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Grey’s Anatomy – 8×09 Dark Was the Night

Por: em 11 de novembro de 2011

Grey’s Anatomy – 8×09 Dark Was the Night

Por: em

Ainda estou processando tudo o que eu vi. Grey’s se despediu de 2011 com um episódio incrível, onde tudo funcionou, tudo estava no lugar. Pouca coisa realmente bombástica aconteceu, mas quem disse que os episódios evento sempre precisam trazer coisas chocantes?! Shonda trabalhou com as situações que tinha e o resultado aqui foi nada menos que sensacional. E não consigo aceitar de bom grado o fato de que só teremos a continuação em 2012. Acho que deveria existir algum decreto que impedisse episódios “duplos” de Grey’s Anatomy de serem exibidos separadamente, ainda mais quando a primeira parte precede um hiatus de dois meses. Pois é. Se você não sabia, aí vai: A Shonda avisou no twitter. Esse foi o último Grey’s do ano e agora só em janeiro.

Eu assisti o episódio ao vivo, simultaneamente com os americanos, e tudo o que eu pensava era se eu teria estrutura pra revê-lo antes de escrever esse texto. Todas as storylines envolveram um alto nível de tensão: A cirurgia do Henry, as carreiras de Callie e Jackson, o caso Zola, Meredith/Alex/Bebê… Todas foram contadas, uma em paralelo a outra, e todas ganharam seu merecido destaque e fizeram o que deveriam fazer: Emocionar, preocupar e angustiar.

Traçando um paralelo com Adrift and at Peace, a fall finale do ano passado, eu encontrei uma coisa interessante. Foi lá que conhecemos o Henry. E aqui, nos despedimos. Durante todo esse um ano de intervalo, o personagem conquistou seu espaço na série, pouco a pouco. O carisma gigantesco do Scott Foley com certeza contribuiu bastante para isso e eu mesmo não imaginei que me importasse tanto com ele até a derradeira cena da semana passada, onde eu me vi desesperado pra que esse episódio viesse logo e que, de alguma forma, ele acabasse se salvando. Não sou capaz de dizer que fiquei chocado com a morte. Na verdade, acho que era até mesmo uma coisa esperada. Contudo, a maneira como toda a situação se desenrolou acabou sendo o grande diferencial.

Eu entendo o grito mudo de dor da Cristina quando descobriu que foi ele que morreu em suas mãos. Aquilo era mais pela Teddy do que pelo Henry. A Teddy foi quem acreditou nela. Desde a 6ª temporada, as duas vêm construindo uma relação, que atingiu seu ápice nos últimos episódios e a Teddy decidir que queria que ELA operasse seu marido mostra o quanto elas amadureceram juntas. Não sei ao certo o quanto da história o Owen contou, se ele mencionou que a própria Teddy tinha decidido que a queria como a cirurgiã do Henry, mas eu acredito que sim. Quero muito ver quais serão os desdobramentos disso; como a Cristina vai reagir, qual vai ser a reação da Teddy ao saber que o marido está morto e como as duas, como equipe,  vão lidar com isso. Quando revi o episódio, fiquei ainda mais tocado com cada cena entre a Teddy e o Henry, cada declaração, cada promessa e com aquela cena mínima entre ele a Lexie, com ele contando o sonho de fazer medicina. Toda a sequência da morte foi excelente. Trilha sonora, atuação dos envolvidos, a expressão no rosto do Richard, da Lexie e do Owen… Tudo funcionou.

Volto a reafirmar que, se uma situação dessas tivesse acontecido temporada passada, o impacto nem de longe teria sido o mesmo. Me surpreende como a Shonda consegue, quando quer, criar personagens que começam incomodando e que pouco a pouco vão se encaixando dentro da série (foi assim com a Callie, com a Lexie e, agora, com o Henry). Sei que não falo por todos os fãs, mas eu vou sentir falta dele. Ele dava uma leveza maior a algumas cenas, o relacionamento com a Teddy foi bem construído e eu queria muito vê-lo entrando numa escola de medicina e realizando seu sonho.

O Owen não me irritou em nenhum momento, pelo contrário. Não me lembro de ter gostado tanto dele em cena quanto aqui. Achei que ele fosse contar à Teddy o que tinha acontecido quando ela começou a perguntar. Ele tinha que escolher ser Chief ou ser amigo ali, mas acho que ele escolheu os 2. Se ele contasse, naquele momento, com certeza a Teddy perderia o foco da cirurgia que estava realizando – que, como vimos, não é das mais fáceis-  e isso poderia causar uma tragédia, que poderia respingar na carreira dela.

E já não basta a Callie e o Jackson com a corda no pescoço, não é? Foi interessante ver um plot assim ser colocado no seriado, não consigo me recordar de algo parecido até então, de uma situação onde as carreiras de DOIS personagens fixos estivessem por um fio. É compreensível todo o nervosismo da Callie; o Jackson fez a implantação dos parafusos, mas ela – teoricamente – estava supervisionando, enquanto lia uma revista. Quero ver como vão explicar isso e se a mulher vai sobreviver ou não a cirurgia de reconstrução do coração que foi bifurcado. Mesmo que realmente não tenha ficado claro o que aconteceu para que a situação chegasse ao ponto que chegou, certamente o problema deve ter sido durante a cirurgia – ou não faria sentido todo esse plot, correto?

E, depois do Henry, quem também quebrou meu coração foi a Meredith. Eu não esperava que toda a situação da guarda da Zola fosse resolvida aqui e ainda mais nos 5 minutos inicias (isso se ela estiver mesmo resolvida, porque eu ainda acho que vão retornar a ela no futuro), mas o fato acabou contribuindo pra que o caso do bebê doente ficasse ainda mais emocionante. Quem não se emocionou com ela indo falar com a mãe da criança, que não parava de chorar, prometendo que iriam fazer de tudo pra que ela ficasse bem? E sem contar todo o diálogo bacana dela com o Alex dentro da ambulância. Adorei ele falando que não conseguiria viver com a culpa de tê-la feito perder a guarda da Zola e ela admitindo que era mais culpa dela do que dele.

O cliffhanger final envolvendo os dois me pegou de jeito. A cena em si pareceu cena de filme de terror. Primeiro a ambulância sofrendo uma truculência e os dois caindo em slow motion e depois aquela última sequência, com os dois saindo da ambulância e encontrando aquele cenário todo devastado. Não consegui ligar muito bem as coisas pra entender o que aconteceu DE FATO, mas acho que a intenção era realmente essa. Aparentemente, um ônibus (ou um carro de maior porte?) bateu na ambulância. Só sei que me perturbou muito ver aqueles corpos e o veículo pegando fogo. Os dois, perdidos, no meio do nada, com uma chuva, um acidente e um bebê quase morrendo. Impactante, no mínimo.

Se o que a Shonda queria era nos deixar morrendo de ansiedade, ela conseguiu. Mal posso esperar pela continuação. Aguentem como puderem e a gente se vê em 2012 🙂

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  • Como essa é a última review de Grey’s do ano, aproveito pra desejar (antecipadamente) boas festas e um feliz ano novo pra todos os leitores do site.
  • Sensacional o Mark sugerindo que o Derek e a Mer também se tornassem pais da Sofia. Deu pra descontrair um pouco de toda a tensão do episódio.

Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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