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Grey’s Anatomy – 8×15 Have You Seen Me Lately?

Por: em 18 de fevereiro de 2012

Grey’s Anatomy – 8×15 Have You Seen Me Lately?

Por: em

O cross over menos cross over de todos os tempos? Provavelmente. No fim das contas, a participação de Amelia Shepherd em Grey’ Anatomy foi apenas um detalhe perdido no meio de um episódio com histórias bem mais interessantes. Não assisto Private Practice, mas acredito que o cross over DE FATO deve ter acontecido lá, com uma participação relevante de Derek e Lexie na história do tumor. Do lado de cá da coisa, tivemos mesmo mais um bom episódio para a cota da temporada. O clássico arroz com feijão, sem grandes novidades, mas com casos bacanas, que interferiram na vida dos personagens.


Dessa vez, vou começar falando do que eu mais gostei no episódio que, quem me lê aqui semanalmente, já deve imaginar o que é: Alex Karev. Sempre quando ele abaixa a guarda e deixa mostrar seus medos, preocupações e o coração gigante que ele tem, o personagem entrega as melhores cenas e o Justin Chambers cumpre direitinho o papel de fazer valer o roteiro que tem em mãos.

A cena dele desabafando com a Arizona no final foi minha favorita, de longe. A gente sabe que o Alex não é um cara que assume facilmente seus erros, ele os mascara até onde pode e vê-lo preocupado com a tal da Morgan e se culpando pelo que aconteceu com ela – e ainda querendo praticamente abrir mão da bolsa – é um desses momentos áureos – e raros – onde o personagem deixa seu lado emotivo ganhar do seu lado durão.

A conversa com a interna no final também foi emocionante. Eu não estava dando nada pra esse plot no começo do episódio, achei que aquilo tudo era só pra mostrar como ele estava tentando se mostrar um residente durão com seus internos, então me surpreendeu o rumo que as coisas foram tomando. Achei que a história dele no episódio teria a ver com aquele garoto que ele estava observando no começo – o que também não seria mal, já que vê-lo lidando com crianças/adolescentes é sempre muito bom.

Cristina e Owen na terapia de casal acabou sendo interessante. O recurso de tirar os dois do hospital e contrapor os momentos de discussão na sala com o que estava acontecendo no hospital era arriscado, porque o resultado poderia ser bem destoante, mas a direção e a edição conseguiram acertar o tom correto, pra que tudo ficasse no ponto correto. Minha única preocupação é se continuarão com isso. Nesse episódio, funcionou. Mas se seguirem a mesma linha toda semana, vai se tornar exaustivo. E, claro, o texto e os atores também contribuíram muito nisso. Tá virando uma repetição minha, mas não tem como não me repetir, quando Sandra Oh e Kevin McKidd dão um banho de interpretação semana após semana.

Em uma história como a que eles estão vivendo agora, o erro mais comum que as séries costumam cair é priorizar apenas um lado em detrimento do outro, mas Grey’s vem conseguindo equilibrar, dando espaço pros dois brilharem e apresentarem seus lamentos. Não existe nem certo, nem errado. Os dois são diferentes demais para que um casamento funcione e eu espero que a terapia mostre isso, mas começo a acreditar que remaremos pro sentido exatamente contrário.

A cena que eu mais gostei foi quando a Cristina disse que a Meredith era a pessoa dela. Mesmo em meio a todo o drama e confusão, eu abri um sorriso de orelha a orelha. E foi jogo baixo do Owen trazer a amizade das duas a tona, né? Já disse que eu entendo o lado dele, acho que ele tem sim direito a explodir, mas trazer a Mer pra história foi desnecessário; não é porque seu melhor amigo tem um filho e você o adora que, NECESSARIAMENTE, você tenha que ter um também.

Não costumo falar muito de detalhes técnicos nos meus textos, mas eu preciso elogiar o posicionamento das câmeras e como os closes foram feitos em todos os momentos da terapia do casal.  A construção do clima foi muito bem arquitetada, o foco no rosto dos dois nos momentos em que cada um falava e a sempre proximidade acabou provocando uma sensação de aproximação mesmo, como se a gente tivesse ali, em frente aos dois, ouvindo as brigas.

Meredith e Callie. Taí uma dupla que eu nunca imaginaria trabalhando junta, mas que funcionou perfeitamente. Desde aquela cena meio filme de terror do Richard com a Torres, eu fiquei me perguntando se uma parceria das duas seria bacana e não é que foi? O nível de bizarrice do caso contribuiu um pouco, claro. Fazia tempo que Grey’s trazia uma situação inusitada. No começo, achei que ia me irritar com a Callie pressionando tanto a Mer, mas depois até me diverti.

Os momentos das duas na sala de operação também foram ótimos, especialmente quando a Callie baixou a guarda e admitiu pro Richard que a Mer era durona. Se a série seguir aprofundando a relação das duas e mostrando os estudos delas (pesado, ein? 4 da manhã, de segunda a sexta, com a Callie, não é qualquer um que agüenta não!), acho que vai ser algo interessante de ver. E, vale lembrar, adorei o desfecho do caso das duas. Tão inusitado quanto ter um braço preso num moedor de carne, é usar um dedo do pé de enxerto na mão decepada.

Sloan, Bailey e Avery também foi bacana de se assistir e, dessa vez, eu vou me colocar do lado do Avery. No lugar dele, eu teria feito a mesma coisa. Longe de mim achar que a Bailey estava exagerando, ela realmente estava preocupada e é compreensível, mas como a médica experiente que ela é, ela não devia nem ter aparecido na OR, porque sabia que isso poderia deixar o Jackson nervoso e atrapalhar o andamento.

E, quanto ao crossover, eu gostei da Amélia. Parei de ver PP na segunda temporada, então não conhecia a personagem, mas acabei curtindo muito, acho que até mesmo pela excelente interação dela com a Lexie e os pequenos dramas com o Derek que ficaram meio que jogados no ar, aqui e ali. Quem acompanha o spin off deve ter pego melhor tudo isso e curtido muito mais a participação dela, mas no meio de tantos outros personagens que já me são familiares e eu que já adoro há tanto tempo, ela acabou virando um detalhe.

Semana que vem teremos um episódio chamado If Only You Were Lonely e, ao que parece, será precedente de mais um hiatus. Segurem os corações!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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