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Grey’s Anatomy – 9×14 The Face of Change

Por: em 9 de fevereiro de 2013

Grey’s Anatomy – 9×14 The Face of Change

Por: em

Melhor episódio da temporada, que, aparentemente, engrenou!

Desde que voltou do hiatus, Grey’s apresentou uma sensível melhora, mas foi só aqui, em The Face of Change, que a coisa realmente funcionou. É de mais horas assim que precisamos.


Praticamente todos tiveram voz essa semana, mas se isso fosse uma espécie de crítica de cinema onde eu tivesse que escolher um destaque, eu empataria Alex e Jackson (Por terem transitado por quase todas as tramas e divertido um pouco com a competição para ser o rosto do hospital). Quem acompanha os reviews aqui religiosamente sabe que o Karev é meu favorito desde os tempos de 4ª temporada e o Jackson já foi um personagem que eu odiei bastante quando deu as caras na fusão com o Mercy West, mas que, hoje, me faria falta se deixasse a série. E é exatamente a percepção disso que me fazia acreditar que, um dia, talvez, eu talvez não quisesse pausar o episódio sempre que algum interno aparece. Bem, aconteceu. Ainda detesto todos eles e provavelmente eles só funcionaram aqui por mérito da excelente história contada, mas pode-se considerar um começo.

Quer dizer, com ressalvas.

Eles funcionaram, basicamente, enquanto estavam ajudando os atendentes no caso do garoto atropelado. A minha teoria é a de que Grey’s estava precisando de um caso assim, de work team. Nas outras cenas, se mostraram tão irritantes quanto antes, especialmente a Wilson. Eu já devo ter criado algum tipo de bloqueio, porque ultimamente até o sorriso dela me irrita. E, não, Meredith, ela e o Alex não podem ficar juntos. Uma das coisas que me irrita nas séries da Shonda Rhimes é que ela parece acreditar que ninguém pode ser feliz sozinho, pois, toda temporada, todo mundo precisa ter um caso, um flerte, algo do tipo. Pra quem, como eu, acreditava que ela tinha desistido de juntar o Karev com a Izzie-piorada, um balde de água fria.

E Jackson/April? Fizeram a gente curtir e torcer pelos dois, que foram a melhor coisa da primeira metade da temporada e, agora, o colocam com a segunda interna mais chata, uma caricatura mal feita do que a Cristina foi no começo, e ela com o paramédico aleatório. O segundo casal até funcionou (eu, pelo menos, achei bacana os dois juntos), mas não dá pra comprar Jackson e Stephanie.

O que eu mais gostei foi o clima old times que a história da Kepner trouxe. Foi como se, de uma hora para a outra, Meredith, Cristina e Alex voltassem a ser os internos inconsequentes que eram nas primeiras temporadas, se arriscando em cirurgias estranhas, burlando regras e tudo o mais. Me surpreendeu até o Derek entrar no esquema, mas ele tem tanta raiva da Cahill que, no final, acaba fazendo todo  o sentido do mundo. Owen só ficou de fora provavelmente porque era o chefe e aí sim seria incoerente. Eu só senti falta da Bailey ajudando, mesmo que com um detalhe, uma cena… Provavelmente, a deixaram de fora porque ela parece ser a mais conformada com a venda, de longe.

O caso do pai que não queria aceitar a cirurgia de mudança de sexo de Brienne para Brian foi uma metáfora para o fantasma de venda que ronda os corredores do Seattle Grace Mercy West. Mas funcionou também como recurso dramatúrgico. Shonda vive falando que gosta de dar voz aos que não tem (é praticamente a Glória Perez de lá – e isso não é detrimento) e eu sempre gosto quando suas séries tratam de assuntos polêmicos, porque conseguem o fazer com uma sutileza que, talvez, muitas outras não conseguiriam. Isso fica claro em cenas como a conversa da namorada com o pai:

É difícil ser como nós. Tentando se encaixar nesse molde que não encaixa. Ele só quer que você o ame.

Eles não querem aceitar que tudo no hospital pode mudar, assim como nós também não queremos. Foi preciso Callie e Richard verem com seus próprios olhos aquilo que o SGMW poderia se transformar (e foi bastante divertido ver os dois se passando por pacientes no outro hospital) para que a mulher de Arizona tomasse a decisão que eu já tinha comentado aqui há algumas semanas. Minha única surpresa foi o fato de eu imaginar que a decisão fosse partir do Derek, que está mais cego de ódio pela Cahill, mas talvez tenha sido exatamente isso que não o fez enxergar a saída que estava debaixo do seu nariz.

Comentários aleatórios:

– Eu queria mandar a Stephanie e a Wilson pro inferno cada vez que elas tentavam fazer o Alex ou o Jackson se sobressair na disputa.
– Alguma teoria de como o Owen vai reagir a ideia da compra pelos que estavam no avião?
– Derek? Seriously? Preferia o Jackson.

A julgar pela promo (mas lembrem-se, é ABC!), semana que vem tem tudo para ser ainda melhor:

PS. Acho que essa é minha primeira review quase 100% elogiosa da temporada. Espero que, em algum momento dos 10 episódios que ainda faltam, o ‘quase’ suma.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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