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Grey’s Anatomy – 9×03 Love the One You’re With

Por: em 21 de outubro de 2012

Grey’s Anatomy – 9×03 Love the One You’re With

Por: em

3 episódios. 3 socos no estômago.

Essa segue sendo, sem dúvida, a temporada mais pesada de Grey’s Anatomy até aqui. Mais até do que a 7ª, inclusive. Acho que isso se deve ao fato de que lá, apesar da tragédia, não tivemos perdas significativas. Aqui, tivemos que dar um adeus repentino a 02 personagens queridos e aprender a lidar com a nova situação que se impôs a outros 02. Até que ponto essa nuvem negra de luto vai se arrastar, eu não sei. Só espero que, dessa vez, não passe da conta.  Mas, como nem tudo na série está nessa vibe de derrotismo (e, talvez, seja esse o grande diferencial desse trauma pra o que a gente já vivenciou), vamos começar pelas partes leves.

Se semana passada qualquer pessoa me contasse que eu estaria feliz com a volta da April, eu mandaria internar. Mas não é que depois de assistir Love the One You’re With, minha impressão mudou? Não sei se é por ela representar exatamente esse ponto de equilíbrio no meio de todo o furacão ou por o casal que ela e o Jackson formam funcionar tão bem, mas eu curti bastante todos os momentos dela no episódio. Ok, a história de se “revirginar” é aquele tipo de trama extremamente tosca na concepção, mas que na prática, por algum motivo bizarro, funcionou. Acho que isso é mérito da construção da April, pois venhamos e convenhamos, vindo dela, soa absolutamente normal.

Bailey foi outra que assumiu as vezes da comédia. E eu confesso que me diverti pra caramba com todos os momentos dela nesse episódio. Não sei se meu favorito foi a limpeza do microondas ou os post-its colados na cara de todo mundo. O bacana é que, mesmo assim, a história dela acabou servindo como uma metáfora também. Pro crescimento. Eu nunca tinha parado pra pensar como realmente deve estar sendo complicado pra ela ver todo mundo que um dia ela assustou, assustando novos internos. Acho que é o equivalente ao que a gente sente quando, por exemplo, vê alguém que conhecemos desde criança terminando o Ensino Médio e entrando na faculdade.

Não dá pra dizer que a Cristina está na comédia também, mas seria exagero comparar o drama dela ao dos outros. Tá sendo interessante pra caramba vê-la aprender a trabalhar em equipe, reformular conceitos que antes ela imaginava que levaria para a vida toda. Contudo, mais interessante do que isso é ver como a relação entre ela e o Owen cresceu.

Se temporada passada, eu aprendi a gostar do Owen, acho que eu finalmente tô aprendendo a gostar (e acho que até a aceitar) ele e a Cristina.  Ele a ama. Do jeito distorcido dele, mas ama. E ela também o ama. Só tá anestesiada devido a traição, ao acidente, as mudanças… Tudo aconteceu da noite pro dia. Mas os dois (tanto ela quanto ele) estão levando tudo da maneira mais madura possível, crescendo como seres humanos e aqui eu vou dar a língua a torcer: Eu acho que esse casamento tem sim chances de funcionar. Eu tinha dito antes que, pra isso, um deles precisaria mudar MUITO, a ponto de perder sua identidade, mas esse “afastamento” deles veio para provar o contrário. É como se eles tivessem um tipo de magnetismo. Ele precisa dela. Ela diz que não precisa de ninguém, porque ela é Cristina Yang, mas no fundo, BEM lá no fundo, ela também precisa dele – ou do modo que ele a faz se sentir e da segurança que transmite.

Gostei bastante dos casos dessa semana e acho que isso merece uma menção, porque fazia tempo que eles me conquistavam assim, especialmente o da Callie. Imagina o quanto deve ter sido complicado pra ela levar toda aquela situação adiante pra tentar salvar o pé da menina, dado a toda a situação pessoal que ela e a Arizona enfrentam? As palavras dela pra mãe da garota no final poderiam muito bem ser as palavras dela pra Robbins, mas eu falo mais sobre elas duas no final.

Os internos continuam ganhando certo destaque, muito embora eu ainda não saiba o nome de nenhum e não sei se isso é um mau sinal ou eu estou debilitado de memória mesmo. Só compartilho da mesma preocupação da Callie e espero que o Alex não durma com a interna bonitinha (ok, tô sendo muito otimista, eu sei). E, antes que eu me esqueça, foi bem engraçado ela tentando seduzir a Callie pra conseguir uma cirurgia. Quase tão engraçado quanto a conversa da Mer e do Jackson sobre as “mulheres” do Richard.

Eu me surpreendi com o rumo que as coisas tomaram na bendita negociação. Jurava que eles iriam aceitar o dinheiro (e, aliás, custava falar o valor? Odeio quando acontece isso em séries, filmes ou novelas, fico louco querendo saber quanto é…) e encerrar de uma vez por todas a história do acidente. Talvez, só assim, eles iriam extinguir esse fantasma que ainda paira e tentar, finalmente, começar a reconstruir tudo que a queda levou junto. Tinha imaginado que ver os destroços do avião faria o Derek pensar dessa forma, mas acabou que surtiu o efeito exatamente contrário.

Alguém tem algum palpite pra essa história? Porque eu penso, penso, penso e não vejo isso chegando a lugar algum… Espero ser surpreendido. Eu entendo a posição deles e a cena final, inclusive, foi muito emocionante, mas quero ver como ela vai ser aplicada na prática. Na teoria, é muito lindo escolher o caminho mais difícil e mais doloroso.

E se no 9×02, Sandra Oh nos deu a melhor cena do episódio, aqui foi a vez de Sara Ramirez. Ela sempre foi incrível, mas nessa temporada, roubou todos os holofotes. O misto de raiva e dor que a Callie transmite chega a ser surreal e a Sara se jogou com tudo dentro da personagem, uma entrega digna de Emmy e que certamente seria lembrada, se Grey’s ainda aparecesse nas premiações da vida. Não está sendo nenhum pouco fácil pra ela, mas eu acredito que se a situação continuar nesse rumo, o casamento com a Arizona vai desmoronar.

A Callie entende que a mulher está passando por uma fase extremamente complicada, mas por melhor que ela seja, ninguém tem nervos de aço e a explosão no chuveiro foi a prova disso. Se a Arizona não tentar ao menos aceitar o acontecido (ou parar de culpar a Callie, já que aceitar que sua perna foi amputada deve ser um negócio extremamente complicado e eu diria que, em certo ponto, até impossível), eu não vejo essa relação durando muito mais. E vai ser uma pena, porque elas formam – pra mim – o casal mais sólido da série.

Eu nunca tive tanto medo dos rumos de Grey’s Anatomy como eu tenho agora. Mas, apesar de tudo, In Shonda I still trust.

Espero poder continuar falando isso ainda por um bom tempo…


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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