Reta final de temporada e, como já virou costume, a instabilidade emocional habita nos corredores do hospital. Praticamente todos os personagens enfrentar algum conflito e este vigésimo segundo episódio veio para dar continuidade aos arcos já trabalhados anteriormente, adicionando algumas viradas que deixaram as histórias ainda mais interessantes – e angustiantes. Shonda já nos prometeu, novamente, um season finale chocante daqui a duas semanas e no ritmo que as coisas andam, dá pra esperar tudo.
Semana passada, eu estava debatendo com uma amiga que também acompanha a série sobre os rumos que a história do Owen e do Ethan poderia tomar e chegamos a conclusão que seria conveniente demais ele não ter nenhum outro parente espalhado pelo mundo além da avó, o que foi confirmado agora. Uma futura adoção me parece cada vez mais certa, especialmente depois do acontecimento com os remédios e do desabafo da Nancy para o Hunt. O que eu não esperava e agora já começo a cogitar a possibilidade é uma possível aceitação da Cristina. A conversa do casal perto dos minutos finais mostra que ela percebeu, antes mesmo do próprio Owen, como a proximidade com o Ethan reascendeu nele o desejo de ser pai.
Indo na contramão da solidez no relacionamento que Owen e Cristina finalmente encontraram, vem Jackson e Stephanie, reaparecendo na série episódios depois quando eu mesmo nem lembrava de sua existência. Acho, sim, que o Jackson pode tê-la deixando um pouco de lado porque agora está na chefia do hospital, mas eu acredito na máxima de que quando se há um desejo, é feito o possível e o impossível e entre Jackson e Stephanie, ao menos da parte dele, nunca houve nada além de uma atração carnal. Pelo que deu pra perceber, ele e a April já ensaiam uma reconciliação, que eu acredito que, infelizmente, ainda vai demorar um pouco a acontecer.
O caso que os dois cuidaram foi o responsável por quebrar, em diversos momentos, o clima tenso que pairava nos outros núcleos, tanto nos pacientes como nos personagens principais.
Chandra Wilson segue sua cruzada pessoal, disposta a dar um show por capítulo. Essa semana, sua atuação foi ainda mais visceral e mais tocante que nas duas últimas e o momento onde ela desaba nos braços de um sempre companheiro Ben, de volta para ajudá-la, confessando o quanto ainda se sente suja é uma das melhores e mais emocionantes da temporada (e da série). Não dá pra ter noção alguma de até onde essa trauma vai afetar a vida da Miranda, mas não acabou agora e eu chuto que vai estar com ela por um bom tempo.
A participação de Hilarie Burton, a eterna Peyton de One Tree Hill, veio para mexer um pouco com a vida de Arizona – isso, supondo que a Dra Lauren continue mais tempo na série, o que eu não faço ideia se irá acontecer. Tinha lido que inicialmente Hilarie faria este episódio, mas que existia até a possibilidade dela ser promovida ao elenco fixo da próxima temporada. A personagem funcionou bem, a Hilarie acertou o tom e a Lauren sabe ser divertida. O problema é se ela realmente mexer com Callie e Arizona, junto com Meredith e Derek, o casal mais estável de Grey’s Anatomy.
Estabilidade que caiu por terra para Wilson – e, por tabela, para Alex.
A cena que encerra o episódio é impactante por vários motivos. É um tema que eu não me recordo de ter sido abordado na série (ao menos não com personagens do elenco), traz a tona uma discussão acerca da violência contra a mulher que PRECISA ser levantada (e quem melhor que Shonda Rhimes para discutir temas sociais) e, de quebra, faz com que uma história que até então era a pura repetição de tudo que o Alex já tinha vivido, ganhe um diferencial muito, muito interessante. Conhecendo o Karev como a gente conhece, a única certeza que dá pra ter é a de que ele não deixar isso barato.
Que venham os dois episódios finais.