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Grey’s Anatomy – 9×08 Love Turns You Upside Down

Por: em 8 de dezembro de 2012

Grey’s Anatomy – 9×08 Love Turns You Upside Down

Por: em

Qual era a chance de que um episódio exclusivamente dedicado aos novos internos fosse interessante? Mínima.

Pra falar a verdade, Love Turns You Upside Down não foi necessariamente ruim, só menos empolgante que seus antecessores, o que é decorrência clara da falta de empatia que ainda temos com relação a Ross, Brook, Wilson e cia (na verdade, esse episódio meio que serviu pra que eu aprendesse o nome de mais alguns deles, pelo menos). Estrategicamente, acho que ele deveria, inclusive, ter sido exibido depois, quando o roteiro já tivesse alcançado seu êxito em aproximá-los do público. Talvez tivesse funcionado bem melhor.

A mensagem que o episódio quis passar (de que o tempo voou, que a medicina é uma coisa mágica e que aquele hospital vai se tornar importante para todos eles) foi bacana e veio com aquela carga de nostalgia que, após nove anos de programa, a gente já está acostumado. De certa forma, dá pra enxergar um pouco de Meredith, Derek, Cristina, George e Izzie nos novos personagens, por mais que eles ainda não tenham mostrado a que vieram e se mostrem perdidos dentro de um roteiro que tenta, a todo custo, torná-los tão humanos e tão simpáticos quanto os médicos que a gente já acompanha há tanto tempo (E aqui eu bato mais uma vez na tecla de que pode acontecer de, daqui a 2, 3 temporadas, eles assumirem a série como protagonistas).

Não é como se eles fossem personagens ruins. Na verdade, eles só são desinteressantes ou caricaturas de tudo que a gente já viu em 9 anos de série. A Wilson, por exemplo. Ela teve uma das histórias mais interessantes aqui, deu pra se importar com o bebê abandonado pela mãe e a ligação que foi feita pra explicar o passado dela foi uma boa sacada, mas tudo na relação dela com o Alex soa tão forte como uma tentativa de criar um novo Alex/Izzie que chega a ser irritante.  O modo como ele a chama de princess, o envolvimento dela com os pacientes, até o modo como ela se veste e a empostação vocal lembram a personagem da Katherine Heigl. O Karev tinha que seguir em frente? É claro. Mas precisava ser com uma história que é praticamente um revival do passado? Capaz de até ele mesmo fazer a comparação em breve.

O Ross, que pra mim é o interno mais promissor, também teve rumos interessantes. No começo, eu me irritei um pouco com a relutância dele em ajudar a Kepner naqueles casos nojentos (e, enfim,  não é como se realmente fosse a coisa mais fácil do mundo, embora, como médico, seja a obrigação dele), mas a história da Callie nos minutos finais o colocou um passo à frente de todos e ainda mostrou que, a despeito de tudo, a April é sim uma boa médica e conseguiu passar algo para ele.

A Edwards e a Leah (e eu tive que ir no imdb checar o nome das duas, porque não lembrava de cabeça) quase sempre funcionam em cena, mas eu tenho a impressão (na verdade, quase certeza) de que é devido a Cristina, que esse ano vem se mostrando uma das personagens mais interessantes. É hilário ver a relação que ela está desenvolvendo com as duas, os apelidos carinhosos e o modo como ela está realmente preocupada em ensinar alguma coisa a ambas. A briga foi realmente bem idiota (Mer e Yang tinham seus momentos, mas não dessa maneira) e coisa de ensino médio e serviu pra chamar  a atenção do Owen pra ex-mulher, mesmo que por uma minúscula cena. O thank you seco que ela entregou mostra o quanto ela anda balançada só com a presença dele e não deve demorar mesmo pra que os dois comecem a ensaiar uma reconciliação.

O que eu mais gostei no episódio foi o caso em que elas trabalharam, dos jovens que se conheceram no hospital e esperavam o transplante de coração, que foi emocionante, soube ser dosado  e conseguiu prender minha atenção de forma integral sempre que aparecia em tela.

A trama da Meredith fazendo a Brook ligar pra todas as irmãs do Derek, foi a parte melhor trabalhada porque conseguiu ser engraçada, ao mesmo tempo em que deu continuidade a história da cirurgia da mão. Também serviu pra aproximar um pouco mais a Meredith da interna, o que eu acho extremamente válido, especialmente pelo temperamento muito parecido das duas. Não é como se a Brook fosse a Meredith quando chegou ali, longe, BEM longe disso, mas a determinação dela e o jeito irônico de lidar com as coisas lembram um pouco a Mer das primeiras temporadas e eu acho que as duas podem ter uma boa relação, especialmente agora que ela é mais uma a saber da gravidez, embora eu aposte que não falta muito para que a notícia se espalhe .

A Lizzie (Neve Campbell) nova irmã do Derek, que conhecemos também tem um bom potencial para tramas futuras. Ela deve passar um tempo com o irmão e a cunhada e isso pode ser bom ou ruim, ou nenhum dos dois, já que isso é apenas especulação minha. Vou fazer o mea culpa porque eu, que nunca gostei do Derek como personagem, venho me surpreendendo cada vez mais com o modo como ele vem lidando com a questão da cirurgia. Imaginei que seria um Burke 2.0, infestado de drama do começo ao fim, mas o texto vem sabendo conduzir essa história de maneira interessante e vê-lo trabalhando com a Callie (e agora com o Ross) vai ser empolgante.

Semana que vem a série apresenta o último episódio do ano, então acho que já dá pra fazer um balanço do que vem sendo esse nono ano. Não sei explicar exatamente como eu me sinto com relação a ele. Claro que não dá pra comparar com o começo da temporada passada, que foi um dos melhores que a série já viu, mas também não está um desastre como na época da 4ª temporada. Acho, sim, que o roteiro ainda está um pouco perdido entre tantas tramas e tantos personagens novos, mas, apesar de tudo, Grey’s Anatomy ainda falta muito para ser considerada ruim. Acho que, em termos de estrutura, estamos em uma temporada bastante parecida com a 6ª (que, indo contra a opinião generalizada, eu gosto, de verdade, sem muitas ressalvas). Só espero que não tenhamos outro tiroteio pra limpar o elenco inchado em maio do ano que vem.

Abaixo, a promo de Run, Baby, Run, o winter finale da série:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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