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Grey’s Anatomy – 8×20 The Girl with no Name

Por: em 21 de abril de 2012

Grey’s Anatomy – 8×20 The Girl with no Name

Por: em

Tem episódios de Grey’s Anatomy que terminam e me deixam sem saber expressar em palavras o quanto eu gostei. Talvez por não saber muita coisa sobre o episódio (adotei uma política antispoiler), eu não esperava nada de The Girl With No Name e quanto mais eu assistia, mais eu ficava surpreso. Diria que foi o melhor caso das 3 últimas temporadas (incluindo esta) e um dos melhores episódios também, porque conseguiu unir a história da menina com a trama central sem que nenhuma ficasse em excesso ou chata. Simplesmente Grey’s Anatomy em sua realidade e essência. É por ver episódios assim, depois de oito anos, que eu acredito que a série tenha fôlego pra, pelo menos, mais duas temporadas.

O que joga um balde de água fria nisso é a possível saída dos ‘originais’. Eu nunca me preocupei muito com isso – acho que eu estava em negação -, mas o episódio dessa semana meio que colocou tudo no centro e fez a situação soar MUITO mais real e próxima do que eu imaginava. Ver Meredith, Cristina e Alex procurando entrevistas, conversando sobre encerrar aquela fase na vida deles e se aconselhando e se ajudando me trouxe uma nostalgia dos tempos clássicos da série que eu nem sou capaz de descrever. Pela primeira vez desde a saída de Izzie e George, eu me peguei pensando em como seria se eles ainda estivessem ali, para que programa estariam pensando em ir, se estariam surtando ou não com a proximidade dos exames… A cena do aeroporto trouxe tudo isso com força.

Por mais que se fale primordialmente nos contratos da Ellen e do Patrick (e eu, honestamente, digo que uma saída do Derek não me abalaria), eu tenho medo também da situação da Sandra e do Justin. Tenho a impressão de que continuar a série sem Meredith, Cristina e Alex é um tiro no pé sem tamanho. Inserir novos personagens a uma altura dessas dificilmente funcionaria. Mas, como ninguém ainda se pronunciou sobre contrato nenhum, não adianta ficar especulando. O melhor é curtir esse clima de “encerramento” que a história deles vai ganhando pouco a pouco. Encerramento que se depender do pessoal do SGMDH, ainda vai demorar para acontecer. Como eu li no meu twitter ontem pela noite, difícil saber qual a melhor relação mentor-residente, se Arizona/Karev ou Mark/Jackson.

Pode ser injusto, mas eu entendo a atitude da Arizona e da Teddy, de se recusarem a deixar Alex e Cristina irem embora. É egoísta, mas ao mesmo tempo vem de um medo de perder os grandes profisionais que eles são em conjunto com, eu acredito, um medo de vê-los criando asas e indo embora. De uma forma ou de outra, o SG foi a casa deles durante esses últimos anos e largar tudo e começar de novo pode não ser tão legal quanto eles imaginam. É mais um instinto de proteção, eu acredito.

A Cristina é quem mais tem motivos para querer recomeçar longe dali. Foi ótimo ver a nossa Cristina de volta. Dura, arrogante, segura de si, sem depender de ninguém, empolgada com a possibilidade de uma nova vida. E, ao mesmo tempo, com um ar esquivo, com medo de se aproximar do Owen e reabrir a ferida que ainda tá sarando A Sandra foi novamente divina e soube transmitir exatamente a dualidade de emoções, passando de uma para a outra com muita naturalidade. Não acho que a Yang vá embora (a não ser que a Sandra não renove contrato, mas eu nem gosto de pensar nisso). Acredito que ela fique e, de alguma maneira, isso vai ter relação com o Owen. Por mais que ele tenha dado aquele fora MONUMENTAL na Teddy (e isso foi lindo, porque a Teddy estava mesmo merecendo), não acredito que ele não tenha ficado ao menos mexido diante da possibilidade de perder a esposa para sempre.

Mesmo em um episódio onde o foco era o caso e os internos, os outros personagens também brilharam. Chandra Wilson finalmente teve oportunidade de mostrar seu talento para o drama novamente. A cena do Tucker desaparecido me arrepiou e, por mais que alguns possam achar que foi sem propósito, acredito que ela foi bem colocada, pra nos mostrar o quanto o caso da Hollie estava mexendo com os nervos de todos dentro do hospital. Foi uma história que envolveu a todos e eu já estava ficando com medo da Shonda ter um dos seus surtos de sadismo e matar a menina no fim das contas. Bom ver que ao menos algumas vezes, final feliz também está presente nessa série. A construção do caso merece elogios, porque conseguiu soar interessante e emocionante do começo ao fim, despertando curiosidade.

Demorei questão de 15 minutos para me dar conta de que a menina era a Vanessa Marano (A April de Gilmore Girls e a Bay de Switched at Bith). Ela mandou muito, muito bem. Trouxe a carga de dramaticidade necessária pra que a história envolvesse, funcionou bem em cena com praticamente todos os personagens e fez deste caso o melhor da série em muito tempo. Eu não lembro quando um tinha mexido comigo dessa forma, de modo que eu termine o episódio e tenha certeza de que não vou esquecer – como acontece com a maioria dos pacientes em Grey’s, sendo sincero. Fiquei com a impressão de que a personagem pode retornar em breve. Quase sempre que acontecem esses casos mais marcantes – ao menos os que envolvem atores já conhecidos -, temos um retorno.

A história do Richard e da Adele também me surpreendeu. Eu não consigo imaginar o quão difícil deve estar sendo para ele ver a mulher praticamente deletando sua existência e começando a se apaixonar por outro. Não é um cenário irreal, mas não deve ser nada fácil de lidar. É praticamente você ter que abrir mão da pessoa que gosta em prol da felicidade dela e não são muitos que teriam esse altruísmo. Combina com a personalidade do Richard esse tipo de atitude, mas acho que a situação não dura muito tempo, ele está a ponto de um surto. Fico pensando como seria se ele ainda fosse o Chief de cirurgia. Certamente não iria aguentar tanta pressão.

A sorte foi lançada e as peças colocadas. Em 4 episódios, podemos estar dando adeus à personagens com os quais convivemos 8 temporadas e até a outros que conhecemos há pouco (Jackson – aproveito pra falar que eu senti verdadeiramente por ele ter o estigma do avô sobre ele – e April), mas que já conquistaram alguns. Segurem os corações, porque entramos na reta final e o turbilhão de emoções virá com força total.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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