destaque aos dois personagens, principalmente a Brittany.

Sobre as músicas, esse episódio foi o mais fraco da temporada e alguns dos piores das série. Não gostei realmente de nenhuma, acho que faltou emoção. Ao menos algo raro aconteceu, a série conseguiu se segurar mesmo sem grandes números musicais, algo que não acontece com frequência. Isso parece bom. Parece cada vez mais que Glee está ressurgindo das cinzas. E eu não vou perder isso por nada.

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