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Grey’s Anatomy – 8×03 Take the Lead

Por: em 1 de outubro de 2011

Grey’s Anatomy – 8×03 Take the Lead

Por: em

A boa e velha Grey’s Anatomy está de volta. Voltar o foco para Meredith, Cristina e Alex foi sem dúvida alguma a decisão mais acertada que Shonda Rhimes e equipe tomaram. Não que Callie, Arizona, Mark, Lexie e os outros personagens não consigam sustentar suas histórias, pelo contrário, eles conseguem e são ótimos, mas é com as atenções em seus originais, aqueles que acompanhamos desde a 1ª temporada, que a série consegue seus melhores resultados e Take the Lead vem pra mostrar isso e pra quebrar também um paradigma que muitos estabeleceram: de que Grey’s só é intensa quando traz grandes tragédias.

Nesse episódio não teve barco, avião, bomba, atirador e nem fissura na terra. O que vimos foi os personagens jogados num campo de batalha, sozinhos, numa sala de cirurgia, tendo que enfrentar o medo, a pressão, a insegurança e todo o turbilhão de sentimentos que tomou conta de cada um deles. Meredith, Cristina, Alex e Avery. Eles foram bombardeados por eles mesmos. Foi um episódio sobre medo, sobre superação, sobre o ser humano atingindo seu limite em situações que exigem isso dele.

Vejamos o Avery, por exemplo. Ele foi o gunther e, por isso, acreditava que poderia fazer uma cirurgia em um bebê e eu acreditei junto com ele. Aqui eu abro um parêntese pra comentar que eu SEMPRE fico tenso quando o procedimento envolve uma criança. Mais do que o normal. Ver aquele ser tão pequeno, frágil, indefeso… Enfim.  Foi uma surpresa pra mim quando o Jackson tremeu na base na hora H e teve que recorrer ao Mark pra terminar o procedimento pra ele. Agora, o mais estranho, sabem do que eu senti falta? Da Lexie o confortando depois da cirurgia. Sou fã incondicional e espero ansioso pelo momento em que ela e o Mark vão voltar a se entender, mas imaginei que ela deveria estar ali pro atual namorado-ficante-whatever, não? E aliás, pô Shonda, nem uma ceninha da Little Grey? Ok que a temporada tem outro foco, mas poxa, senti falta. Espero que nos episódios seguintes ela esteja mais ativa.

O Owen não fez cirurgia solo nenhuma, mas mesmo assim teve seus próprios medos. E não é pra menos. Quem não teria, se tivesse que substituir ninguém mais ninguém menos que Richard Webber? Achei muito curioso o modo como as notícias da renúncia do Richard e da nomeação do Owen chegaram pra todo mundo. Digo, sms? Agora tem algo tipo Gossip Girl no SGH? Juro que fiquei rindo sozinho por um tempo depois da sequência. Igualmente engraçadas foram as cenas dele com a Bailey. Eu concordo com a Callie. Não acho que ela esteja furiosa porque ele foi o escolhido e sim porque alguém teve que ser escolhido. É questão de tempo pra que ela se acostume e aceite que as coisas mudaram. O melhor momento dos dois foi quando o Hunt propôs reduzir as horas de trabalho dela e ela se ofendeu. Aliás, esse episódio todo foi dirigido pela Chandra Wilson, vale ressaltar.

E, além de toda a situação do novo cargo, o Owen ainda tem que enfrentar toda a coisa com a Cristina. Era óbvio que a relação dos dois não ficaria a mesma depois do aborto e não me surpreendeu em momento algum que o caminho que eles adotaram tenha sido o silêncio. É uma tática que funciona em curto prazo – e eles até já estão voltando as boas -, mas vai chegar um momento em que simplesmente ignorar a situação não será suficiente e o assunto vai voltar a tona com força total. Pelo menos é o que eu acredito que vai acontecer.

A Cristina tá se afogando em cirurgia e certamente não vai pensar em nada disso por agora. Aliás, quem mais sentiu uma nostalgia nas cenas delas com os novos internos? O tempo passou voando. Foi bem tenso a situação dela com a Teddy na sala de cirurgia. Ela se cobrou tanto, que na hora H, acabou com aquele branco. O mais engraçado da situação toda foi a Teddy também ter esquecido o procedimento e uma enfermeira ter que salvá-las de toda a situação.

Gosto quando o Alex deixa cair por terra aquela máscara de proteção que ele usa diariamente e se mostra uma pessoa tão frágil quanto qualquer um dentro do hospital. Toda a sequência dentro da sala de cirurgia foi bastante tensa e me deu vontade de entrar lá na tela e pedir pro Richard dizer o que ele deveria fazer. O Karev passou o episódio inteiro querendo provar pra todos –e pra si mesmo – que ele era superior e que ele poderia fazer aquilo e, no fim, acabou desmoronando, como ser humano que é. Os spoilers divulgados antes do início da temporada diziam que ele ia passar por um momento de superação quando as cirurgias-solo chegassem e acho que acabamos de presenciar o primeiro passo pra isso.

E superação é, aliás, a melhor palavra pra definir Meredith nesse episódio. Foi muito bom vê-la se impondo ao Derek, levando adiante o procedimento do modo que ela acreditava ser certo e melhor ainda foi constatar que ela estava correta. E o Derek, aliás, anda mais insuportável nesses episódios do que no outro. Ok, eu entendo que ele esteja chateado com a Meredith por causa do lance da Adele, mas deixar que isso interfira no trabalho dos dois é um pouco demais. Quando ele apontou pro post-it, na cena final do episódio e fez todo o discurso e inclusive citou o fato dela ter se colocado na frente de uma bala por ele, eu soltei um “ainda bem que você sabe” aqui, baixinho. Fato é que eu acho que não demora muito e os dois vão voltar a se entender.

Não sei se foi intencional ou algo do tipo, mas eu queria saber se mais alguém lembrou do quinteto MAGIC durante aquela cena em que Cristina, Alex, Meredith, Avery e April discutiram o resultado das cirurgias. Foi uma coisa tão pequena, mas tão singela, tão bonita – e olha que nem fã do Avery e da April eu sou, mas consegui simpatizar com eles durante aquele momento.

Se me pedissem, após esses 3 episódios, pra definir a temporada em uma palavra, seria nostalgia. E eu espero que assim continue sendo.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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