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Grey’s Anatomy – 10×03 Everybody’s Crying Mercy

Por: em 4 de outubro de 2013

Grey’s Anatomy – 10×03 Everybody’s Crying Mercy

Por: em

“Maybe eventually I won’t want to take your hand when we get off the elevator at the end of the day.”

Everybody’s Crying Mercy é um episódio melancólico. Tem seus momentos engraçados, uma ou outra piada solta por aqui e por ali, mas em sua essência, ele aprofunda os dramas de seus personagens e dá continuidade a sua jornada de amadurecimento e dor.

Cristina e Owen Greys

É difícil dizer, entre Cristina e Owen e Callie e Arizona, qual o casal passando por maiores problemas.

O caso dos dois primeiros é talvez mais complicado. Diferente de Callie e Arizona, separadas por um lapso momentâneo de Arizona e uma traição (que não é justificável, que fique claro), Owen e Cristina estão separados simplesmente por serem eles mesmos. Toda a diferença reside aí. É aquela velha máxima de que, em alguns casos, o amor não é suficiente para fazer funcionar. Há amor ali. Amor demais. Tem amor em cada palavra despejada pela Cristina naquela cena do elevador, pedindo pra que eles tentem com outras pessoas. Tem amor na voz fraquejante do Owen ao concordar. Mas, acima de tudo, há as diferenças que eles sabem que irão atingí-los se eles tentarem novamente. Se semana passada eu achava que essa história estava acabada, hoje eu não tenho tanta certeza.

Além de seus problemas amorosos, Owen ainda precisa lidar com a administração do hospital, afetado após a tempestade. Toda a história da luta de egos entre ele e o Jackson foi um dos motes desse episódio e, felizmente, foi levada com êxito e encontrou um final digno. Mais alguém lembrou da segunda temporada quando se falou em um baile de gala? Será uma história interessante de se acompanhar.

Callie-Greys-Anatomy

O discurso de Callie ao final do episódio foi provavelmente a melhor cena do mesmo. Torres é uma sobrevivente. É óbvio que não foi fácil dizer nada daquilo pra mulher com quem ela passou os últimos anos de sua vida, mas era necessário, para que existisse ao menos a possiblidade de uma reconciliação. Por um minuto, achei que ela ia ceder quando a Arizona a pediu pra ficar. Mas tem muita mágoa ali ainda. Entre as duas, quebrou-se a confiança e não é uma terapia de casal que vai consertar isso. Só mesmo o tempo. Uma coisa bem bacana foi a ligação feita entre a história das duas e o caso que  Callie, Murphy e April cuidaram, da mulher que tinha traído o marido com o irmão dele. Mesmo com o desfecho óbvio (alguém realmente achou que, na hora H, a Callie deixaria a Murphy contar?), a referência foi válida. Essa é uma das marcas registradas de Grey’s: Ligar a história de seus pacientes a de seus personagens centrais.

Indo contra essa maré de tristeza e crise que tomou conta da maioria dos casais do Seattle Grace, Alex e Jo estão curtindo os primeiros momentos de seu relacionamento. Uma boa surpresa a mim foi ver que os dois não me irritam mais como na temporada passada. Gostar dos dois é difícil, mas é perceptível o quanto o roteiro vem se esforçando pra desligar Jo do fantasma de Izzie e a medida em que isso acontece, o romance dos dois vai ganhando contornos mais definidos e mais coerentes. Ver o Karev falando para a Cristina que com ela é diferente do que com todas outras que ele teve depois da Izzie já dá a dica de que a relação só deve crescer e crescer de agora em diante. A saída, então, é aceitar  e tentar se acostumar com a ideia ou passar raiva em todo episódio.

Meredith Richard

Como a season premiere tinha dado dicas, a morte de Brooks alça Ross a novos vôos.

Uma das cenas mais fortes do episódio é seu confronto com Richard, onde ele tem coragem de contrariar uma ordem de Miranda Bailey e entubar o ex-chief. Richard, aqui, parecia uma criança mimada, com medo de tomar uma injenção, mesmo sabendo que é necessário. Ross foi a pessoa certa para lhe dar esse choque de realidade por ser exatamente alguém que ele nunca esperava que lhe dissesse aquelas coisas. Até o tom de voz do interno, nesse episódio, estava mais triste. Parece uma clara tentativa do roteiro de desenvolver um bom arco dramático com o personagem, já que com a saída certa de Sandra Oh ao fim da temporada, é capaz de mais alguns atores também pularem fora e os novos personagens precisarem assumir a dianteira.

Quem também entra em uma nova jornada a partir de agora é Meredith. Desde que descobriu que era a responsável por Richard, ela tem feito das tripas coração para cuidar dele e ouvir tudo aquilo que ele lhe disse na última cena certamente irá mudá-la. É complicado saber se Richard disse aquelas coisas da boca pra fora ou se ele realmente falava sério quando afirmou a ter escolhido porque achava que ela não seria emocional e não porque a considerava família. O olhar da Mer a ele foi o mesmo que ela lançou algumas vezes a Ellis. Dor, decepção e amargura.

Dark and twisted.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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