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Grey’s Anatomy – 9×16 This is Why We Fight

Por: em 23 de fevereiro de 2013

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Que bela virada de mesa, não?

Acho justo dizer que, assim que o episódio acabou, eu passei cerca de cinco minutos me perguntando “como diabos eu não pensei nisso antes”. Tava debaixo do nosso nariz o tempo inteiro e eu não vi ninguém nem sequer especular que isso poderia acontecer. Bati tanto na tecla aqui de que a compra do hospital pelos que estavam no avião era uma saída óbvia, mas que não atrapalharia por ser bem executada, que fui pego desprevenido com os minutos finais.

Primeiro, lá no meio do episódio, cogitei (e adotei como certa) a possibilidade do quinteto entrar no negócio junto com a Pegasus. Me pareceu a saída mais clara, mais prática e mais objetiva quando a Heather ouviu a Cahill dizendo que a empresa estava comprando em partes e que haveria setores liquidados e demissões em massa. Juridicamente, eu sequer sei se isso é possível (e escrevendo agora eu nem sei se faz sentido, na verdade), mas o tempo estava se esgotando, eles não conseguiam um novo investidor e eu não via como salvar o hospital ainda nesse episódio (e eu sabia que isso aconteceria devido a alguns poucos comentários fragmentados que li no twitter ontem).

Catherine Avery é genial. Sou fã da personagem desde sua primeira aparição e quando ela deu as caras cobrando que o Jackson fosse pra Boston agora com a iminente queda do hospital, nunca passou pela minha cabeça que ela seria a salvadora da pátria. Mas, agora, parece tudo tão óbvio. Eles precisavam de uma fundação. A Catherine fala de Harper Avery desde que pisou os pés na série. Ela sempre quis algo maior pro filho. Então, por que não dar o suporte que falta para a compra e jogar a bomba no colo do Jackson?

Como recurso de roteiro, foi uma jogada fantástica. Acho que mesmo quem não gosta do Jackson (existe alguém?) não pode negar isso. O personagem, desde que chegou na série, carrega sobre si o peso do sobrenome Avery e o julgamento de todos ao saberem de quem ele é neto. Jackson, diferente do que a maioria faria (e isso é um dos motivos que me faz gostar pra caramba dele) renegou todo e qualquer benefício que isso um dia poderia lhe trazer, por preferir construir sua própria história. Catherine vem tentando, desde sempre, colocar o filho no caminho que ela acha melhor, sem ao menos questioná-lo antes.

Foi exatamente o que ela fez agora. A diferença de situações, contudo, é crucial. Eu sei, você sabe, nós sabemos que, em qualquer outro cenário, o Jackson rejeitaria a “oferta” e a possibilidade, mas agora, com o relógio correndo contra o tempo e o Seattle Grace Mercy West quase fechando, ele não pode e nem deve fazer isso. Foi colocado numa sinuca de bico e não lhe resta nada além de desempenhar o papel de protagonista a que Catherine lhe submeteu nessa história toda.

Os conflitos que isso pode criar ultrapassam o personagem. A cara de espanto do quinteto ao saber da condição de Catherine já mostra isso. Eles estão há uma semana tentando salvar o hospital e, para fazer isso, vão ter que aceitar que uma pessoa (que por mais que eles gostem) de fora do círculo da queda do avião tenha mais (ou tanto) poder de decisão quanto eles.

Não teve como não se emocionar com toda a via crucis de Meredith, Cristina, Derek, Callie e Arizona pra tentar conseguir o dinheiro a tempo. O que eu mais gostei foi ver que o jogo foi aberto pro Owen muito mais cedo do que eu imaginava e, melhor: Ele teve a exata reação que eu esperava do personagem. Comprovou o quanto Hunt cresceu e o quanto sua relação com a Cristina, dessa vez, é diferente. Eles já enfrentaram os fantasmas do passado, já entenderam tudo que fez com que não funcionasse da última vez, então, agora, têm tudo pra dar certo. E fazendo uma confissão que eu nunca imaginava, hoje, eles formam meu casal favorito no seriado.

Foi sensacional vê-lo, assim como o Richard , empenhado em fazer a venda funcionar, tentando dar a rasteira na Pegasus. Será que ainda tem chance de isso se complicar judicialmente pro Owen? Teoricamente, ele quebrou uma cláusula porque sabia da intenção e tentou atrasar a venda para Pegasus. Claro que a Cahill foi sacana não contando a verdadeira intenção da empresa, mas não acho que no tribunal isso conte alguma coisa. (Mais uma vez: Não entendo nada da área jurídica, sou estudante de comunicação, então me corrijam se eu estiver redondamente enganado)

Tem alguma chance do Derek e da Meredith realmente darem aquelas cartas de recomendação aos internos e eles se mandarem? Eu juro que não ia me importar nem um pouco, pelo contrário. A Brook não me irritou tanto aqui (provavelmente porque estava em um plot com a Bailey), mas a Wilson com as atitudes dela enquanto cuidava do menino com o Alex provou o que eu já venho falando aqui há semanas: Ela é uma Izzie Stevens piorada. E, como discutíamos nos comentários do texto de semana passada, como comprar esse romance quando já tivemos o original?

(A mesma observação também vale para a Stephanie, que é um arremedo do que um dia foi a Cristina. Vamos ver como ela vai reagir a nova ‘promoção’ do Jackson.)

Quanta nostalgia envolvida em ver Richard e Bailey observando o Seattle Grace de cima?

De repente, eu me lembrei das primeiras temporadas, quando o quinteto M.A.G.I.C ficava ali, quase sempre em duplas, conservando sobre a vida. O plot do paciente da Bailey foi o caso mais bonito do episódio e por mais que não tenha tido muito destaque, valeu só pela conversa final com a Heather onde a Miranda diz que um dia foi o coração do hospital. Chandra Wilson estava fenomenal na cena e, por mais clichê que seja falar isso, disse tudo com o olhar. Também sinto saudades do tempo em que Bailey reinava soberana nos corredores.

Mas são outros tempos, outra série (dentro da mesma série)… É aquela velha discussão. Grey’s Anatomy mudou, mas, em sua essência, ainda é Grey’s Anatomy. Eu achei que a série tinha se perdido totalmente na primeira metade da temporada (muito da culpa disso é do foco excessivo nos internos), mas as coisas foram se ajustando e hoje já posso dizer que estou plenamente feliz com a temporada. Seguimos para mais um hiatus (que eu acho que vai até o dia 14 de março, mas não achei informação oficial, então sintam-se a vontade para me corrigir nos comentários) e espero que, na volta, a reta final seja tão boa quanto esse meio.

 

PS. Só eu tive a impressão de que a intenção da Shonda é preparar o terreno para alçar o Jackson a protagonista depois de uma eventual saída dos atores principais, caso a 10a (que ninguém permita isso!) não seja a última?

PS.2. Pela primeira vez, a April me emocionou genuinamente. O desabafo perto dos minutos finais foi lindo.

 


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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