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Agora, estamos a apenas 3 episódios de podermos dizer que Grey’s Anatomy conseguiu, em seu oitavo ano, entregar uma temporada (praticamente) irretocável. Quantas séries chegam tão longe com esse fôlego? Semana após semana, Shonda e equipe nos dão um show de drama e humor, tudo bem balanceado. E, agora, com um toque dolorido de despedida. Aquele sentimento do 20º episódio se fez presente de novo, dessa vez ainda mais forte.
A possibilidade de perder qualquer personagem me assusta. Especialmente se Mer, Cristina ou Alex deixarem mesmo o elenco. Eu nem gosto de pensar nisso, porque acredito que a Shonda não seria louca o suficiente a ponto de “sacrificar” outro original, mas daí eu lembro de tudo que essa mulher já fez e acredito que, sim, ela teria coragem.
Esse foco na amizade de Meredith e Cristina que os últimos episódios foram dando despertou sentimentos múltiplos em mim. Ao mesmo tempo em que é muito bom ver demonstrações da ligação forte entre as duas, tudo me dá ainda mais certeza que não é possível existir um mundo onde uma sobreviva sem a outra. Sem Derek, Meredith sofre, mas acredito que supera. A mesma coisa se aplica a relação de Owen e Cristina. Mas, olhando para a relação entre as duas, eu não sei se o possível uma sem a outra e acredito que o possível dano não apresenta nenhuma possibilidade de reparo.
A cena da porta foi provavelmente minha cena favorita entre as duas na série inteira. Ellen e Sandra deram um show e o roteiro estava mais afiado do que nunca, mostrando o quanto uma é importante na vida da outra e como elas sempre estiveram, se apoiando mutuamente e ajudando a seguir em frente. Foi lindo ver a Cristina cuidando – do jeito Cristina de ser, claro – da Mer doente e preocupada que ela pudesse deixar a doença repentina atrapalhá-la nos exames.
O posicionamento que a Cristina assumiu quanto a situação com o Owen me deixa ainda mais certo de que veremos os dois juntos novamente ainda no season finale – se algo mais grave não acontecer. Ela ter se colocado no lugar do marido e tentado entender o lado dele é a prova de que o sentimento que ela nutre é realmente forte e, pelo que eu vi, algo que ela acredita que valha a pena lutar para manter aceso. O bom é ver que mesmo que a Cristina demonstre que as feridas ainda estão abertas, ela não parece disposta a deixar isso interferir em seu exame. Ainda bem, porque eu tinha muito medo dela falhar, mas não acho mais que isso irá acontecer.
Meu medo agora foi transferido para o Alex. Mais alguém quis socá-lo quando ele deixou tudo para ir ajudar o Tommy e a Morgan? Não é de maneira alguma incoerente, muito pelo contrário, faz totalmente sentido e combina com a personalidade e o coração de ouro que o Alex foi mostrando ter ao longo das temporadas. Abdicar do exame que pode definir sua vida para tentar ajudar o bebê foi a prova do quanto o cara cresceu.
As cenas envolvendo os três (Alex, Tommy e Morgan) foram, ao menos para mim, as mais emocionantes do episódio. Me tocaram de verdade e eu não esperava esse desfecho – depois do Alex ter se afastado semanas atrás, achei que ficaria por isso mesmo. Foi duro ver aquela cena final do nome do Karev sendo chamado e ele não estando ali. Eu tô na torcida pra que no episódio que vem a gente descubra que ele deu seu jeito e conseguiu fazer o exame e ser aprovado.
Jackson e April representam o lado cômico do episódio. Sempre imaginei que chegaria o momento em que eles dois teriam alguma coisa. Como os remanescentes dos Mercy West, um sempre esteve do lado do outro – mesmo que entre provocações – e era claro que havia uma amizade sincera ali. Não sei se eles funcionam como casal a longo prazo, também nem sei se é esse o intuito da série, mas pelo menos aqui, funcionou. Foi uma boa descontraída e eu torço muito pra que eles sejam aprovados. Acho que, pela primeira vez, eu me dei conta de que me apeguei um pouco aos dois – embora eu ainda não me importe se a April for embora da série.
Mas se eu tivesse que apostar em alguém para falhar nos exames (alguém DEVE falhar, isso é a cara da Shonda), seria em um dos dois. A April porque ficou claramente abalada depois de ter perdido a virgindade (foi totalmente involuntário, mas eu ri bastante do surto dela no final) e o Jackson descobriu que a mãe está de caso com o Richard. Esses momentos, inclusive, foram bacanas por mostrar que, assim como a Adele, o Richard também está tentando seguir a vida dele, por mais doloroso que isso seja.
Me emocionei também com o desabafo da Lexie para o Derek na cena final. Apesar de todo o drama ter saturado um pouco o casal, eu ainda torço muito para que ela e o Mark se acertem de uma vez. Mas para isso é preciso o Mark ser um pouco mais inteligente. Foi ridícula aquela conversa dos dois e toda a pressão que ele fez pra que ela fosse atrás do Jackson caso ainda o amasse. Espero que juntem o casal ainda nessa temporada ou que pelo menos já deem algum direcionamento, antes que eles cansem ainda mais.
Eu confesso que eu nunca tive tanto medo de uma reta final de temporada de Grey’s Anatomy como tenho desta. Não sei vocês, mas estou me preparando desde já para o season finale do dia 17 de maio.
PS. Só eu não aguento mais esse mimimi da Teddy com raiva do Owen? Vê se cresce, pelo amor de Deus.
