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Grey’s Anatomy – 9×01 Going Going Gone

Por: em 29 de setembro de 2012

Grey’s Anatomy – 9×01 Going Going Gone

Por: em

‎”Você nunca deixa de sentir a perda. É o que faz as coisas tão agridoces.”

Cá estamos nós outra vez, pouco mais de quatro meses depois do fatídico e tão controverso season finale da 8ªtemporada. Muita gente jurou largar a série, outros prometeram internar Shonda Rhimes, mas no fim das contas, eu sei que a maioria ainda está aqui. E vai continuar. E meu exato pensamento ao terminar de assistir a Going Going Gone foi exatamente esse: Eu posso xingar, gritar e querer trucidar Shonda, como aconteceu agora, mas uma verdade é inegável: Grey’s Anatomy ainda mexe comigo de um jeito que poucas séries mexeram ou vão conseguir mexer. E enquanto isso continuar, eu continuo firme na série.

Eu achei excelente a ideia de começar o episódio 30 dias depois do acidente.  Meu maior medo era esse começo de temporada partir do mesmo ponto onde a 8ª se encerrou e um clima desnecessário se estender. Essa “quebra” foi bacana pra inserir um novo ritmo e, para os preocupados, não se preocupem: Semana que vem, saberemos com detalhes o que aconteceu após o acidente, como eles saíram da floresta, as primeiras horas no hospital e tudo o mais. O que nos foi apresentado aqui é o cenário após a tragédia. E que cenário. Tive (e ainda tenho, confesso) medo de um retrocesso ao drama da 7ª temporada, mas felizmente achei tudo aqui mais maduro e tratado com um cuidado diferente. Ainda não sei o caminho que a série vai seguir (e ela pode pegar uma trilha errada de diferente formas), mas eu decidi me manter confiante e esperar pra ver o que está sendo preparado.

O clima de derrotismo que tomou conta dos corredores do hospital foi pesado. Eu diria, sem medo, que esse foi um dos episódios mais carregados da série, pelo simples fato de que nada estava escancarado, era tudo subentendido no roteiro e nós tínhamos que ir decifrando aos poucos toda aquela nova situação. Sara Ramirez foi o grande nome dessa premiere. Eu já me rasguei mil vezes em elogios a ela, mas vai ser preciso fazer isso novamente, porque a composição que ela deu a uma Callie sem esperança, destruída e, ainda assim, tendo que se manter em pé como um dos pilares do SGMWH foi sensacional. Se eu tivesse que apontar só uma cena favorita, sem dúvida seria a que ela desaba dentro da sala onde o Alex estava fazendo sexo e o manda embora, porque quer chorar sozinha.

Só por um momento eu cheguei a cogitar que a Arizona poderia ter morrido, mas isso logo se esvaiu da minha mente, porque eu acho que nem mesmo a Shonda seria capaz de matar dois personagens do elenco principal em 42 minutos (e a morte do Mark estava escrita e assinada desde o primeiro minuto). Foi duro ver a cena final. Era uma coisa que eu já tinha até mesmo imaginado, mas ainda assim… Ver a Robbins com a perna amputada, impotente, jogada em uma cama e entregue a depressão é uma das coisas que me faz ter medo do futuro da série. Essa é uma trama complicada e que, se não levada do jeito certo, pode desandar e levar Grey’s ladeira abaixo. Tô torcendo pra que isso não aconteça.

Definindo Going Going Gone em uma palavra, eu diria tributo. Um tributo a Mark Sloan e seus 6 anos de série. Sempre fui fã dele, mesmo quando era apenas um coadjuvante em poucos episódios da 2ª temporada. O casal que ele e Lexie formaram foi o que eu mais torci para que funcionasse. E acho que isso tornou o 8×24 e esse 9×01 ainda mais complicados. Cada vez que aqueles vídeos apareciam mostrando o passado (sacanagem o do casamento da Callie com a Arizona!), algumas lágrimas silenciosas começavam a escorrer aqui e eu já estava aceitando que, ao fim do episódio, seria a hora de dizer adeus definitivamente a um dos meus personagens favoritos em Grey’s E se tem algo que me console, é que ele teve uma cena final à altura. Não dá pra descrever os sentimentos que passaram por mim ao ver Callie e Derek destruídos, esperando apenas a hora de ver o grande amigo partir. A mesma coisa vale para as cenas do Jackson conversando com ele em coma e contando sobre os pacientes. A relação que os dois construíram durante a temporada passada foi épica e se hoje eu gosto do Jackson de verdade e sem nenhuma birra, a culpa é toda disso. Não esperava que ele desabasse em lágrimas, até porque nem combina com o estilo dele, mas ficou claro o quanto ele também estava sofrendo com tudo aquilo. Só o olhar triste e a promessa de que continuaria o trabalho deles já deixavam isso claro. O “Mark Sloan 1968-2012” foi uma linda homenagem e que fechou com chave de ouro o episódio. Rest in peace, Mark.

De certa forma, o drama do Derek não conseguir operar por causa da mão não é novidade, a gente já viu isso com o Burke, mas ainda assim, eu consegui me conectar com a história (e olha que nem gostar do Derek eu gosto). Vai ser complicado pra ele, mas eu aposto que, com a Mer do lado, ele vai superar tudo logo logo.

Ela, inclusive, foi uma das minhas surpresas. Quem diria que assumiria o papel de temida no hospital? Adorei o apelido de Medusa e tive crises de risos cada vez que algum dos novos internos tinha medo de chegar perto dela. Dá uma nostalgia ver tudo isso… É aquele momento em que você para e pensa em como o tempo passou, os personagens cresceram e a série foi mudando; afinal, nenhuma permanece a mesma depois de tanto tempo e tantas alterações no elenco.

A questão do medo de avião foi um ponto interessante e que eu quero ver como será abordado, tanto da parte dela quanto da Cristina.

Cristina, por sua vez, não deixou de ser Cristina. Em nenhum momento eu esperei que ela largasse uma cirurgia importante para estar presente na hora da morte do Mark. Arrisco a dizer que ela só faria isso pela Mer. E o modo como ela se impôs ao seu atendente foi sensacional. É claro que ela não vai se adaptar a rotina de Minessota. É tudo tão diferente de Seattle que eu acredito que antes do meio da temporada ela já estará de volta, assumindo a chefia da cardio deixada pela Teddy. E vai ser muito bom vê-la novamente com o Alex e a Mer.

Assim que o novo pediatra deu as caras, eu já soube que o Alex iria ficar em Seattle. Era óbvio que ele não deixaria um novato jogar no lixo todo o trabalho que ele e a Arizona deram duro pra realizar. E como foi dolorido ouvi-lo falar que não suportava a ideia de que era ele que devia estar no avião. Esse sentimento de culpa e autoflagelamento pode render uma boa história, especialmente quando a Arizona voltar para o hospital. As conversa dele com a Mer no aeroporto e posteriormente no bar também foram momentos bacanas. A amizade dos dois é, depois de Mer-Yang, minha favorita e eu espero ver mais cenas dos dois juntos e se ajudando durante esse nono ano – afinal, eles vão precisar.

Não entendi porque o Owen foi atrás da Kepner, que eu continuo achando dispensável, mas tudo bem. O que me anima na volta dela é a possibilidade de um relacionamento com o Jackson. Tirando isso, o chief do hospital me surpreendeu. Achei ele bem mais maduro do que o normal (assim como o Alex, também podia jurar que ele estava indo atrás da Cristina) e o jeito que ele defendeu a Mer para a nova interna me lembrou muito o Richard. Honestamente? Ele e Cristina funcionam bem melhor separados e eu espero que fiquem assim por um bom tempo.

A minha fase de reclamar das tramas da Bailey já passou. Aceitei que realmente a personagem caiu para o lado do humor e agora tudo o que eu faço é me divertir, como foi aqui. Foi impagável ver a cara dela ao saber que não era mais temida no hospital e que sua relação com o Warren era motivo de piadinhas entre os novos internos.

Falando deles, aliás, nenhum me chamou atenção (até porque só a que operou com a Mer teve destaque). Não sei se eles vão ser uma parte fixa desse novo cenário da série, mas se for, espero que sejam melhor apresentados com o passar do tempo.

Acho que o tema dessa temporada vai ser o mesmo da sétima: Renascimento. O que eu espero? Que a equipe tenha aprendido com os erros daquele ano e que todo o exagero e dramalhão não extrapolem o limite do aceitável. Claro que com Arizona sem uma (?) perna, Mark morto, Cristina longe e tudo o mais, é complicado não esperar drama, mas a questão não é essa: Eu espero um drama. Aquele que Grey’s soube fazer na maioria do tempo e que, otimistamente, eu estou confiante que possa fazer isso agora.

Que venham os próximos 23!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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