Se eu tivesse que escolher apenas dois nomes desta ótima temporada de Grey’s Anatomy, eles seriam Sandra Oh (que ouso dizer que merece indicação a Emmy, Troféu Impressa e qualquer outro prêmio por essa temporada) e Kevin McKidd, sem sombra de dúvida. Ambos estão levando todo o plot do desgaste e do fim do casamento de Cristina e Owen muito bem, com o tom necessário, sem parecer forçado ou coisa do tipo e transformando uma história aparentemente simples e clichê em algo muito, muito bom.
Eu achei que não aguentaria ver sequer uma semana dessa história – e inclusive reclamei quando tudo começou – mas ela foi, mais uma vez, meu ponto favorito no episodio.
A intercalação dos flashbacks da trama dos dois foi uma ótima sacada e me conquistou logo nos 40 primeiros segundos do episódio. Lembrei de como eu gostava do Owen no começo, mas logo fui saturando e nunca achei que ele e a Cristina pudessem funcionar como casal de alguma maneira. E é por isso que me surpreende tanto o meu interesse por esse plot do divórcio. Não sei dizer exatamente onde está o segredo, talvez seja no ritmo, na condução, no roteiro emocionalmente tocante e sem soar piegas… Tudo está funcionando.
No fim das contas, tudo converge pra história do aborto. Não vou me pronunciar novamente sobre isso, porque já falei antes o que penso, não tomo partido de nenhum dos lados, não acho que o Owen deveria ter explodido com a Cristina do jeito que foi, mas ali era o filho dele e ele sempre foi a parte que cedeu no relacionamento, então também consigo entender o lado dele. Não que isso justifique a traição.
Gostei de ver que não é com nenhum personagem que conhecemos (vi gente cogitando a possibilidade de ser a Teddy e isso seria absurdo) e sim com uma mulher qualquer, que eu não duvido que possa reaparecer na série a qualquer hora. O desenrolar de toda a história foi bem contado e soou convincente.
O fim do casamento era o caminho esperado e coerente. Não sei se é para sempre – estou levemente inclinado a acreditar que não -, mas por agora é o necessário. Os dois estão magoados demais um com o outro e investir na relação só os faria sofrer ainda mais. Foi bom ver o Owen tomando uma atitude e saindo de casa.
Agradeci também por a Cristina ter começado a seguir em frente e decidido estudar para os testes. Eu já estava ficando bem preocupado que ela deixasse tudo de lado e fosse a única dos residentes do último ano a repetir, o que seria uma tragédia e, de certa forma, um revival da história do O’Malley na 4ª temporada.
As cenas entre ela e a Meredith foram lindas e despertaram em mim, pela primeira vez, um sentimento de preocupação quanto a possível saída da Ellen para a próxima temporada. Não por Meredith e Derek, mas exatamente pela Cristina. A amizade das duas é um dos alicerces de Grey’s, é a relação mais sincera (meu coração apertou com a cena do telefone e com a Meredith dizendo que estaria ali do outro lado para ela) que a série construiu nesses 8 anos e certamente vai fazer muita falta caso não exista mais.
Os outros plots do episódio vieram com o intuito de conseguir um bom nivelamento entre o drama e o humor. Foi extremamente irritante – mas divertido, confesso – ver o Mark assumindo as vezes de Chefe de Cirurgia por um dia. Eu queria entrar na tela e meter um soco na cara dele quando ele se colocou contra os procedimentos do Richard, do Derek e da Bailey, mas que foi engraçado toda a situação, foi.
Da mesma maneira, foi divertido ver os internos desesperados, implorando (e até chantageando) a Lexie para que ela usasse sua memória fotográfica e decorasse casos médicos para auxiliar nos estudos dos testes que estão cada vez mais próximos. Com a Meredith pegando no pé de todos (depois de ter sido treinada por Callie em pessoa), sou capaz de apostar que todos vão se sair bem. Ou não, já que estamos falando de Grey’s e aqui, nunca nada dá 100% certo.
A história da girls night também foi divertidinha, mas de certa forma serviu pra confirmar o que eu já vinha imaginando: Teddy está solta na trama. Depois que o plot do Henry acabou e a personagem finalmente aceitou o luto, não resta nada para ela fazer a não ser andar sorridentes pelos corredores, assistir Dirty Dancing e tomar sorvete de creme. Vamos ver o que o Shonda nos reserva para o futuro da personagem.
PS. 5 episódios para podermos dizer de boca cheia que tivemos uma temporada praticamente irretocável.
